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Tecido Social
Correio Eletrônico da Rede Estadual de Direitos Humanos - RN

N. 006 – 02/11/03

DENÚNCIA

Juiz protege policiais militares autores de tortura contra um menor em Tocantins

Os policiais militares autores de um grave caso de tortura contra um menor em Gurupi (Tocantins), denunciado ao juiz da comarca Adriano Gomes de Melo Oliveira pelo Promotor Alzemiro Wilson Peres Freitas em outubro, foram protegidos pelo Magistrado que, apesar das evidências apresentadas contra os acusados e as ameaças realizadas por estes últimos contra as testemunhas, negou a prisão preventiva dos réus e criticou a Organização das Nações Unidas (ONU) e os organismos de defesa do direitos humanos que apoiaram a denúncia.

Os policiais militares Wilson Anastácio de Carvalho (Capitão), Deroci Putêncio de Sousa (Tenente), Eliésio Martins de Carvalho (Sargento), João da Conceição Rodrigues de Oliveira (soldado) e Wenderson Frutuoso da Silva (soldado) são acusados de tentativa de homicídio, seqüestro com grave sofrimento físico e moral, abuso de autoridade, usurpação de função, coação de testemunha, invasão de domicílio, denúncia caluniosa e formação de quadrilha. Todos estes crimes foram praticados contra o menor de idade F. C. N. (colocamos apenas as iniciais por questões de segurança), seus familiares e outras pessoas em abril e maio deste ano.

Entre os requerimentos feitos pelo Promotor ao juiz está a prisão preventiva dos acusados para "afastá-los das vítimas, das testemunhas, de outras autoridades, do poder de assustar, de intimidar, de destruir provas". Além disso, considerando a gravidade e repecussão do caso, o Promotor pediu que este fosse encaminhado "aos Órgãos Nacionais e Regionais de Defesa e Proteção aos Direitos Humanos" e à ONU, para conhecimento e adoção de medidas urgentes.

O Magistrado Adriano de Melo, porém, negou tais pedidos afirmando que "os denunciados são policiais militares, com residência fixa" e acrecentando que não existem elementos robustos, do ponto de vista legal, para se decretar a custódia dos acusados, "salvo melhor juízo a ser proferido em momento oportuno".

Quanto ao pedido de informar organismos nacionais e internacionais de proteção aos direitos humanos, o Magistrado sustentou que "temos no Brasil os meios disponíveis para como já foi feito investigar e denunciar, e teremos para processar, assim não precisamos da intromissão estrangeira" e criticou o papel das organizações internacionais afirmando que "se prestam apenas para atuarem em países subdesenvolvidos".

O Centro de Direitos Humanos de Palmas (TO) denunciou que os argumentos do Magistrado estão extremamente equivocados, pois no inquérito policial existem provas incontestáveis de intimidação e ameaças às testemunhas por parte dos acusados que justificam a aplicação da prisão preventiva. O fato da vítima estar sob guarda do Programa Nacional de Proteção a Testemunhas e Vítimas, segundo o Centro de Direitos Humanos de Palmas, não elimina a necessidade da medida pois outras pessoas ofendidas pelos réus (familiares, membros da comunidade, advogados e autoridades) estão desprotegidas para depor com liberdade sobre os fatos.

Na passada quinta-feira, dia 30 de outubro, teve lugar na 3ª Vara Criminal de Gurupi a audiência de interrogatório dos policiais militares acusados, na qual a presença da Polícia Militar se fez ostensiva de forma meramente intimidatória, pois o Juiz não tinha requerido força policial. O Promotor se encontrava sob proteção da Polícia Civil.

Durante a audiência, chegaram diversos faxes tanto para o Promotor, manifestando solidaridade, quanto para o Juiz, pressionando para que fizesse justiça. Entre as pessoas e entidades que mandaram fax, o jurista Hélio Bicudo, a atriz Dira Paes, o MST, o Movimento Nacional de Direitos Humanos, o Centro de Justiça Global, a CPT Araguaia Tocantins e váras ONG' s estrangeiras. Estavam presentes na audiência os presidentes do Centro de Direitos Humanos de Palmas e do Centro de Direitos Humanos de Cristalândia.

O Juiz revelou que se sentiu pressionado e que por isso irá imprimir um rito célere ao processo. Ficou designada uma audiência para o dia 3 de dezembro para ouvir as testemunhas de acusação. Entre elas, o menor torturado que virá de Brasilia, onde se encontra atualmente por motivos de segurança.

Tecido Social se une à campanha de pressão ao juiz de Gurupi para que os autores dos graves crimes contra o menor F. C. N. e outras pessoas sejam punidos e as testemunhas devidamente protegidas através da prisão preventiva dos acusados. Convidamos todos vocês a enviar faxes de pressão ao Juiz de Direito da 3ª Vara Criminal da Comarca de Gurupi (TO), Dr. Adriano Gomes de Melo Oliveira, ao número 63 612 71 03. Contribuam a por fim à impunidade dos torturadores no Brasil!

Antonino Condorelli

Veja também:
- Carta aberta às alienadas e os alienados
- Tribunal Internacional condena os crimes do latifúndio no Pará

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