A Liga das Nações foi uma organização
internacional criada em abril de 1919, quando
a Conferência de Paz de Paris adotou seu
pacto fundador, posteriormente inscrito em todos
os tratados de paz.
Ainda
durante a Primeira Guerra Mundial, a idéia
de criar um organismo destinado à preservação
da paz e à resolução dos
conflitos internacionais por meio da mediação
e do arbitramento já havia sido defendida
por alguns estadistas, especialmente o presidente
dos Estados Unidos Woodrow Wilson. Contudo, a
recusa do Congresso norte-americano em ratificar
o Tratado de Versalhes acabou impedindo que os
Estados Unidos se tornassem membro do novo organismo.
A
Liga possuía uma Secretaria Geral permanente,
sediada em Genebra, e era composta de uma Assembléia
Geral e um Conselho Executivo. A Assembléia
Geral reunia, uma vez por ano, representantes
de todos os países membros da organização,
cada qual com direito a um voto. Já o Conselho,
principal órgão político
e decisório, era composto de membros permanentes
(Grã-Bretanha, França, Itália,
Japão e, posteriormente, Alemanha e União
Soviética) e não-permanentes, estes
últimos escolhidos pela Assembléia
Geral. Não possuindo forças armadas
próprias, o poder de coerção
da Liga das Nações baseava-se apenas
em sanções econômicas e militares.
Sua atuação foi bem-sucedida no
arbitramento de disputas nos Bálcãs
e na América Latina, na assistência
econômica e na proteção a
refugiados, na supervisão do sistema de
mandatos coloniais e na administração
de territórios livres como a cidade de
Dantzig. Mas ela se revelou impotente para bloquear
a invasão japonesa da Manchúria
(1931), a agressão italiana à Etiópia
(1935) e o ataque russo à Finlândia
(1939). Em abril de 1946, o organismo se autodissolveu,
transferindo as responsabilidades que ainda mantinha
para a recém-criada Organização
das Nações Unidas, a ONU.