| Tecido 
                  SocialCorreio Eletrônico da Rede Estadual de Direitos Humanos 
                  - RN
 
 N. 
                  015 – 08/12/03
 Campanha 
                  pelo respeito dos Direitos Humanos durante a Festa da Exclusão O 
                  Conselho Estadual de Direitos Humanos - RN, em parceria com 
                  o Ministério Público, a Ouvidoria da Defesa Social e a Corregedoria 
                  de Polícia do RN, realizou uma campanha de sensibilização dos 
                  policiais que atuaram no Carnatal 2003, o Carnaval fora de época 
                  de Natal que teve lugar do 4 ao 7 de dezembro, para evitar torturas 
                  e maus tratos aos presos durante os quatro dias de micareta. O 
                  Carnatal, na verdade, é uma festa de elite que não tem absolutamente 
                  nada do espírito do Carnaval, pois este último é uma forma de 
                  expressão popular livre e de acesso universal, enquanto a micareta 
                  natalense exclui a maior parte da população - que não tem renda 
                  para adquirir um abadá, a roupa que garante a inclusão 
                  no "Corredor da Folia" e custa mais de 500 reais - 
                  e é concebida exclusivamente para proporcionar enormes lucros 
                  à industria do entretenimento. Justamente pelo seu carácter 
                  excluinte - encarnado pelos "cordões" que definem 
                  a fronteira entre quem está do lado de dentro e quem está do 
                  lado de fora, representação física da desigualdade social -, juntamente com 
                  a enorme quantidade de bebidas alcoólicas que circulam durante 
                  o evento, o Carnatal produz todo ano episódios de violência 
                  no lado externo do "Corredor da Folia". Todos 
                  os anos, foram registrados diversos casos de torturas e espancamentos 
                  de presos durante o Carnatal, na maioria dos casos realizados 
                  de maneira totalmente gratuita, como forma para "descarregar 
                  a tensão" por parte dos policiais. Por 
                  este motivo, o Conselho realizou durante todos os dias da micareta, 
                  juntamente com as entidades parceiras, uma vistoria na Escola 
                  Estadual Régulo Tinôco e no estádio Machadinho, locais onde 
                  ficaram temporáriamente os presos durante o Carnatal. Além destas 
                  vistorias, membros das entidades da campanha percorreram os 
                  cordões monitorando a atitude dos agentes que trabalharam neles. 
                  Durante estas visitas, os representantes do Conselho e das outras 
                  entidades lembraram aos policiais militares seu dever de respeito 
                  dos direitos do cidadão no momento da apreensão, lembrando que 
                  o Ministério Público ia ser acionado caso tivessem sido observados 
                  casos de tortura, que é crime imprescritível e inafiançável. A 
                  campanha do Conselho Estadual de Direitos Humanos - RN teve 
                  resultados positivos, pois fez os policiais militares sentirem-se 
                  monitorados e não impunes, o que reduziu consideravelmente neste 
                  ano os casos de torturas e espancamentos de presos durante o 
                  Carnatal. Antonino 
                  Condorelli Veja 
                  também: - ENTREVISTA. João 
                  Alfredo (Deputado Federal do PT e fundador do Observatório 
                  do Judiciário do Ceará). "O Poder Judiciário 
                  também tem que responder perante a sociedade"
 - VIOLÊNCIA CONTRA 
                  A MULHER. A Delegacia da Mulher de Natal: como funciona e as 
                  dificuldades que enfrenta
 - Depoimentos de mulheres 
                  vítimas de violência recolhidos na Delegacia Especializada 
                  de Atendimento à Mulher (DEAM) da Ribeira, Natal (RN)
 - Comissão do Conselho 
                  de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) sobre o caso 
                  Jorge Abafador é mal recebida pelo Judiciário 
                  de Natal
 - ENTREVISTA. Rogério 
                  Tadeu Romano (Procurador da República do Rio Grande do 
                  Norte). "Hoje o compromisso do Ministério Público 
                  não é com as elites, mas com a sociedade"
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