Militantes
Brasileiros dos Direitos Humanos
João Baptista Herkenhoff
Libaneses no Brasil
Se dependesse dos judeus brasileiros,
dos palestinos brasileiros e dos libaneses brasileiros
não estaria havendo essa guerra terrível
e injustificável no Oriente Médio.
Os descendentes destes povos vivem em absoluta
harmonia no nosso país. Os diálogos
de paz que estão ocorrendo nos blogs da
internet, com a participação de
brasileiros dessas três origens, demonstram
claramente isto.
Se
dependesse dos artistas, esta guerra nem teria
começado. O manifesto dos cineastas judeus
contra a política assumida pelo seu país
prova este fato.
Deploro
o ataque ao Líbano, pelas forças
militares de Israel. Mesmo numa guerra não
se toleram ataques a alvos civis, com o sacrifício
inclusive de crianças. Deploro que o governo
israelense coloque óbices a que a nação
palestina exerça seu direito de constituir-se
em Estado soberano e de viver em paz, uma das
causas latentes e permanentes do conflito árabe-judeu.
Tenho
uma história pessoal de simpatia para com
o Estado de Israel. Jovem estudante, naquele tempo
em que supunha que Cachoeiro de Itapemirim, minha
cidade natal, fosse a capital do mundo e que a
Casa do Estudante de minha terra fosse a caixa
de ressonância de todas as causas da Justiça,
defendi e fiz aprovar pelo plenário daquela
casa uma moção de júbilo
pela fundação do Estado de Israel,
baseando meu posicionamento no princípio
de que todos os povos têm o direito de se
constituir em Estados soberanos. Haveria de se
encontrar uma solução diplomática,
de modo que judeus e palestinos tivessem um pedaço
de terra que pudessem considerar chão de
sua Pátria.
Quanto
aos libaneses, são nossos irmãos,
tão integrados estão ao nosso país.
A
população de descendentes de libaneses
no Brasil passa dos sete milhões de pessoas,
um número semelhante aos habitantes do
próprio Líbano.
Os
primeiros que vieram escreveram aos seus parentes
contando da liberdade que gozavam, da fraternidade
que usufruíam, das oportunidades de trabalho
na nova terra. Muitos outros, atraídos
pelos relatos favoráveis, acompanharam
os pioneiros. Assim, principalmente no Rio e em
São Paulo, formaram-se núcleos de
“turcos” (nome carinhoso com que eram
chamados sírios, libaneses e palestinos).
Neste
momento de solidariedade ao Líbano, eu
me lembro de algumas famílias libanesas
radicadas entre nós. Pelo amor ao trabalho,
pela retidão, pela capacidade de servir,
muito contribuíram para o progresso deste
país. A citação é
apenas simbólica, ou seja, cada família
mencionada representa centenas de outras não
citadas. Mas quero nominalmente homenagear estas
famílias libanesas: Abib, Abdallah, Abouzeid,
Alcuri, Aun, Ayubi, Azziz, Buaiz, Carone, Chamon,
Chequer, Helal, Moysés, Murad, Nader, Rizk,
Saadi, Sader, Said, Saleme, Sharara, Simão,
Tanure. |