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História dos Direitos Humanos no Brasil
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1982
I Encontro Nacional de Direitos Humanos do MNDH
1982 , Petrópolis-RJ

 

JUIZ DE FORA – MG

Centro de Defesa dos Direitos Humanos

 

A idéia de se criar uma entidade que defendesse os direitos humanos nasceu numa viagem de Pe. Jaime Snoeck e Celso Matias ao Rio. A idéia ficou latente. Em meados de 1980 o Pe. Jaime telefonou a Suzana dizendo-lhe que ele, Celso, Itamar Bonfati e Francisco já haviam pensado na idéia de se criar em Juiz de Fora um grupo semelhante ao que existia em Petrópolis. E podendo contar com o grupo que vinha quinzenalmente a Petrópolis, ele se animou:

Hoje o CDDH-JF conta com 42 elementos e tem como assistente o Pe. Jaime.

No início nossas reuniões se realizavam na igreja da Glória. Eram cansativas, sem muita objetividade. Foi difícil caminhar. Eram reuniões semanais. Finalmente partimos para fazer o Estatuto a fim de registrar a entidade. 

Atividades do Grupo 

No dia 4 de julho de 1980 – convite para coordenar Missa da Globo. Aceitação sob influência das palavras de Paulo Daher e Frei Leonardo Boff. início, dia 7 de setembro, numa linha libertadora. Frei Leonardo celebrou a segunda, dia 14 de setembro.

Dia 15 de outubro (dia de Sta. Teresa de Ávila) fui importantíssimo para nós. Convidamos a todos os interessados a irem à nossa reunião — quando seria lançado oficialmente o CDDH. Foi após a palestra de Frei Betto no Carmelo. E quase todos que aí estavam foram á igreja da Glória (em Juiz de Fora os movimentos mudam os nomes, mas os integrantes são sempre os mesmos). Foi lido o Estatuto e aprovado, e o Centro foi registrado (mesmo assim o Prefeito o taxou de «entidade fantasma»). 

Atividades em 1981 

No dia 14 de março, filme «A Classe Operária vai para o Paraíso» com a participação maciça do CDDH, do Grupo Ação, Justiça e Paz de Petrópolis, da ACO e Renovação Cristã (RC).

Lemos várias notas pela imprensa hipotecando solidariedade ou protestando contra injustiças.

a) No caso da bomba na OAB.

b) Associação dos Professores do Ensino Superior da UFJF.

c) Contra demissão do Pres. da ATRAM (Associação dos Trabalhadores Municipais).

d) Contra a atuação da ROTAM (Rondas Táticas Metropolitanas).

e) Na prisão de duas pessoas que estiveram na reunião da CUT (Central Única dos Trabalhadores): Ney Jacinto (que previu uma hecatombe) e Henrique Delvaux (este último membro do CDDH).

Enquanto Ney (membro do PDT) esteve preso, as portas do CDDH estiveram abertas para uma Vigília que congregou várias entidades ligadas à Igreja, a Partidos, etc.

Escrevemos a: a) Dom José Patrick, b) aos Pes. franceses e aos 13 posseiros, c) ao Juiz de Menores sobre a situação deplorável do CEPROM

— Centro de Triagem de Menores que estava funcionando como orfanato sem as mínimas condições e sem pessoal especializado, ocorrendo barbaridades como por exemplo estupro de crianças de 4 anos; d) ao Procurador Geral da Justiça Militar no STM.

Mantivemos plantões para atendimento das pessoas que se sentiam lesadas em seus direitos. Neles tomamos conhecimento e encaminhamos para nosso advogado problemas relacionados à assinatura de Carteira de INPS, desquites, desapropriações, etc. Esse advogado era elemento do Centro e recebia pequeno honorário para nos ajudar. Depois mudou de atividades e atualmente estamos sem advogado.

O CDDH foi abrindo espaços para o entrosamento de vários setores do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral. Este entrosamento aumentou com a transferência da sede para a Catedral. Os setores do Secretariado são: Renovação Cristã, Pastoral Carcerária, Pastoral Operária, Past. da Juventude (principalmente de grupos da periferia), Pastoral de Saúde. Estes movimentos se entrosaram de modo especial por ocasião do filme «A Classe Operária vai para o Paraíso» quando, além do filme, houve um almoço com os componentes da mesa-redonda (que eram elementos do Secr. Arquid. Pastoral e outros) e o Grupo Ação, Justiça e Paz de Petrópolis; houve também uma mesa-redonda à tarde. Este entrosamento se intensificou na Missa do Domingo de Ramos transmitida pela TV, quando foram convidados para Apóstolos os membros do SAP. Intensificou-se mais com a CF-81, quando do CDDH nasceu a Pastoral da Saúde. Na Missa de 1~ de Maio o CDDH esteve ao lado da ACO e do Grupo de Jovens que se dedica a Teatro na periferia. Essa Missa culminou com nossa expulsão da Globo, expulsão essa que provocou uma repercussão da mesma muito maior do que desejávamos. Vários movimentos escreveram a Dom Juvenal Roriz questionando sobre sua atitude duvidosa. Esses movimentos foram ACO, MFC, RC, CDDH.

Um fato curioso após a transferência de nossa sede para a Catedral foi que no dia seguinte à nossa primeira reunião no SAP, este amanheceu todo desarrumado, mas sem sinal de arrombamento. Inclusive o dinheiro não foi tocado. Isto provocou uma atitude de Dom Juvenal que desta vez se manifestou a nosso favor.

Jovens que se dedicavam no trabalho aos detentos foram com o CDDH pedir a Dom Juvenal a criação da Pastoral Carcerária que infelizmente ainda não foi reconhecida pelas autoridades locais.

Temos procurado dar força á Pastoral da Juventude e ao Jornal Unibairros, que estão trabalhando muito unidos ao CDDH, embora sejam autônomos. Se aparentemente não estávamos fazendo muita coisa, alguns se sentiam incomodados, pois o carro do Secretário Geral Celso Matias teve seus vidros quebrados e o sogro do mesmo secretário ameaçado de morte. Como se vê, Juiz de Fora está fazendo jus ao titulo de berço do Golpe de 64.

Em novembro houve em JF a primeira Assembléia Arquidiocesana — primeira vez que os leigos foram ouvidos. A ACO, RC, Pastoral de Saúde, Pastoral Carcerária, Grupos de Jovens, elementos das Paróquias que estavam freqüentando conosco o Curso «Religião e Transformação Social» em Petrópolis e o CDDH conduziram os rumos da Assembléia; saímos mais unidos e criamos o Grupo de Leigos, que segundo Dom Juvenal «se reúne clandestinamente».

Na comemoração do 330 aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos promovemos unia palestra do Prof. Dalmo Dallari em Juiz de Fora, e depois num jantar intimo vários elementos do SAP se encontraram. Mandamos também cartas a todos os bispos do Brasil falando sobre as duas leis do salário-desemprego – das quais soubemos da existência numa das palestras do curso «Religião e Transformação Social». Bem como espalhamos entre os operários 5.000 cédulas falando sobre as mesmas.

Auxiliamos um casal uruguaio refugiado no Brasil a legalizar sua situação, dando-lhe Cr$ 12.000,00 para a passagem até o Uruguai.

Juntamente com a ACO e a Pastoral de Saúde, o CDDH redigiu e imprimiu 12.000 exemplares da Novena de Natal-81 em cuja capa mencionávamos a lei salário-desemprego. Esta Novena agradou o povo uma vez que se baseou na realidade de Juiz de Fora.

Nossa grande atuação foi no despejo da Vila da Prata.

Hoje estamos atuando para evitar ou conseguir moradias condignas para favelados de mais 12 lugares que serão desapropriados.

Estamos redigindo a Cartilha Política que será submetida à aprovação de Dom Juvenal.

Estamos participando da redação do texto para as reflexões de grupo da CF-82.

Pretendemos criar a Comissão do Solo Urbano para estudo e atuação adequados.

Promovemos com os setores da SAP unia confraternização de Natal.

Enfim, estamos nos questionando se somos um local de auxilio aos movimentos ou um movimento – mas a verdade é que estamos ai.

— Juiz de Fora, 19 de janeiro de 1982.

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