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EDUCAÇÃO E CIDADANIA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA

Heronilza Nascimento Castro e Silva[1]

            O CDHMP - Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Natal, dentre suas atividades, desenvolve desde 1991 um trabalho com a comunidade do bairro de Cidade da Esperança.

            Cidade da Esperança é uma comunidade que se distingue das demais por  certas particularidades. Primeiro conjunto habitacional do plano de construção da habitação popular da década de 60 do governo Aluízio Alves, contou com o financiamento do convênio MEC-USAID através da FUNDHAP (Fundação de Habitação Popular). Concluído em 1966, essa construção, foi mais um meio que a "aliança para o progresso" utilizou para contrapor através da doação de casas o clima reivindicativo dos anos 60 por reformas de base. Localizado na periferia da cidade, zona oeste de Natal, possui várias entidades e grupos populares com tradições e lutas. Se destaca também pela sua diversidade no movimento cultural, e, principalmente, por ser uma comunidade onde a violência, a segurança pública e a criminalidade, são questões discutidas por seus moradores.

            A intenção inicial do CDHMP, ao aproximar-se dessa comunidade, era a de desenvolver um trabalho de caráter formativo dentro de um leque de atividades que interligavam-se ao Comitê de Defesa da Vida[2]. E a temática a se trabalhar nesse processo formativo era a "cidadania e a segurança pública".

            A abordagem inicial concretizou-se através de um seminário realizado na própria comunidade onde participaram representantes de entidades locais. Destacamos a participação  dos grupos MOLEC - Movimento de Lazer, Esporte e Cultura da Cidade da Esperança e o Força e Participação, grupos que tornaram-se nossos parceiros na maior parte das atividades que desenvolvemos junto a comunidade.

            Em conjunto discutimos os problemas, os desafios e as perspectivas daquele bairro. Os aspectos destacados envolviam a discussão sobre a criminalidade e a violência, porém, os elementos até então apresentados ainda não eram suficientes para desenvolver o trabalho formativo que desejávamos. Foi então, como fruto do seminário, que surgiu a idéia da realização de uma pesquisa através da qual pudéssemos conhecer melhor o perfil dos aspectos econômico, social, político, cultural e religioso do bairro. Elaboramos um questionário que por sua vez coletaria, além dos aspectos citados, informações voltadas à violência e a criminalidade.

            O questionário foi aplicado pelos grupos locais da comunidade, seguindo o critério de amostragem. Ao todo foram 180 questionários que após tabulação e análise nos deu um referencial que subsidiou  nossas atividades seguintes, especialmente as atividades de educação.

            A metodologia de todo o nosso trabalho sempre exigiu de nós uma construção constante de elementos que apoiem o resgate e estimulem o exercício da cidadania dos comunitários. Por isso é que as abordagens nas comunidades caracterizam-se por educativa - popular, numa dimensão política e por vezes até jurídica. As atividades foram se dando num ritmo de parceria na qual envolviam a co-responsabilidade e a co-participação dos grupos locais que atuam de forma voluntária.

            Eis o que a pesquisa nos apresentou: (FALAR SOBRE OS RESULTADOS DA PESQUISA)

            De posse desses resultados identificamos que a principal preocupação dos moradores voltava-se para a questão dos homicídios que vinham ocorrendo e sendo noticiados pelos jornais locais de forma assustadora. Manchetes como: "Insegurança toma conta da Cidade da Esperança", preocupavam os comunitários. Paralelamente ao desenvolvimento da pesquisa e com o intuito de refletir sobre a violência e a segurança pública, foram realizados pequenos seminários e encontros temáticos no decorrer do ano de 1992 e início de 1993.

            Como forma de devolver o resultado da pesquisa e ainda de aprofundar a reflexão acerca da realidade do bairro, surge a idéia da implantação de uma TV Comunitária. Essa TV caracterizou-se por ser o elo de ligação entre os grupos articulados (CDHMP - MOLEC - FORÇA E PARTICIPAÇÃO) e a coletividade dos moradores. A partir das informações que a pesquisa revelava, iniciamos então um programa de formação de construção da cidadania e a TV foi um meio.

            Denominada TV Alerta, resgatava com precisão os problemas locais mais imediatos da comunidade: 'O horto', 'a feira' e 'a ciclone'  foram os assuntos, dentro da temática da violência, elegidos pelo grupo para serem abordados nos vídeos.

            Os vídeos começaram a ser produzidos em meados de 1993. O CDHMP entrava com o equipamento e os grupos locais se responsabilizavam pelo conteúdo e forma do vídeo, atuando como repórteres e pauteiros de uma pauta discutida com os atores envolvidos.

            Num total de três programas, o primeiro foi produzido em agosto de 1993, com duração de 25 minutos e abordava  a situação de abandono do horto comunitário. Antes um espaço de produção de flores, frutos, verduras e até peixes, que eram vendidos num preço acessível para os comunitários. O vídeo mostrava a situação ao mesmo tempo em que estimulava os moradores a buscar a solução para o problema reivindicando junto as autoridades competentes. O segundo programa foi produzido em dezembro do mesmo ano, tem a duração de 10 minutos e discutia  o problema da feira livre. Diferentemente das feiras de outros bairros, os feirantes da Cidade da Esperança, após a comercialização de seus produtos, mantinham suas bancas aglutinadas no mesmo local. A limpeza não era realizada pela prefeitura e o amontoado de bancas era  palco perfeito para  os estupros, assaltos e assassinatos que vinham amedrontando a comunidade. Já o terceiro vídeo produzido em agosto de 1994 e com duração de 10 minutos, abordou com precisão uma outra questão emergente: o problema da ciclone. Única danceteria do bairro, a ciclone, assim como a feira livre, também vinha sendo palco da violência e dessa vez entre a juventude. Eram raros os finais de semana em que um ou dois jovens não eram assassinados.

            Os locais de exibição dos programas eram os mais variados possíveis: escolas, bares, lanchonetes, ruas e a praça pública localizada em frente a igreja católica; e o horário para exibição e discussão do vídeo era o término da missa, em que era possível aglutinar o maior número de pessoas possíveis.

            Como resultado imediato desse trabalho, além da conscientização dos comunitários face aos problemas presentes no bairro e da discussão desses problemas, as reivindicações possibilitaram o fechamento da boite ciclone. Quanto ao horto e a feira, esses problemas não foram solucionados, mas, ganharam um caráter público de denúncia, sendo publicizado pelas emissoras de TVs locais.

               A experiência da  TV Alerta possibilitou o redimensionamento do nosso trabalho naquela comunidade, dessa vez escolhendo como local de atuação a Escola Estadual Lauro de Castro.

Por quê a escola ?

               - Por ser um espaço privilegiado na formação da juventude;

               - Por ser um local de aglutinação de novos conhecimentos para a vida;

               - Por ser um local propício para a assimilação de nova mentalidade;

               - Por aglutinar pessoas e setores da comunidade;

- Por ser um grupo já formado e sensibilizado para o trabalho.

               A metodologia utilizada foi apoiada na exibição de programas de vídeos, elaboração e concursos de cartazes, oficinas de textos, júris simulados, debates, painéis, palestras. A participação dos alunos nas palestras assim como a freqüência demostram os impactos positivos das ações na Escola. Nesse ano - 1995, as ações desenvolvidas constituiu-se num laboratório para a implantação da disciplina "EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA” de forma oficial. No sentido de viabilizar essa proposta, mantivemos contatos com o SINTE - Sindicato dos Trabalhadores em Educação no RN e com o Conselho Estadual de Educação.

Alguns temas trabalhados foram abordados pela própria equipe técnica do CDHMP e outros, contamos com a participação dos seguintes colaboradores:

·      Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente;

·      Conselho Municipal da Mulher e das Minorias;

·      Ministério Público;

·      Movimento dos Sem Terra.

Trabalhos nesse período com um público de 140 alunos das 8ªs séries

O papel do CDHMP na escola:

-         Coordenação do processo de Ensino voltado para a Educação para a Cidadania;

-         Elaborar um plano de curso com temas, conteúdos e metodologia para o ano de 1997;

-         Articular e envolver parcerias e colaboradores para a abordagem dos vários temas;

-         Facilitar o acesso a leituras e bibliografias ;

-         Garantir a continuidade dos conteúdos - das temáticas de trabalho;

-         Realizar dois momentos de formação e capacitação para os professores - sensibilizados -  de outras disciplinas como português, educação artística, história, entre outros;

-         Fazer um elo com o SINTE - Sindicato dos trabalhadores em educação do RN, no sentido de ampliar a experiência.;

-         Preparar, a longo prazo, outros professores que  desempenhem a continuidade das atividades.

            No período que compreende os anos de 1996 a 1998, ou seja, no período de três anos, foram ministradas aulas para os alunos das 8ªs séries do turno vespertino. O conteúdo dessas aulas expressa o despertar de noções de cidadania para a juventude que ali estuda.

Percebe-se nessa experiência uma trajetória de resultados, demonstradores de avanços nesse processo. Para se ter uma idéia, em 1996 e 1997, as atividades concentraram-se na realização de painéis sobre temas voltados para a questão dos direitos humanos, da violência e da segurança pública, em determinados horários que até então não eram ocupados por nenhuma disciplina - chamados horários vagos. Em 1998, nossa assessoria assumiu os contornos de uma disciplina - Educação para a Cidadania, contendo: ementa, grade de conteúdos, cadernetas de chamadas e de acompanhamento avaliativo dos alunos - diários de classe, além de termos um horário definido no horário escolar. Esse era o resultado desejado no início das atividades: consolidar uma experiência de disciplina de currículo escolar viável, com o tema Educação para a Cidadania, ficando o próximo passo para a inclusão dessa no currículo escolar.

            Contudo outras questões fizeram-se presentes no desenvolvimento dessa consolidação enquanto disciplina. A primeira questão diz respeito ao peso da inserção da disciplina num currículo escolar já bastante carregado. Essa preocupação foi também compartilhada com experiências no Rio Grande do Sul e com a Rede Brasileira de Educação para os Direitos Humanos. Ao mesmo tempo a experiência apontou resultados muito mais positivos na perspectiva do tema ser ministrado não mais como disciplina, mas como tema transversal em várias disciplinas.

            Esse resultado também representa um indicador de impacto positivo da experiência e encontra-se sintonizado com o cenário educacional brasileiro, no momento em que é apresentado às escolas os NOVOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, que procura trabalhar uma nova formatação de conteúdos nas grades curriculares no ensino brasileiro. Nos parâmetros estão incluídos os temas transversais como cidadania, orientação sexual, entre outros. Com isso, as atividades de assessoria na Escola Estadual Lauro de Castro em torno do tema "Educação para a Cidadania", assumem uma nova forma de acontecer substituindo as atividades de "ministras aulas".

            A nova forma adotada em 1999, consiste em capacitar os professores para que estes abordem os conteúdos voltados para a cidadania, fazendo um paralelo deste tema, com os conteúdos das disciplinas formais do currículo.

            Diante da situação desejada - de que ao longo da experiência capacitaríamos os professores para que esses assumissem essas atividades de ministrar em salas de aulas junto aos alunos, conteúdos voltados para a cidadania - começa a concretizar-se esse ano, através de dois momentos  iniciais realizados no 1º semestre: Um primeiro momento de sensibilização desses professores e um segundo momento de capacitação, através de oficinas.

            A sensibilização dos professores teve lugar no planejamento da escola, onde o CDHMP, apresentou as orientações contidas nos parâmetros curriculares e a importância da motivação do professor em trabalhar essas questões junto aos alunos. Numa primeira etapa, ela foi voltada para atingir as disciplinas: Português, Matemática, História, Educação Religiosa e Geografia, dos alunos das 8ªs séries. Em seguida, passamos a discutir com cada professor a grade de conteúdos que os mesmos iriam trabalhar junto aos alunos na perspectiva de associar esses conteúdos às questões relacionadas com a cidadania. Dessa forma, chegou-se a montar uma proposta de conteúdos em Matemática, História e Geografia. Nosso papel inicial: o repasse de informações e a indicação de bibliografias onde os três professores das respectivas disciplinas pudessem ampliar os conhecimentos nas questões referentes a cidadania. Ainda foi realizado um acompanhamento com esses professores procurando subsidiá-los nos conteúdos e nas formas de abordá-los.

Conhecendo os educadores

            Outro passo foi o de detectar nos professores a SITUAÇÃO ATUAL de compreensão sobre a temática da cidadania, no sentido de identificar pontos de partida para a capacitação. Para isso foi realizada uma enquete junto aos professores onde identificamos o seguinte resultado:

a)     90% dos professores não conhecem a Declaração Universal dos Direitos Humanos, embora saibam do que se trata, ou seja, sabem que ela contém os artigos referentes aos direitos humanos;

b)     60% compreendem como importante sua inclusão em sala de aula;

c)      50% dos professores tem conhecimento do tema mas não tem informações metodológicas de como abordá-lo. Desconhece metodologias.

Em síntese, percebemos que os professores com os quais estamos

trabalhando necessitam de uma capacitação orientada para questões de conteúdos e metodologia, de como abordar esses conteúdos. Essa capacitação também proporcionará aos professores as condições para que estes assumam a continuidade das atividades no Lauro de Castro.

Essas informações foram suficientes para que pudéssemos traçar os passos seguintes. Realizamos, então, uma oficina que teve por finalidade sensibilizar e capacitar o quadro de educadores da escola no que diz respeito as questões de cidadania e direitos humanos.

Essa oficina se caracterizou como a primeira de uma série de outras que se farão necessárias. Enquanto nessa a prioridade era sensibilizar, as outras terão como preocupação principal a capacitação dos educadores. Embora tenhamos dividido assim as nossas prioridades, fizemos isso somente para efeitos metodológicos de trabalho, pois, acreditamos que esses processos, de sensibilização e capacitação, são processos que se dão concomitantemente.

Podemos destacar quatro momentos significativos da oficina que orientaram as  atividades que se seguiram:

1.      A partir das dinâmicas encaminhadas na oficina, o grupo traçou um perfil de sua prática educativa. Vejamos a visão que o grupo tem de si mesmo:

-          Liberdade, visão ampla, necessidade de escudo para (às vezes) ocultar a visão;

-          Alunos que buscam algo mais, busca incessante através da informação, acomodação, espera;

-          Sabedoria, agilidade, alunos acomodados, que esperam sentados;

-          Desejo de executar projetos que alcancem os educandos;

-          Sabedoria, inteligência, evolução, caminhos para alcançar tais objetivos;

-          Brazão (símbolo), abertura de caminhos para uma vida prática;

-          Alunos queridos, porém, descriminados, não valorizam o livro, necessidade de descobrir a importância do livro;

-          Importância do papel feminino na sociedade, esperteza, inteligente, aceita desafios, delicadeza, “Cristal não lapidado”, energia, cuidado, processo, paciência;

-          Esperteza, vida, carinho, manhoso, facilidade e dificuldade de adestramento, subida, avanço...;

-          Docilidade, superação, agilidade, estabilidade, uma certa apatia;

-          Grandeza, necessidade de crescimento, aperfeiçoamento de conhecimentos, escritos, registro dos conhecimentos;

-          Amizade, honestidade, agilidade, conhecimento;

-          Habilidade, necessidade de trabalhar as atividades na formação, perspectivas futuras, desabrochar para a vida, produção.

2.      O aprofundamento teórico foi trabalhado a partir do conteúdo dos seguintes textos:

-          ORIGEM DOS DIREITOS HUMANOS (Fester, Antônio Carlos Ribeiro (org) DHs: um debate necessário.

-          ORIGEM DOS DIREITOS DO HOMEM E DOS POVOS ( Lígia Bove).

-          DIREITOS HUMANOS: HISTÓRICO, CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO ( Dalmo Dallari ( Palestra realizada,  sem revisão do autor).

3.      Além das discussões dos textos, apresentadas em forma de encenação e cartazes, os educadores redigiram uma carta compromisso, destacando:

-          Conscientizar os alunos no sentido de que eles aproveitem os conteúdos transmitidos na sua vida prática;

-          Como  trabalhar esses conteúdos no sentido  de despertar  o interesse do aluno para que ele use seus direitos no dia-a-dia;

-          Compromisso de resgatar nos alunos a vontade pelo estudo de maneira agradável e natural;

-          Como relacionar conteúdo com o dia-a-dia do aluno;

-          Relação de companheirismo entre colegas, respeito pelos direitos e obrigações individuais – aluno /professor;

-          Socialização, formando pensamento crítico da realidade e atitudes de acordo com o dia-a-dia do aluno;

-          Como passar aos alunos as informações necessárias sobre seus direitos e ao mesmo tempo fazer uma interligação com a disciplina lecionada;

-          Debater a questão sócio-político-econômica e sua relação com os direitos do cidadão, buscando esclarecer e simultaneamente “influenciar” os alunos para que a partir  desta premissa eles consigam formular uma visão mais ampla da realidade na qual vivem;

-          Socialização, formando habilidades e atitudes de acordo com as necessidades do aluno, construindo o pensamento crítico da realidade em busca de futuro promissor onde os deus direitos sejam válidos;

-          Dramatização, construindo as habilidades do aluno. Formar as atitudes trabalhando os conteúdos, passando para eles o verdadeiro valor da vida, educando-o para que no futuro ele seja um cidadão digno, com justiça e com direitos e compromisso;

-          Os direitos e deveres do cidadão, as questões sociais, a luta por melhoria vida com direito, a emprego, casa, alimentação etc.;

-          Amizade, apoio, compreensão e respeito entre os professores e o aluno, em busca de um ideal;

-          A falta de material como: textos, um conhecimento mais amplo sobre o assunto, vídeos;

-          A valorização de ser humano, o respeito com todos que fazem a escola e a questão racial;

-          Amigável, respeitador por minha parte e cobrando também da parte deles; liberal, mas com limites, e acima de tudo uma pessoa que procura passar para meus alunos, por meio de conversas, um pouco sobre a vida como ela é na realidade;

-          Como eu deveria  trabalhar algo sobre os Direitos Humanos de modo bem atrativo  para com os meus alunos? E que temas poderiam ser abordados em sala de aula?.

-          O respeito para com os sentimentos  das outras pessoas, e também o modo nas quais as palavras são proferidas, cujo são postas para fora sem  o mínimo de importância ou respeito com a outra pessoa;

-          A realização dos acontecimentos do dia à dia  os conteúdos, as informações necessárias e compreendida, pelo aluno, embora a falta de interesse e desmotivação impere, tenho que superar esses pontos negativos em minha sala de aula;

-          A conscientização dos alunos, levá-los a saber os princípios dos Direitos Humanos, como eles poderiam resolver determinados problemas, como evitá-los também;

-          Dramatização e música;

-          Busca de passa um conhecimento para meus alunos, que seja útil  em sua vida cotidiana;

-          Relação conteúdo x tema. Como em uma aula científica colocar a questão dos direitos humanos?

-          Cidadania, preconceitos, saúde pública etc.;

-          Não só a transmissão do conteúdo programático mas, a realidade em que se insere o aluno, para maior compreensão  da sociedade onde vive e convive;

-          Temas em que possa trabalhar a conscientização do aluno associando fatos do social em seu dia à dia;

-          Campanhas educativas no sentido de conscientização;

-          Afetiva, amiga, escuto a opinião dos outros, exigente, mas maleável, liberdade, respeito;

-          Fita de vídeo, textos, material reduzido para ser trabalhado e uma peça teatral.

-          O respeito multou: professor x aluno, discriminação racial, prática política;

-          Como devo agir, qual a forma, como por em prática todos os aspectos relacionados aos Direitos do Homem e do Cidadão, quando ele é posto ao ridículo, sofrendo discriminação das diversas formas;

-          Pretendo levar ao conhecimento dos alunos uma prática direta com os Direitos do Homem e do Cidadão, para suas conquistas, e o que afeta na relação do seu cotidiano;

-          Procuro de determinadas (ou das mais diferentes formas inovar o método que utilizo na sala de aula). Procuro sempre respeitar a individualidade de cada um, mas sempre buscando defender os interesses deles como um todo;

-          Como eu deveria fazer para abordar assuntos do cotidiano ligados aos Direitos Humanos em  sua totalidade de forma que os alunos se interessassem pelo assunto e os utilizem no seu dia-a-dia;

-          Tentando demonstrar da forma mais clara possível, como é importante aceitarmos  a individualidade de cada um e de que como é importante aprender a respeitar os outros como cidadãos;

4.      Por fim, o grupo de educadores fez uma síntese da oficina em forma de cordel apresentado por duas coordenadoras.

"Minha gente vou te contar

A oficina foi de lascar

O DH botou pra arrebentar

Quem participou só teve a ganhar

E quem pensa que direitos humanos é só para bandidar enganou-se na maneira de pensar

Quero aqui agradecer o grupo que participou, foi muito interessante e a nossa admiração ganhou

Aprendemos a, e, i, o, u e cantamos sem querer

Vimos Júnio sem r, um cara que ninguém pode perder

Rebola, quebra, dança o miudinho e faz o negócio ferver

Existe um ditado que este foi ao pé da letra

Comer no buxo e pé no mundo foi o que aconteceu

Popó desapareceu

Tivemos a sensibilidade da nossa amiga Edleusa, deu de comer os bóias frias na maior gentileza

Depois com apogeu vimos nome de remédio, fazendo uma explanação do que tínhamos direito

Tivemos a simpatia da nossa amiga Maise , fazendo um relato da luta do grupo em firmeza

Queremos agradecer a todos que participaram

Vocês botaram para quebrar e todas as leis estudaram

E para completar, ainda dramatizaram

O encontro foi divertido

O aproveitamento foi  ótimo

A turma do DH seja bem vindo no próximo

A todos muito obrigado, não quero provocar risos

Pois estes nossos  versos  foram todos de improviso

E espero confirmar sem medo de vacilar

Que a nossa escola está a ponto de decolar

Aceitando a parceria da turma do DH."

Conhecendo o educando

Para que pudéssemos dar continuidade ao trabalho, definindo temas a serem transversalizados nas diversas disciplinas, fez-se necessário conhecer o perfil dos educandos. Perguntávamo-nos: quem é esse aluno e quais as suas demandas na área de cidadania?

Em um universo de 829 alunos, dos turnos matutino, intermediário e vespertino, realizamos uma pesquisa com uma amostra de 220 questionários e com erro tolerável de 8%. Desse universo entrevistamos 112 educandos do sexo feminino e 108 do sexo masculino.

O questionário envolveu as seguintes temáticas: a procura pelas instituições, a credibilidade na justiça, a confiança na polícia, o papel e os direitos do homem e da mulher na sociedade e ainda a compreensão sobre cidadania desses educandos.

Os resultados e os cruzamentos das informações definirão os rumos da capacitação e da transversalidade do nosso trabalho. Esses cruzamentos estão sendo trabalhados juntamente com uma equipe da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Exposição da experiência para outros grupos

            O trabalho de Educação para a Cidadania na Escola Estadual Lauro de Castro, vem tendo repercussão em outros estabelecimentos de ensino. Fomos convidados a participar de discussões com o grupo de educadores do CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica). A atividade teve como objetivo familiarizar o grupo de educadores com a temática da cidadania, repassando informações e outros elementos para que cada educador pudesse desenvolver o tema em suas turmas. Essa atividade, além de divulgar o nosso trabalho, permitiu interagir com o grupo do CEFET possibilitando a troca de material, como vídeo por exemplo, e informações, estabelecendo parcerias.

            A discussão possibilitou explorar temas como: homossexualismo, discriminação contra a mulher, liberdade, violência (policial), pobreza, mortalidade infantil, educação (escola). A partir da discussão desses temas percebeu-se a importância da utilização do vídeo em sala de aula e também a necessidade de se trabalhar a Declaração Universal dos Direitos do Homem, para que a partir dela se explore outros temas que estão vinculados a cidadania, como por exemplo, saúde, educação, habitação, preconceito, etc.

Considerações Finais - Novas perspectivas

            (I SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO..... ESCREVER)

1.      OBJETIVOS

Toda essa caminhada nos exige, mais uma vez, novo redimensionamento

das atividades.

GERAL:

            Discutir os Direitos Humanos numa perspectiva da educação.

ESPECÍFICOS:

  1. Disseminar a experiência em educação para cidadania desenvolvida pelo  CDHMP;
  2. Conhecer outras experiências realizadas no Estado na área de cidadania;
  3. Discutir as possibilidades de utilização de recursos no que diz respeito a educação para cidadania e informática;

4        Definir, com base no PEDH/RN,  metas de implementação das propostas contidas nesse documento.

2.      ATIVIDADES

-         Apresentação de experiências exitosas na área de educação e cidadania;

-         Palestras;

-         Vídeos;

-         Exposições;

-         Lançamento da HP;

-         Lançamento de cartilha.

 

3.      PALESTRANTES CONVIDADOS

-         Margarida Genevois;

-         Aida;

-         Nazaré;

-         Rosário (UFRN)

-         Roberto Monte

-         Fernando Mineiro

-         Heronilza

 

4.      PÚBLICO ALVO

Educadores da rede estadual, municipal e privada de ensino, estudantes de cursos de pedagogia e afins, pessoas interessadas.

5.      PARCERIAS

CDHMP
Secretaria Estadual de Educação
Secretaria de Justiça e Cidadania
CEFET
UFRN - Departamento de Educação - Núcleo de Estudos em Educação e Representação Social
Escola Estadual Lauro de Castro
Rede Brasileira de Educação e Direitos Humanos
UFPB
UFPE
CENARTE


[1] Heronilza é professora, mestranda em educação e membro do CDHMP. Embora o texto tenha sido sistematizado pela autora, não teria sido possível sem a contribuição da equipe do CDHMP e ainda dos relatórios de atividades elaborados no decorrer dos anos de trabalho, sua principal fonte de consulta.

[2] Explicar o que era esse comitê

volta

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