Capitulo 
                                      III
                                      A Insurreição de novembro 
                                      de 1935 
                                      3.6 
                                      - A articulação dos levantes 
                                      nos quartéis do Nordeste
                                      3.6.3 - Ceará
                                    No Ceará o partido 
                                      comunista não tinha organizado células 
                                      no 23 Batalhão de Caçadores, 
                                      e tampouco a ANL, no período da legalidade. 
                                      No entanto, o comitê regional do partido 
                                      comunista tinha um plano, traçado 
                                      em consonância com as peculiaridades 
                                      locais. Como Não haviams militantes 
                                      comunistas no quartel , o que tornaria improvável 
                                      o êxito de um levante armado, arregimentariam 
                                      o maior número de civis possivel 
                                      para invadirem o quartel.
                                     O comiTê regional 
                                      do partido era constituído por Amarolino 
                                      Miranda, que veio para o Ceará em 
                                      substituição a um militante 
                                      conhecido como “Xavier”, após 
                                      a decretação da ilegalidade 
                                      da ANL(que por sua vez, havia substituido 
                                      Adelino Deícola dos Santos, que havia 
                                      ficado no Rio de Janeiro) Manoel Feitosa, 
                                      Vicente Brito, Carlos Schimidt, Luiz Manoel 
                                      e Miguel Pereira Lima.
                                     Poucos dias antes do levante 
                                      de Natal, em meados de novembro de 1935, 
                                      numa batida de rotina, a policia prende 
                                      Amarolino Miranda que, em interrogatório, 
                                      acaba confessando a existência de 
                                      uma “plano revolucionário”. 
                                      A policia passa então a seguir Luiz 
                                      Manoel dos Santos e Miguel Pereira Lima. 
                                      
                                     Quando ocorre a insurreição 
                                      do 21 BC em Natal e a consequente tomada 
                                      da cidade, o partido se reune para avaliar 
                                      a situação, pois fora pego 
                                      de surpresa. O 23 BC já tinha entrado 
                                      de prontidão, o que tornava impraticável 
                                      tentativas de invasão, uma vez que 
                                      o numero de civis armados eram poucos(o 
                                      23 BC já no dia seguinte, rumo em 
                                      direção a Natal, ocupando 
                                      facilmente no dia 25 a cidade de Mossoró). 
                                      A decisão era para que os militantes 
                                      fossem para o interior do Estado “a 
                                      fim de estabelecer guerrilhas e se fortalecer 
                                      para um assalto eficiente a capital ”. 
                                      Inicialmente foram para uma praia , onde 
                                      organizaram um grupo denominado “R 
                                      5”. Embora não se organizassem 
                                      como guerrilha e muito menos tivessem quaisquer 
                                      condições de empreender um 
                                      “assalto eficiente a capital”, 
                                      pelo menos serviu de abrigo a muitos foragidos 
                                      tanto de Fortaleza, quanto do Piauí 
                                      e Rio Grande do Norte.
                                     Luiz Manoel e Miguel Pereira, 
                                      logo após essa reunião, continuam 
                                      sendo seguidos pela policia que, com as 
                                      informações de Natal, recebem 
                                      ordens de prendê-los. Ao receberem 
                                      voz de prisão reagem à bala 
                                      e, após intenso tiroteio, são 
                                      mortos pela policia.
                                     Mesmo não se registando 
                                      qualquer movimento, tanto na capital quanto 
                                      no interior, a policia do Ceará ainda 
                                      indicia e prende 64 pessoas.
                                    ^ 
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