Athayde, o jornalista brasileiro que redigiu a Declaração
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Nascido
Belarmino Maria Austregésilo Augusto
de Athayde, ele veio à luz em Caruaru,
estado de Pernambuco, no dia 25 de setembro
de 1898. Com dois meses foi para o Ceará,
e morou em pequenas cidades do interior,
onde o pai exerceu o cargo de juiz de
Direito. Sentindo a vocação
para o sacerdócio, aos onze anos
é matriculado no Seminário
da Prainha, em Fortaleza. Em 1917, aconselhado
pelos padres lazaristas - um deles sugeriu:
“você devia ser jornalista”
–, abandona o seminário e
vai ser professor de latim e português
em colégios da cidade.
Em 1918 embarca
para o Rio de Janeiro, onde, apoiado pelo tio, o médico e acadêmico Antônio Austregésilo,
sobrevive de início dando aulas, mas logo emprega-se como
jornalista em A Tribuna. Desde o início de sua carreira defende
intransigentemente as liberdades públicas e em especial a
liberdade de expressão.
Admirador de
Rui Barbosa, empolga-se em 1919 com sua candidatura à presidência
da República e escreve artigos pedindo voto para o jurista.
Quando o jornalista João do Rio sofre agressão e seu
jornal A Pátria é ameaçado de empastelamento,
parte em defesa dele, embora não concorde com suas idéias.
A seguir ataca a lei de imprensa do senador Adolfo Gordo que, aprovada,
sufocaria a imprensa de oposição da época.
Em 1924 seu amigo
Assis Chateaubriand convida-o para a chefia da Redação de O Jornal, primeiro órgão dos
Diários Associados. Em 1932 vai a São Paulo cobrir
a Revolução Constitucionalista e se identifica com
a causa, escrevendo artigos e fazendo programas de rádio.
Depois da derrota é preso e exilado em Lisboa na companhia
dos líderes revolucionários. Dois meses depois viaja
para Buenos Aires, onde fica até 1933, sempre colaborando
com os jornais Associados.
De volta ao Brasil
depois da anistia, já casado, assume a
direção de O Jornal e do Diário da Noite e colabora
com a revista O Cruzeiro. Enfrenta a censura do Estado Novo, escreve
diariamente contra as ditaduras nazista e fascista e, no Natal de
1944, é preso novamente pela polícia da ditadura. Libertado,
continua na luta contra Vargas, contra quem escreve até o
fim do Estado Novo.
Em 1948 integra
a delegação brasileira enviada a Paris
para a Assembléia da ONU. Em 1951 ingressa na Academia Brasileira
de Letras, sendo eleito seu presidente em 1958, cargo que ocupou
até a morte, a 13 de setembro de 1993. Nesse período
Athayde multiplicou várias vezes os bens da Academia e construiu
o grande prédio de 23 andares, hoje dominado Palácio
Austregésilo de Athayde, que constitui a base sólida
do patrimônio da instituição.
O fato de ser
administrador da ABL não impediu de continuar
seu trabalho nos Associados, onde desfrutava da confiança
absoluta de Assis Chateaubriand – que o inclui entre os condôminos
dos Diários Associados – e muitas vezes discordava,
no seu artigo assinado, das opiniões de Chatô e da própria
linha editorial dos Associados. Em 1952 recebeu o Prêmio Maria
Moore Cabot, da Universidade do Columbia.
Athayde sempre
escreveu contra a interferência dos militares
na política. Embora civilista, aprovou o movimento militar
de 1964 por temer que a situação do País levasse
ao desmembramento da Federação. Mas no dia 3 de abril
daquele ano publicou enérgico artigo pedindo anistia para
os derrotados e a devolução do poder aos civis. Amigo
pessoal do presidente Castelo Branco, não se sentiu por isso
impedido de criticar duramente a lei de imprensa enviada por ele
ao Congresso e de escrever contra a “Constituição” de
1967. Em seus artigos pediu eleições diretas, combateu
os Atos Institucionais e defendeu jornalistas perseguidos. Nesse
período escreveu mais de cinqüenta artigos pedindo a
liberdade de imprensa.
A 10 de dezembro
de 1978 Austregésilo de Athayde – então
o único sobrevivente dos que trabalharam na redação
da Declaração Universal dos Direitos do Homem – recebeu
carta do presidente Jimmy Carter, dos Estados Unidos, com palavras
de estímulo: “Em nome do meu país, aproveito
esta oportunidade para aplaudir seu papel na elaboração
de tão importante documento e saudar a liderança vital
do Brasil nesse empreendimento”.
Em
1990 Athayde foi eleito presidente do
Jornal do Commercio por seus pares de
Condomínio Associado. Além
de administrar a empresa, seu editorial
diário orientava a posição
dos demais jornais associados. Até
duas semanas antes de morrer, em setembro
de 1993, escrevia não só
o editorial, mas também o boletim
internacional e o artigo diário,
reproduzido em vários outros jornais.
Acumulava o trabalho no Jornal do Commercio
com o de administrador da Academia Brasileira
de Letras e mantinha intensa vida social,
pronunciando palestras, aulas e conferências,
geralmente versando sobre Direitos Humanos,
no Brasil e no mundo. (C.S.)
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