Tecido
Social
Correio Eletrônico da Rede Estadual de Direitos Humanos
- RN
N.
009 – 08/11/03
O
Brasil racista e Lula
Jurema Werneck condena declaração do presidente na Namíbia e diz que é
necessário ser vigilante diante do preconceito.
Por Soraya Misleh
da www.ciranda.net
Feminista negra, engajada nas lutas anti-racistas e anti-sexistas,
Jurema Werneck condenou, durante a conferência "Superação
do neoliberalismo por meio de projetos democráticos, populares,
não-sexistas e anti-racistas de desenvolvimento sustentável",
a declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
em sua viagem à África. O mandatário do Brasil afirmou quem chega em Windhoek (capital da Namíbia) não parece que está
em um país africano. Poucas cidades do mundo são tão limpas,
tão bonitas arquitetonicamente e têm um povo tão extraordinário
como essa cidade".
Coordenadora da ONG Criola, Werneck arrancou aplausos da platéia,
ao enfatizar que, para combater e desmascarar o preconceito,
"precisamos ser nossos próprios porta-vozes". A palestra
foi realizada no Mineirinho, na manhã de sábado, dia 8, como
parte da agenda do Fórum Social Brasileiro.
Lembrando a face racista que envergonha o País, ainda na ocasião,
a ativista destacou: "O desafio que está colocado ao Governo
Lula é desenvolver políticas efetivas pela igualdade racial."
À superação desse quadro, que amplia a desigualdade e promove
a injustiça social, ela colocou as sugestões presentes na "Constituição
de Quilombos", ressaltando que a possibilidade de mudança
surge da experiência da população negra. Entre as propostas,
a recusa da subordinação e recuperação da eqüidade, inclusive
de gênero, e do poder das palavras, que propiciam a ação.
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