Podemos
Construir Relações de Gênero Igualitárias, Solidárias e
Democráticas?
Fruto das relações
de gênero desiguais durante um longo período de tempo as
mulheres mantiveram-se em atividades restritas ao espaço doméstico.
Não participavam do mercado de trabalho, de movimentos sociais
reivindicatórios e nem votavam.
Muitas dessas
barreiras já foram vencidas e, hoje, as mulheres já estão
organizadas em muitos movimentos. Mas nossa sociedade continua
organizando esses espaços, assim:
Rua = espaço público,
da liberdade, da política e da criação, espaço do homem; o
homem é o rei; (no trabalho, nos sindicatos, partidos e
movimentos).
Casa = espaço
privado, do cotidiano, da rotina, do afeto, espaço das mulheres;
a mulher é a rainha.
Ainda diz-se que
aquilo que acontece entre um homem e uma mulher entre quatro
paredes pertence apenas a eles (tem um provérbio popular que diz
que em briga de marido e mulher não se mete a colher!).
Mas será que só
o espaço público das ruas e das praças são o espaço da política?
Ou a família, a casa também são?
Para criarmos
relações de gênero democráticas, solidárias e igualitárias
é fundamental revertermos essa separação entre o público / político
e o doméstico, fazendo com que o espaço da rua e o espaço doméstico
sejam divididos por homens e mulheres com o objetivo de provocar
mudanças nas relações sociais estabelecidas. Nesse processo,
transformando a casa, (englobando a sexualidade, violência,
maneira de educar os filhos ...) em uma questão política
essencial para provocar mudanças sociais significativas.
Afinal, não
queremos espaço público sem afeto e nem espaço doméstico sem
política.
Discutir
estas questões, também, é transformar as relações de gênero.
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