Projeto DHnet
Ponto de Cultura
Podcasts
 
 Direitos Humanos
 Desejos Humanos
 Educação EDH
 Cibercidadania
 Memória Histórica
 Arte e Cultura
 Central de Denúncias
 Banco de Dados
 MNDH Brasil
 ONGs Direitos Humanos
 ABC Militantes DH
 Rede Mercosul
 Rede Brasil DH
 Redes Estaduais
 Rede Estadual RN
 Mundo Comissões
 Brasil Nunca Mais
 Brasil Comissões
 Estados Comissões
 Comitês Verdade BR
 Comitê Verdade RN
 Rede Lusófona
 Rede Cabo Verde
 Rede Guiné-Bissau
 Rede Moçambique
 

Potiguariana Digital
Experiências de Educação Popular
De Pé no Chão Também se Aprende a Ler

Memória Histórica Potiguar

 

 

 

Djalma Maranhão - Roteiro Para Uma Bibliografia
Lincoln Moraes
Professor da Equipe de Ciência Política do Departamento de Ciências Sociais da UFRN

“Não te esquecerei, Natal!
A vocação libertária do teu povo, ...
Alguns políticos enganando o povo.
Que um dia ganhará a conscientização.”

(Trecho do poema Evocação de Natal,
Escrito no exílio em Montevidéu)

 

De Pé no Chão | 40 Horas de Angicos | Movimento de Natal | CEBs no ES | Potiguariana


Uma vida em muitos tempos

Publicações de Djalma Maranhão

Estudos Sobre Djalma Maranhão e a Prefeitura Popular

Referências Gerais

Congressos, Encontros e Seminários

Estudos e Referências em Elaboração ou Perspectiva

Destaque

 

 

 

UMA VIDA EM MUITOS TEMPOS

Incompleta. E provavelmente por muito tempo. Pelo menos é o que desejamos em relação a um bibliografia sobre Djalma Maranhão. Neste caso é uma virtude, ou seja, uma figura humana e um político de sua dimensão sempre será repensado, reestudado e rediscutido. E (por que não?) revivido Gostaríamos, portanto, que uma bibliografia completa e acabada tivesse o mesmo destino que os esforços de Sisifo.

Com Djalma Maranhão aconteceu mais ou menos o que ocorre somente com os grandes: muito conhecido por alguns, bastante divulgado e novamente analisado por gerações subseqüentes. Daí a necessidade de algumas referências mínimas sobre ele e uma listagem preliminar de suas publicações, estudos sobre o mesmo e a prefeitura popular, rápidas passagens e indicações, assunto de congressos, encontros e seminários e, finalmente, alusões gerais e trabalhos em elaboração e perspectiva.

Djalma Maranhão nasceu em Natal em 25 de novembro de 1915 e morreu (fisicamente) em Montevidéu, no Uruguai, em 1971, onde estava exilado. Durante os seus 56 anos teve uma vida bastante intensa e dinâmica, envolvendo desde atividades esportivas, ao jornalismo e a militância política. Foi deputado estadual, federal, prefeito nomeado e prefeito eleito. E foi neste última condição, entretanto, que ficou mais conhecido e reconhecido, principalmente na área da educação e cultura popular. Como ele afirmava na Mensagem ao Povo Brasileiro, escrita no exílio em julho de 1965: “Meu maior crime foi alfabetizar vinte e cinco mil crianças.” No momento em que as estatísticas oficiais apontam milhões e milhões de analfabetos no Brasil e quando a chamada universidade pública sofre uma das mais acirradas campanha para extingui-la, torna-se inevitável uma comparação com a prefeitura popular de Djalma Maranhão.

E foi exatamente sua dedicação à Natal que o fez permanecer na memória da cidade. Da capital do Rio Grande do Norte, extrapolou para o país sua longa e diversificada militância política. Como homem público, terminou sendo, justamente, um dos patrimônios de todos aqueles e aquelas que continuam lutando pela construção de uma sociedade justa e democrática. Que ele seja lembrado como realmente foi: um homem de muitos tempos. E que seu exemplo se fortaleça. Não como uma simples memória para ser guardada nas prateleiras de um tempo finito, mas como uma pessoa e um político profissional que não se abandonou seus princípios e convicções, especialmente num triste momento em que isto virou moeda corrente e um passaporte para as malhas e mordomias do poder de Estado.

Na sua gestão na cidade de Natal Djalma Maranhão foi abrindo novos caminhos, sedimentando trilhas passadas, inaugurando espaços de conquistas e forjando perspectivas de um mundo novo: dos acampamentos de palhoças nos bairros populares à luta pela reforma agrária; da fiscalização noturna das obras da prefeitura ao combate de uma situação que sempre ameaçou ser uma longa noite; das alegres e descontraídas festas ao combate frontal ao domínio do grande capital estrangeiro no Brasil; da sua simplicidade com as pessoas às duras críticas aos golpistas de 1964, seus mandantes e aliados. Não poderia (ainda bem) ser uma unanimidade, especialmente numa sociedade onde a diferenciação social é marcante e a exploração é vista como natural e eterna. E a repressão, nos seus mais diversos aspectos, como castigo merecido para a maioria da população.

Djalma Maranhão não negociou com os golpistas a sua destituição da prefeitura e preferiu manter-se coerente. Foi a sua dignidade que o levou a prisões e ao exílio. E foi este, em Montevidéu, que o fez padecer de saudades de Natal como muitos reconhecem. Mas, e aqui uma diferença essencial com os pequenos: foi a sua postura que ampliou o seu reconhecimento, plantou raízes sólidas nesse chão deserto denominado Brasil e sua vida que o credenciou a muitas vidas. Por isto, Djalma, nossa admiração, homenagem e agradecimentos por continuar vivo. E ... muitas saudades.

^ Subir

Referências Bibliográficas

Publicações de Djalma Maranhão

  1. MARANHÃO, Djalma – Cartas de um exilado. Natal, Clima, 1984.
  2. MARANHÃO, Djalma – Cascudo Mestre do Folclore brasileiro. Natal. Prefeitura Municipal/Fundação José Augusto, s/d.
  3. MARANHÃO, Djalma – O Brasil e a luta anti-imperalista. Rio de Janeiro, Departamento de Imprensa Nacional/Frente Parlamentar Nacionalista, 1960.
  4. MARANHÃO, Djalma – Pensamento Político (discursos parlamentares). Natal, CERN, 1985.

^ Subir

Estudos Sobre Djalma Maranhão e a Prefeitura Popular

  1. CÂMARA, Leonardo Arruda – Homenagem a Djalma Maranhão: 20 aniversário de sua morte e 30 de “CAMPANHA DA LEGALIDADE”. Natal, Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte, 1991. (Discurso do deputado Leonardo Arruda Câmara).
  2. DE PÉ NO CHÃO TAMBÉM SE APRENDE A LER/Cultura Popular: tentativa de conceituação Primeira parte da comunicação feita no I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular, realizado em Recife, de 15 a 21 de setembro de 1963. In FÁVERO, Osmar (org. ) – Cultura popular e educação popular: memória dos anos 60. Rio, Edições Graal, 1983 (Biblioteca da educação; v.n. 3)
  3. GALVÃO, Mailde Pinto – 1964 – Aconteceu em abril. Natal, Clima, 1994.
  4. GERMANO, José Willington – Lendo e aprendendo: “A Campanha de Pé no Chão”. São Paulo, Autores Associadas/Cortez, 1982. (Coleção teoria e práticas sociais.) Saiu uma segunda edição agora em 1995.
  5. GÓES, Moacyr de – Sem paisagem; (memórias da prisão). Rio de Janeiro, Europa. 1991.
  6. NETA, Antonia de Freitas – Uma experiência de articulação biblioteca – sociedade: resgate histórico das bibliotecas populares na “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler” – Natal – RN: 1961 – 1964. Dissertação de Mestrado em Biblioteconomia – Universidade Federal da Paraíba, 1993.
  7. SILVA, Justina Iva de A. – Estudantes e política; estudo de um movimento (RN – 1960 – 1964). São Paulo, Cortez Editora, 1989.

^ Subir

Referências Gerais

  1. ALVES, Márcio M. – O Cristo do povo. Rio de Janeiro, Sabiá, 1968.
  2. ANDRADE, Ilza Maria Araújo de – Políticas e poder: os mecanismos de implementação das políticas públicas no Nordeste – 1979/1985. Tese apresentada ao Doutorado em Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. 1994.
  3. BEISIGEL, Celso de Rui – Ensino público e educação popular. In: PAIVA, Vanilda (org.) – Perspectivas e dilemas da educação popular. Rio de Janeiro, Graal, 1986. (Biblioteca de Educação; 1 .n. 4).
  4. BEISIGEL, Celso de Rui – Democratização do ensino e educação popular. In: MARCO, V. (org.) Língua e literatura. São Paulo, Cortez, 1981.
  5. BRITTO. Jomard Muniz de – Educação de adultos e unificação da cultura. In: FÁVERO, Osmar (org.) – Cultura popular e educação popular: memória dos anos 60. Rio de Janeiro, Graal, 1983. (Biblioteca de educação; v.3). O Trabalho de Jomard de Britto foi publicado antes em Estudos Universitário – Revista de Cultura da Universidade do Recife, n.4, abr/jun., 1963)
  6. CAVALCANTI, Paulo – O Caso eu conto como o caso foi: da Coluna Prestes à queda de Arraes: memórias. Recife, Guararapes, 1980.
  7. CRUZ, Dalci da Silva – A redenção necessária: Igreja e Sindicalismo Rural no Rio Grande do Norte 1960/1964. Tese apresentada ao Mestrado de Sociologia de Campina Grande – PB, 1982.
  8. CRUZ, Vilma Victor – Pioneirismo educacional no Rio Grande do Norte: realidade ou mito? (1960/1984). Tese de Mestrado apresentada no Mestrado em educação do Depto. De Educação da UFRN, 1990.
  9. FÁVERO, Osmar – Referências sobre materiais didáticos para a educação popular. In: PAIVA, Vanilda (org. ). – Perspectivas e dilemas da educação popular. Rio de Janeiro, Graal, 1986. (Biblioteca de Educação; 1 .n. 4).
  10. FREIRE, Paulo – Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. In: FÁVERO, Osmar (org.) – Cultura Popular e educação popular: memória dos anos 60. Rio de Janeiro, Graal, 1983. (Biblioteca de educação: v.3). O trabalho foi publicado antes em Estudos Universitário – Revista de Cultura da Universidade do Recife, n.4, abr/jun., 1963).
  11. FREIRE, Paulo e GUIMARÃES, Sérgio – Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987. (Educação e comunicação).
  12. FURTADO, João M. – Vertentes. Rio de Janeiro, Gráfica Olímpica Editora, 1976.
  13. FURTER, Pierre – Alfabetização e cultura popular na politização do Nordeste brasileiro. Estudos Universitários. Universidade do Recife. n.4, 1963.
  14. GÓES, Moacyr de – A questão da ética. Natal, Ed. Universitária/UFRN/CCHLA, Vivência, v.6, n.1, 1993. (Discurso de paraninfo).
  15. LEITE, Sebastião Uchoa – Cultura popular: esboço de uma resenha crítica. In: FÁVERO, Osmar – Cultura popular e educação popular: memórias dos anos 60. Rio de Janeiro, Graal, 1983, (Biblioteca de educação; v.3). Publicado antes na Revista Civilização Brasileira 1(4), 1965.
  16. LIMA, Haroldo e ARANTES, Aldo – História da Ação Popular: da JUC ao PC do B. São Paulo, Alfa-Omega, 1984, (Biblioteca Alfa-Omega de Cultura Universal, Série 2, volume 33).
  17. MACHADO, Cristina – Os exilados: 5 mil brasileiros à espera da anistia. São Paulo, Alfa-Omega, 1979. (Biblioteca Alfa-Omega de cultura universal, ser.1.: Esta América; v.9).
  18. MENDONÇA, Fernando e TAVARES, Cristina – Conversações com Arraes. Belo Horizonte, Vega, 1979.
  19. MOREIRA, Neiva – O pilão da madrugada. Rio, Terceiro Mundo, 1989 (Depoimento a José Louzeiro).
  20. NUNES, A. P. – Do Planalto à cordilheira. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1979.
  21. OLIVEIRA, Francisco de – Elegia para uma re(li)gião: SUDENTE, Nordeste, Planejamento e conflito de classes. Rio, Paz e Terra, 1981. (Estudo sobre Nordeste, v.1).
  22. PAIVA, Vanilda – Educação popular e educação de adultos. São Paulo, Edições Loyola, 1987. (Temas Brasileiros – II).
  23. PAIVA, Vanilda – Introdução. In: PAIVA, Vanilda (org.) – Perspectivas e dilemas da educação popular. Rio de Janeiro, Graal, 1986. (Biblioteca de Educação; 1. n.4).
  24. RESOLUÇÕES DO I ENCONTRO DE ALFABETIZAÇÃO E CULTURA POPULAR. Recife, 15 a 21 de setembro de 1963. In: FÁVERO, Osmar (org.) Cultura Popular e educação popular: memória dos anos 60. Rio de Janeiro, Graal, 1983. (Biblioteca de educação; v.3).
  25. RIBEIRO, Maria Luisa Santos – História da educação brasileira: a organização escola. São Paulo, Cortez/Autores Associados, 1988 (Coleção educação contemporânea).
  26. SILVA, Carlos Eduardo L. da – Em busca do voto perdido: os meios de comunicação na tentativa de restaurar um pacto populista. Natal, Editora Coojornat, 1982.

^ Subir

Congressos, Encontros e Seminários

  1. ANTAS, Fátima e BARBOSA, José Clodoaldo – Quando um governo prioriza a educação. IV Semana de Humanidades do CCHLA/UFRN. Natal, setembro de 1995.
  2. BARBOSA, José Clodoaldo – Administração popular de Djalma Maranhão (Natal – RN, 1961 – 64). 6º. Congresso de Iniciação Científica, UFRN, 1995.
  3. BARBOSA, José Clodoaldo – Gestão Djalma Maranhão (Natal – RN, 1960-64): um exemplo de administração popular. 47ª. Reunião Anual da SBPC. Maranhão, julho de 1995.
  4. BARBOSA, José Clodoaldo – Trajetória política de Djalma Maranhão: caracteres contraditórios de um político de esquerda. IV Semana de Humanidades do CCHLA/UFRN. Natal, setembro de 1995.
  5. GERMANO, José Willington – De Pé no Chão Também se Aprende a Ler. I Congresso de Sociólogos. Belo Horizonte, 1979.
  6. GÓES, Moacyr de – Campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler. 32ª. Reunião Anual da SBPC. Rio de Janeiro, 1980.

^ Subir

Estudos e Referências em Elaboração ou Perspectiva

  1. GÓES, Moacyr de – Amor e revolução em Natal. Romance a ser publicado brevemente.
  2. GÓES, Moacyr de – Cuba, Recife e Natal. Antigo a ser publicado este pela revista da Universidade Federal de Ijuí – RS.
  3. MORAES, Lincoln – A esquerda e os governos populares. Projeto financiado pelo CNPq com término previsto para o próximo ano. Como bolsista e sob a orientação do prof. Trabalha o estudante José Clodoaldo Barbosa.
  4. MORAES, Lincoln – As prefeituras populares no Brasil: das tentativas iniciais do Partido Comunistas a Djalma Maranhão. Livro em fase final.
  5. MORAES, Lincoln e CAVIGNAC, Julie – Les élections au Rio Grande do Norte, une histoire de famille(es)? Artigo com publicação prevista para este ano na revista Lusotopie, Bordeaux.
  6. SPINELLI, Maria da Conceição Cruz – Educação no governo Aluízio Alves: 1961-65. Tese de Mestrado a ser apresentada na Universidade Estadual de Campinas.

^ Subir

Destaque

Além do trabalho já referido de José Willington Germano sobre a prefeitura popular de Djalma Maranhão, merece destaque o livro de Moacyr de Góes – De pé no chão também se aprende a ler. 1961-64: uma escola democrática. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980. (Coleção Educação e Transformação, volume 3). Foi publicada uma segunda edição pela Cortez Editora em 1991.

Digitação e Hipertextos: www.dhnet.org.br

Desde 1995 © www.dhnet.org.br Copyleft - Telefones: 055 84 3211.5428 e 9977.8702 WhatsApp
Skype:direitoshumanos Email: enviardados@gmail.com Facebook: DHnetDh
Busca DHnet Google
Notícias de Direitos Humanos
Loja DHnet
DHnet 18 anos - 1995-2013
Linha do Tempo
Sistemas Internacionais de Direitos Humanos
Sistema Nacional de Direitos Humanos
Sistemas Estaduais de Direitos Humanos
Sistemas Municipais de Direitos Humanos
História dos Direitos Humanos no Brasil - Projeto DHnet
MNDH
Militantes Brasileiros de Direitos Humanos
Projeto Brasil Nunca Mais
Direito a Memória e a Verdade
Banco de Dados  Base de Dados Direitos Humanos
Tecido Cultural Ponto de Cultura Rio Grande do Norte
1935 Multimídia Memória Histórica Potiguar