O
Mapa dos Direitos Humanos do RN
Construindo Direitos G(L)ocais em um Mundo Global
Roberto
Monte*
Temos um
grande desafio nos dias de hoje: como ampliar a luta pelos direitos
e desejos humanos, como levar todas essas gerações
de direitos aos mais de 5.560 municípios de nosso país?
Prosseguir
no desafio, desdobrar os avanços que aconteceram após
a Campanha pela Anistia e na construção democrática
a partir de 1988, quando a idéia de criar uma cultura
de direitos humanos germinou com mais rapidez.
Sem esquecer
o dado histórico de que um amplo e vasto conjunto de
movimentos e atores sociais constroem essa grande teia de cidadania,
o movimento nacional em prol dos direitos humanos no Brasil.
Já
em 1993, tivemos a Conferência de Viena e no seu desdobrar-se
em Programas de Direitos Humanos a nível nacional (PNDH
I e II) , estaduais e municipais, seguidos de Conselhos de Direitos
Humanos englobando a sociedade civil e parceiros estatais, além
das Comissões Legislativas Estaduais e Municipais, que
criaram suas Comissões de Direitos Humanos enquanto Comissões
Permanentes.
Em 2004
tivemos a IX Conferência Nacional de Direitos Humanos
já pensando a construção de um Sistema
Nacional de Direitos Humanos, um espécie de SUS dos DH,
sempre naquele clima de desdobramento, afinal de contas, se
temos um Sistema Global de Direitos Humanos(ONU), Sistemas Regionais(Europeu,
OEA e Africano), qual a razão de não existirem
Sistemas Nacionais, Estaduais e Municipais também?
Nesse
diapasão o CDHMP -Centro de Direitos Humanos e Memória
Popular transforma-se em Rede Estadual de Direitos Humanos e
vai para as ruas, pega a idéia de Marcos Rolim na Comissão
de Direitos Humanos da Câmara Federal e invade o Rio Grande
do Norte com suas Caravanas de Direitos Humanos, com muito teatro
de rua e animação lançando a seguinte palavra
de ordem:
“Direitos Humanos para todos os Potiguares!!!”
Além
das Caravanas de Direitos Humanos, ir beber na fonte, na mais
pura expressão da Teologia da Libertação,
é também necessário ousar para conquistar
corações e mentes e nesse intuito que criamos
e avançamos na DHnet - Rede de Direitos Humanos e Cultura
e o jornal online Tecido Social.
A idéia
de uma Rede Estadual de Direitos Humanos, englobando uma unidade
da federação vai tomando corpo mas é necessário
avançar nas ferramentas metodológicas e eis que
entre 2004/2005 surge após vários anos de discussões,
um arcabouço de planejamento estratégico, uma
Arquitetura Global da Rede Estadual de Direitos Humanos/CDHMP,
pensando ousar(ousar siempre) a questão dos direitos
humanos no estado do Rio Grande do Norte para os anos de 2006
a 2016, sem perder de conta que em 2008(dez anos após
o seu lançamento, diz o mesmo) teremos a revisão
do Programa Estadual de Direitos Humanos do estado do Rio Grande
do Norte e em 2007 estaremos percorrendo todo o estado discutindo
e construindo o Plano Estadual de Educação em
Direitos Humanos, também um desdobramento em termos de
unidade federativa do Plano Nacional de EDH que será
lançado em setembro próximo.
Não
esquecer também da nossa Rede Inter-Estadual de Direitos
Humanos que estamos compondo, incluindo inicialmente os estados
do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará, sonho
sonhado inicialmente através do nosso Observatório
do Turismo Sexual Infanto-Juvenil de Italianos que começou
como do RN e tornou-se Brasil, Nordestino.
Saltos mais
ousados nos levam para países lusófonos, a Cabo
Verde, a Portugal, a Angola, retomando nossos elos com a Mãe-África
Como se
vê, as ditas condições objetivas vão
sendo construídas e a partir de agora com tais ferramentas
e sentimento de mundo, é necessário e fundamental
mapear o Rio Grande do Norte na questão dos Direitos
Humanos, sem esquecer as nossas tradicionais pitadinhas de arte
e cultura e memória histórica.
Mapear o
Rio Grande do Norte nas suas mais diversas dimensões
e indicadores, sair de um IDH -índice de Desenvolvimento
Humano que pense o Brasil, chegue ao Rio Grande do Norte e a
totalidade de seus municípios e tranforme-se em IDH-M
índice de Desenvolvimento Humano Municipal.
Experiências
no país inteiro estão aí para a gente ver,
mas existem outros pontos a mirar e a refletir: cidades de direitos
humanos estão sendo construídas, é necessário
avançarmos na discussão para a criação
do Conselho Municipal de Direitos Humanos para Natal e mesmo
para a Grande Natal e lá vem de novo aquela onda de programas,
conselhos, comissões, ouvidorias, etc.
Perseguir
Sonhos e construir Redes, fazer um
laboratório de Insurreição Imaginativa,
Uzinando Utopias e Sintonizando Paixões, não esquecendo
jamais que
A Luta contra o Poder é a Luta da Memória contra
o Esquecimento
Esse é
o nosso desafio, juntar saberes e mentes para re-pensar os indicadores
de nosso estado, aglutinar tudo que fizemos até hoje
em uma grande matriz que pense Direitos G(L)ocais em um Mundo
Global e para tanto, muito em breve colocaremos em nossa DHnet
e no Tecido Social o que é o nosso Mapa dos Direitos
Humanos do RN.
Como diz
aquela música de Ana Carolina, é isso aí
e aqui estamos, abertos em conhecer realidades e interagir com
todos nesse país, que acreditam que
Um outro
mundo é possível, com pitadas de direitos e desejos
humanos!!!
* Coordenador
da Rede Estadual de Direitos Humanos do Rio Grande do Norte
e criador da DHnet - Rede Direitos Humanos e Cultura
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