| Jorge
          Abafador é condenado a 42 anos de prisão
 Juiz considerou o réu uma pessoa de "perfil
          psicológico voltado para o crime"  O
          tribunal popular confirmou ontem a condenação do policial civil
          Jorge Luiz Fernandes, o Abafador, como culpado da chacina de Mãe
          Luíza. Assim como no primeiro julgamento, ocorrido em maio deste ano,
          Jorge foi sentenciado a 42 anos de prisão pela morte das duas
          vítimas fatais do crime. Jorge já estava previamente condenado a 5
          anos pelos ferimentos causados em quatro pessoas relacionadas no mesmo
          episódio, por isso a pena total é de 47 anos. O
          advogado de defesa, Hercílio Sobral Crispim, informou que vai
          analisar se faz ou não um recurso para uma revisão do julgamento no
          Tribunal de Justiça. "Eu fui surpreendido. Não esperava tal
          resultado", disse o advogado.
           O
          julgamento aconteceu no fórum da Ribeira. Começou às 8h e terminou
          às 18h. Ao anunciar a sentença, o juiz Célio de Figueiredo Maia
          considerou o policial Jorge Abafador como uma pessoa de "perfil
          psicológico voltado para o crime", que agiu na "calada da
          noite", invadindo um lar de pessoas indefesas, enquanto elas
          dormiam.
           A
          Chacina de Mãe Luíza aconteceu na madrugada do dia 05 de março de
          1995. Um pistoleiro encapuzado invadiu o pequeno barraco da rua
          Florestal onde dormiam o traficante de drogas Roberto Nascimento, sua
          mulher, Maria Lúcia, um bebê recém nascido, filho do casal, e mais
          três adolescentes: Marlon Silva, Magali Helena e Ana Karla.
           O
          pistoleiro atirou em todos os ocupantes do barraco, matando
          instantaneamente o dono da casa Roberto Pezão. As outras pessoas que
          estavam no barraco também foram fuziladas mas conseguiram sobreviver.
          Uma vizinha que saia de casa no momento da chacina levou um tiro e
          morreu.
           Os
          sobreviventes acusaram Jorge Abafador pelo crime. Apesar da denúncia,
          o policial jura inocência. Ele está preso desde 1995 e responde a
          outros três processos de morte.
           Durante
          o julgamento o policial Jorge Abafador passou a maior parte do tempo
          com a cabeça baixa, sem querer expor-se aos fotógrafos. Por volta
          das 16h35min, colocou o rosto entre as mãos e chorou em silêncio.
           O
          advogado de defesa tem cinco dias de prazo para decidir se vai ou não
          recorrer da sentença. Durante este tempo o policial Jorge Abafador
          vai ficar preso na Delegacia da Cidade Satélite. Mas o local onde ele
          deverá cumprir a pena ainda não está definido. A decisão será do
          juiz da Vara de Execuções Penais, Carlos Adel. |