| Polícia e Direitos Humanos: 
        do Antagonismo ao Protagonismo
 Guia para membros de ONGs que 
        desejam criar programas
   PREFÁCIO   O Guia de Educação em Direitos Humanos para Policiais 
        é uma sólida contribuição à defesa dos direitos fundamentais do ser humano 
        e à melhoria das relações entre a polícia e o cidadão.   O livro não é de contestação, mas de colaboração. 
        Pretende semear o solo para uma relação mais digna entre policiais e cidadãos, 
        em que aqueles não deixem de prestar o serviço de segurança, para o qual 
        sua vocação os leva, e estes estejam assegurados, de um lado, de proteção 
        real e, de outro, de que não haja violência contra suas prerrogativas 
        constitucionais.   O ambiente de mal estar, que caracteriza a falta 
        de valores da segunda metade do século e que se espalha pelo mundo inteiro, 
        tem instituído um clima de permanente tensão entre policiais e criminosos, 
        com excessos que terminam por atingir a parte não conflituosa da sociedade. 
          À evidência, em momentos de intensa conturbação, 
        falar em moderação pode parecer falar liricamente sobre temas que exigem 
        ação e não discursos.   Não é o caso, entretanto, do livro que prefácio, 
        com muita alegria.   Este útil trabalho se destina exatamente a demonstrar 
        a possibilidade desta luta, em termos redutores de tensão, que terminam 
        inclusive por desincentivar a própria violência dos malfeitores. Aproveitando 
        a experiência mundial dessa convivência, o guia destaca o papel relevante 
        que as ONGs (Organizações Não Governamentais) poderão exercer, servindo 
        de receituário para educação de cidadãos e policiais na construção de 
        uma sociedade mais justa, menos violenta e com menos agressões aos direitos 
        fundamentais.   Nada obstante um enfrentar, algumas vezes, a questão 
        de forma diferente do autor, não há que se negar sua decisiva colaboração 
        à edificação de uma sociedade mais humana.   A luta por melhores condições de vida, mais justiça 
        social, melhores relações entre governantes e governados, passa necessariamente 
        por uma educação maior dos que devem ofertar segurança à sociedade e melhorar 
        condições para reaproveitamento futuro do condenado à vida nos concernes. 
        E,  por isto, há necessidade desse 
        esforço da sociedade em colaborar com a polícia, mormente levando em conta 
        a aspiração de todos, de que os direitos fundamentais do ser humano sejam 
        assegurados.     Espero que o excelente Guia estimule iniciativas 
        semelhantes e que se possa fazer do Brasil de amanhã, um Brasil melhor 
        que o de hoje.   Ives Gandra da Silva MartinsMembro da Anistia Internacional
 e Professor  Emérito  da Escola 
        de
 Comando e Estado Maior do Exército
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