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História dos Direitos Humanos no Brasil
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Movimento Nacional de Direitos Humanos

 

 

 

 

1982 | 1983 | 1984 | 1986 | 1988 | 1990 | 1992 | 1994 | 1996
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1982
I Encontro Nacional de Direitos Humanos do MNDH
1982 , Petrópolis-RJ

 

RIO BRANCO – ACRE

Centro de Defesa dos Direitos Humanos

1. Campo de atuação – Problemas de terra, moradia, família, trabalho, situação dos estrangeiros, índios, despejos, desapropriações, indenizações – Acompanhamento e encaminhamento jurídico.

— Educação política nas Comunidades através de reuniões mensais...

— Colaboração com o Boletim “Nós Irmãos” da Prelazia.

— Colaboração com outras entidades: Movimento de Defesa da Amazônia; Associações, Sindicatos, CIMI etc.

2. Um caso concreto: MORADORES DE RIO BRANCO RESISTEM SEIS DIAS CONTRA AÇÃO DE DESPEJO.

O problema da terra é o que mais está castigando milhares de famílias na cidade e no campo, aqui no Acre. Traz insegurança. Provoca conflitos, expulsões e despejos. I~ o responsável pela inchação das periferias das cidades, é a causa das invasões de terrenos urbanos.

É o caso do TRIÂNGULO-NOVO, em Rio Branco. Área alagadiça, abandonada, onde a população viu que podia ficar pelo menos no verão. Assim fala uma moradora:

“Tudo começou pela abertura de vendas das terras acreanas no governo de Wanderíei Dantas e os seringueiros continuaram sem ter atenção justa por nenhum outro governo. Antes vivíamos mal, mas a partir dai a situação foi piorando cada vez mais. Podemos dizer que hoje estamos na miséria. Somos marginalizados, não sabemos trabalhar na ‘cidade e nem há trabalho, com muitos filhos pra criar”.

Pelo ano de 1977, a área do Triângulo-Novo foi limpa, construídas casas muito pobres, com refugos de madeira, cercadas de papelão ou de lençóis.

Depois que as famílias, com seu próprio esforço, beneficiaram a área, aquele que se diz proprietário levou o caso para a justiça e foi dada a ordem de despejo. Para onde ir? como sair? A única saída foi resistir diante da polícia fortemente armada e das máquinas que estavam prontas para derrubar as casas.

Foi organizada a comissão do bairro para fazer ruas, melhorar a área e conquistar seus direitos. A resposta das autoridades foi que nada podiam fazer e que os moradores deviam se arranjar por conta própria.

Em fevereiro de 1981 o despejo foi suspenso, a sentença foi anulada. 11 o que conta essa música do Monteirinho, sanfoneiro, morador do Triângulo Novo.

O DESPEJO

De (Monteirinho)

Nesta cidade o povo, sabe o que aconteceu

No bairro Triângulo-Novo, um despejo comoveu.

Mas gorou dentro do ôvo pois o povo não correu,

O tratorista e a PM foi quem desapareceu

o dono deu um ataque, quase ainda que morreu.

Grande foi naquele dia, a tristeza e aflição uns choravam e outros sorriam,

mas todos em união.

Uma criança morria dentro de um cacimbão

Lá mulher teve aborto, mas a luta não parou,

e eu duvidava quem derrubava

as casas com trator.

Foi marcado o julgamento,

para o mês de fevereiro,

o povo embora pobre, mas todos compareceram

advogado Arquilau, com o povo amigo seu,

mas a quem nós esperava logo um dente lhe doeu,

e a buchexa ficou grande,

e o homem não apareceu.

Diante de tanta demora, foi tanta perseguição,

foi fumbesa e puxa-saco atentando a comissão,

na TV, Jornal e rádio nos faziam acusação,

até ônibus lá puseram a nossa disposição,

pra nós por no Quinari, mais não houve jeito não.

Dizoito de fevereiro, a coisa já melhorou,

o salão ficou lotado, tanta gente que chegou,

nas janelas e pelos lados até pelo corredor,

terminou, mas não soubemos

a linguagem do doutor,

sem saber dos três a zero

3 x O foi que Arquilau falou.

Explodiu-se animação, em toda gente que tinha,

cantavam, batiam palmas, fizeram até festinha,

foi fogos, abraços e beijos,

talvez bolos e até galinha.

A união nos fez a força, a Igreja é nossa amiga

Centro dos Direitos Humanos

que a todos apazigua.

Damos nossa gratidão, a toda estas gente amiga.

. . .

Mas a população continuou insegura e cerca de 500 famílias, abrangendo 2.500 pessoas, voltaram a sofrer ação judicial de despejo, no julgamento do dia 9 de dezembro de 1981, foi decidida a ação de despejo, que prolongou-se de 11 a 15 de dezembro, sem que tivesse sido providenciado um local de moradia para estas famílias.

A policia militar e policia federal invadiram a área; foi uma repressão muito forte, muitas pessoas espancadas.

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