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Cidadania global 


Cândido Grzybowski 


Todos fomos atingidos pelos terroristas que jogaram os aviões contra as torres gêmeas do World Trade Center. Nos milhares de mortos e feridos, na devastação física de uma referência arquitetônica cheia de significados, um pouco de nossas vidas também foi destruído. Nova Iorque é uma espécie de porta aberta para a diversidade do mundo, com metade de seus habitantes nascidos fora dos Estados Unidos. São pessoas de mais de 150 diferentes nacionalidades, um genial experimento humano de convívio da diversidade. Os terroristas visaram um dos símbolos do capitalismo americano, mas atingiram em cheio a humanidade. 
E agora? Sentimentos de ódio e vingança estão tomando a dianteira. Parece que a solidariedade que os ataques revelaram, ela também global e diversa, não está sendo forte o suficiente para apontar saídas. O establishment econômico e político dos EUA parece dar razão aos terroristas: olho por olho, dente por dente. Não importa se inauguramos um século sem paz à vista. Importa afirmar supremacia, ir até o fim no aniquilamento. De quem, mesmo? De um inimigo da humanidade inteira, mas inimigo de tipo novo, invisível, sem rosto, sem nacionalidade, sem lugar ou comunidade, fanático o suficiente para transformar o próprio corpo em arma de morte. E se for preciso, fabricam-se os inimigos. O espírito de vingança alimenta-se na arrogância do poder econômico, tecnológico, político e militar, atiçado agora pelo ataque e pela estratégia isolacionista do governo W. Bush. 

Junto-me a toda uma corrente que se recusa a aceitar a lógica do terror e da guerra como única saída. A paz é condição para a democracia e o desenvolvimento sustentável. Um outro mundo é possível, sem os horrores do terror ou da guerra, desde que nos engajemos na sua construção. E temos trunfos que as gerações passadas não tiveram. 

Sem dúvida, divergimos quanto à globalização dominante, desregulada sob o jugo das forças do mercado. A eloqüência das ruas na crítica do que está aí só não ouve e entende quem se recusa a reconhecer que negócios acima de gente, o econômico contra o social, é situação insustentável. Tal onda contestatória da globalização mercantil não pode ser confundida com as respostas autoritárias e terroristas de fundamentalistas. Com a onda global contestatória, nasce uma enorme possibilidade histórica. Ela reivindica participação e direitos de cidadania para a humanidade inteira como condições da globalização. Pela primeira vez, a consciência comum de humanidade na diversidade supera o nacionalismo fragmentador e isolacionista. Teria outra explicação a enorme onda de solidariedade com aquelas pessoas de Nova Iorque que tomou conta do mundo na semana que passou? 

Junto com a consciência de humanidade desenvolve-se uma consciência do planeta compartido. Somos interdependentes e isso é uma força construtiva nova. É ela que dá um sentido radical à idéia de democracia e sustentabilidade. Nesse pilar é possível combater o terror de todo tipo e construir a paz duradoura. Mas é preciso reconhecer que a opção militar não é a única. O diálogo, o fortalecimento do multilateralismo, a reconstrução de instituições globais democráticas, o Tribunal Internacional, o primado dos direitos universais com busca de eqüidade, estão ao nosso alcance. Chega de racismo e ódio. 

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Cândido Grzybowsky é sociólogo, diretor do Ibase 

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