Francisco
de São José, o Chico
Prego
Dança
do Chico Prego (Afro-brasileiro) -
Maurício de Oliveira
Nossos agradecimentos a Sebastião
Oliveira, músico e compositor
, filho do autor Maurício de
Oliveira, por nos ceder a cópia
da música em mp3
Chico
Prego
Tudo Começou
Pela estrada Mór.
Nos porões de um navio
Que carregava negros
Aquele angolano,
Vindo de outro lugar.
Peça valiosa, na gíria,
negro forte!...
Que do trabalho, nunca cansou...
Um negro aveludado, cabelo pixaim,
em plano reto.
Foi o pregão que o feitor de bordo
anunciava,
"Chico Prego"!..
Aliás não era angolano,
Era escravo das Minas.
Diziam : "Que era tão bravo
aquele homem,
que onde não chegava com os braços,
chegava com o nome".
Tal qual aquele menino,
De canelas finas Guerreiro... que nos canaviais,
Nas terras, cafezais,
Deixou seu suor, semente viva!
Impetuoso, destemido, altivo, o defino.
Hoje Mártir, que não sabia,
As pregadas do destino!...
Foi quando na fé,
Buscou a liberdade!
A história mostrou o resultado,
"Aquele mutirão de irmãos
negros",
construindo a igreja de São José
do Queimado.
Buscavam a alforria
Ser livre era um de seus sonhos,
Os escravos tinham pressa,
Veio o "Conto do Vigário"
A negociação da promessa
Foi tão bela a construção,
Mas foi maior a angústia,
A dor do desespero em vão!
E o pulsar do sangue quente,
Fez nascer conspiração...
Nossos irmãos foram livres, quando
abraçaram a morte!
O poder do opressor, com torturas foi mais
forte.
Mas o exemplo de amor pela causa, está
em nós,
E fez nascer na história seus heróis...
Chico Prego não se entrega,
Não se rende para capataz algoz.
Seu martírio foi tão triste,
seu exemplo foi princípio,
Que não cala nossa voz.
E assim cumpriu-se a história
De bravura e coragem de um homem.
Que defendeu sua raça,
Deixando em letras de sangue,
Dignidade, Igualdade, Liberdade e Nome...
Teodorico Boamorte
Setembro de 2002
Serra |