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Oficina Pedagógica: 
O Currículo e as Manifestações 
da Violência Urbana na Escola

 

Lúcia Lemos Dias 1
Maria de Nazaré Tavares Zenaide2

1.       APRESENTAÇÃO

As escolas têm sido um dos espaços sociais em que o fenômeno da violência tem lugar. A compreensão analítica das manifestações da  violência na escola envolvendo seus diferentes atores e formas, constitui um primeiro passo para o entendimento do fenômeno e o processo de monitoramento.

 Atualmente muito tem se falado, divulgado e denunciado sobre o assunto. Tem-se até brincado amplamente com os vídeo-games. A intervenção sobre as manifestações da violência no espaço pedagógico, não pode cair numa postura alarmante e denunciatória. A escola como espaço de produção de conhecimento e de cultura precisa construir uma   postura analítica e responsável com o amanhã. A cultura do pânico que tem se produzido por diferentes meios na sociedade, apenas encobre a compreensão do fenômeno, reproduz preconceitos e produz pânico e impotência na sociedade.

2.       OBJETIVOS:

-          Caracterizar a violência numa pesrpectiva interdisciplinar;

-          Vivenciar uma oficina pedagógica sobre a violência na sociedade e na escola;

-          Aprofundar a fundamentação teórica sobre o fenômeno da violência;

-          Construir uma pauta de ação para o espaço escolar tomando como eixo a violência e suas manifestações atuais.

3.       METODOLOGIA

3.1.   Dinâmica de Apresentação : cada participante se apresenta ao grupo identificando-se pelo nome, a escola e a função que exerce.

3.2. Fase de Sensibilização:

3.1.1. Dinâmica: Cartografia da violência   - Cada participante com o auxílio de uma folha de papel ofício tenta rememorar fatos da vida social que lembra situações de manifestações de violência

3.1.2.        Dinâmica da Árvore – a) Copa: As formas de manifestações da violência na sociedade

b) Raízes: As causas da violência

c) Tronco: Os canais e as intermediações

d) Reflexões a partir do material apresentado pelo grupo

e) Conceituação espontanea da violência

3.3. Fase da  Fundamentação Teórica  

“somos todos  agentes modificadores  e receptores das ações e das consequências  construtivas e violentas reinantes na sociedade contemporânea”

                                                                        ( Levisky, 1977)

3.3.1.O fenômeno social da violência:

- Segundo os autores, a violência  é um fenômeno antigo, não é um fenômeno homogêneo (violências), assume muitas formas e práticas sociais: física, moral, ideológica, sexual, econômica, ecológica, etc.

 Explicações  históricas sobre o fenômeno da violência(Andrade):

-          Modernidade ( séc XVI – XX): visão negativa, explicada pelas idéias de desvio, doença, destruição, maldade, crime, etc. A sociedade é boa o indivíduo é mau ( ou o contrário). 

-          Contemporaneidade ( séc XX): vista como forma de expressão da insatisfação e da resistência às diferentes formas de opressão. Relacionada ao poder e as suas implicações, em todos os níveis das relações humanas: autoridade, limites, disciplina, direitos e deveres.

3.3.2. A compreensão interdisciplinar sobre o fenômeno

O exercício da interlocução de diferentes áreas de conhecimento ( político , econômico, cultural, sociológico, psicológico) para explicar as diferentes formas da violência e ampliar o limite interpretativo.

3.3.3.        Contribuições Multidisciplinar sobre a Violência

a)Contribuição da Psicologia para o entendimento  da Violência na Adolescência

(Levisky, 1997)  

“A contradição de uma sociedade desigual gera tensão, desorganização, desrespeito , ingredientes para as manifestações da violência física  e moral.”Favorece a passagem do ato  e baixos teores de responsabilidade.

 Caracterísiticas da adolescência:

· Surgimento da capacidade reprodutora

· Perdas, desinvestimentos e reinvestimentos afetivos

· Novos valores éticos e morais

· Delineamento da identidade

·  Fase de transição

· O aparelho psíquico vulnerável a pressões internas e externas( biológicas, psicológicas, sociais, éticas, morais, políticas, econômicas

Os impulsos se expressam através de: hábitos, costumes, tradições. O adolescente tendem a descarregar seus impulsos agressivos e sexuais  através do processo primário ( imediata satisfação dos desejos). O processo secundário prescinde ( avaliação das consequências, simbolização  e linguagem, possibilidade de postergação de desejos)

“A cultura é a expressão de uma violência, se entendermos que os impulsos agressivos e libidinosos precisam encontrar descargas sublimadas, suficientemente reprimidas ou deluídas, para que a vida social se torne viável”( Freud in Levisky)

 

O papel da mídia na construção da cultura da violência. A banalização da violência legitima a violência física como forma de solução de conflitos, como um valor, um padrão de comportamento a ser incorporado – valor de afirmação . ( Levisky, 1997)

b)Contribuição  da  Sociologia,  da  Ciência  Política  e dos  Direitos Humanos   para   a compreensão do fenômeno da  violência  na  sociedade  brasileira

- Violência Estrutural

“o caráter autoritário da formação brasileira gerou uma violência estrutural, basicamente expressa nas desigualdades dos níveis de vida: na violência da fome, da miséria, da necessidade. Isto podemos imputar ao autoritarismo ou a ausência de uma proposta igualitária e de justiça nesta sociedade hirarquizada que gira em torno da manutenção de privilégios de uma pequena  classe que sempre caracterizou o Brasil” (Jurandir Freire Costa, 1986)

- As mudanças no mundo do trabalho e sua interface com a violência social

“valores e identidades vinculados ao trabalho que serviam de diferenciação da população pobre em relação aos “bandidos” vem sendo rompidos, principalmente pelas reformulações presentes no mundo do trabalho. Tal questão vem propiciando que grandes contingentes dos jovens pobres se tornem cada vez mais seduzidos pela oferta do tráfico e, por consequência, sejam também suas vítimas principais” ( Maria Helena Tavares, 1998)

-          Desiguladade Social

“ refere-se a distribuição diferenciada, numa escala de mais a menos, das riquezas produzidas ou apropriadas por uma determinada sociedade, entre os seus participantes.” ( Nascimento, Elimar Pinheiro – 1995)

- Constituição Cultural da Desigualdade Social no Brasil

“o principal vício de constituição da sociedade brasileira, desde o seu nascimento, é a desigualdade, é algo que incorporou aos nossos costumes, que está de certa forma incrustado na nossa alma . ”( Fábio Comparato, 1997)

- Racismo

“é uma ideologia que postula a existência de hierarquia entre grupos humanos” ( Brasil, Gênero e Raça, 1998)

- As Diferenças  e as Desigualdades Sociais

“As diferenças que tem origem natural ou cultural não induzem a um tratamento de superioridade ou inferioridade, mais – ao contrário – elas exigem até mesmo um tratamento diferenciado. As desigualdades são sempre a manifestação de um corte horizontal na sociedade estabelecendo-se camadas superiores, camadas inferiores e, entre elas perpassa sempre uma manifestação de desprezo, de hostilidade ou de exploração.”

- Tolerância

“A desigualdade é perversamente construída. A diferença é construtiva e enriquecedora, garante a autenticidade, o direito à identidade, à diferença cultural, a diferença de nossas raízes. A desiguladade traz a semente da hierarquia , do superior e do inferior. Ela traz a semente da discriminação, que muitas vezes gera o ódio. A tolerância, portanto, representa igualmente o reconhecimento da diferença, nunca da desigualdade. E o reconhecimento de que – apesar das diferenças – todos tem  direitos iguais e individuais”  ( Victória Benevides, 1997)

Exclusão Social

“ é um processo de estigmatização crescente e perigoso, de um contigente social que perde, gradativamente, qualquer importância econômica(...) dentro de um determinado paradígma de desenvolvimento que parece presidir as transformações tecnológicas (...) um processo que está ocorrendo nas representações que o imaginário brasileiro tem do pobre (  anos 30 - coitado, anos 60/70 -  malandro e anos 90 - perigoso)  (...) o processo de não reconhecimento do outro como sujeito de direito ”           (Elimar P. Nascimento 1995)

Exclusão Moral

“ Reação de não indignação e de aparente aceitação de violações de direitos do outro”. Acontece quando pessoas quo normalmente obedecem e respeitam as leis aceitam ações bárbaras contra inidíduos e grupos, sem a aceitação de que isto viola regras consensuais de justiça( Cardia, 

1994)

Preconceito Social

“é uma indisposição, um julgamento prévio, negativo, que se faz de pessoas estigmatizadas por esteriótipos” ( Brasil, Gênero e Raça, 1998)

Esteriótipos

“as pessoas deixam de avaliar os membros de um grupo pelas suas reais  qualidades e passam a julgá-las por um atributo um carimbo.” ( Brasil, Gênero e Raça, 1998)

Discriminação Social

“ uma conduta ou omissão que viola direitos, das pessoas com base em critérios injustificados e injustos tais com a raça, o sexo,, a idade, a opção religiosa, etc.” ( Brasil, Gênero e Raça, 1998)

Valores Republicanos

“o respeito às leis acima  das vontades particulares ... o respeito ao bem público acima do interesse privado ...e o sentido de responsabilidade no exercício do poder “ ( Soares, 1995)

Valores Democráticos

“o amor à igualdade e o consequente horror aos privilégios... a aceitação da vontade da maioria  e o respeito integral aos direitos humanos” ( Soares, 1995)

Educação para os Direitos Humanos

“pretende a formação de uma escolaridade autônoma, preparada para a solidariedade e a tolerância. E é também a formação de pessoas dispostas e capazes para a mudança, para a transformação, muitas vezes a transformação radical no sentido de ir às raízes das condições sócio-econômicas, das condições culturais e políticas da sociedade em que vivem e que muitas vezes negam e negligenciam os Direitos Humanos, a democracia e o compromisso com a Paz” ( SOARES, Maria Victória Benevides , 1995)

Direitos Humanos

“os direitos humanos são naturais ... pois se referem à pessoa humana em qualquer país do mundo, antes de qualquer lei, e não precisam  estar nela especificados, para serem exigidos, reconhecidos, protegidos e promovidos (...) são históricos, construídos nas lutas sociais  (...) são universais, pois são comuns a todos os seres humanos sem distinção alguma de etnia, nacionalidade, cidadania política, sexo, classe social, nível de instrução, cor, religião, opção sexual ou julgamento moral” (Soares, 1998)

Cidadania

“a idéia de cidadania é eminentemente política que não está necessariamente ligada a valores universais, mas a decisões políticas (...) os direitos de cidadania dizem respeito a uma determinada ordem jurídico-política de um país, de um Estado.” ( Soares, 1998)

c)Contribuições da Antropologia para a compreensão da Violência:

- A  violência é um fenômeno em permanente construção e que apresenta múltiplas faces.

“A violência é um objeto que procuramos sempre nos afastar e que apresenta uma força apontada para o exterior” (Rifiótis )

- Imagens, Prática e discursos da Violência

“O discurso sobre a violência não compreende apenas a fala, nem é consciente para quem o enuncia; ele também é o não dito ou silenciado... é um conjuntode enunciados, práticas e falas, que garantem a circulação das imagens sobre a própria violência” ( Rifiótis)

 Imagem, Medo e Violência

O fantasma da violência – cultura do medo – uma tendência a homogeneizar as observações relativas aos fenômenos associados a violência. “A memória alimenta o medo, que se nutre da força do fantasma” ( Rifiótis)

O medo  provoca a inibição da irrigação orgânica... torna lento as funções vitais... produz regressão, impotensão, náusea, dor de cabeça, frio nas extremidades, problemas digestivos... dissolve imagens como defesas (camaleão). No contexto urbano a violência em forma de crime não é a única razão do medo.( ser desconhecido, ser confundido, ficar desamparado na rua, do outro, do  diferente,  de ficar sozinho e outros) ( Regis Moraes, 1990)

Mídia e Violência

Os meios de comunicação, quando introduzem o tema da violência em suas pautas, coloca a discussão da violência como tema imediato, construíndo  mediante uma recepção ritualizada um universo simbólico que a longo prazo condiciona a percepção que o o receptor terá da realidade. ( Barros, 1987)

Os meios de comunicação  ao veicular notícias sobre crimes com pessoas comuns, produz uma  compreensão específica sobre o fenômeno da violência, realimentando o temor das classes tidas como “perigosas”, reforçando e atualizando os preconceitos em relação a população pobre e seus espaços de moradia.

.Tendências atuais no estudo da violência(Rifiótis):

O debate na Associação Brasileira de Antropologia – ABA, constata como dificuldade no estudo da violência  a falta de referencial teórico – um objeto ainda   em construção, que demanda ainda muita observação sistemática,  descrição positiva e uma postura analítica.

Questões postas no debate entre pesquisadores da área:

-   Os recortes atuais no estudo da violência são: criminalidade, gênero, minorias étnicas, meninos de rua, mídia, violência institucional, conflitos de gerações, etc.

-          Existe uma produção esquemática nos estudos da violência  no Brasil  ( concentração nos anos 80 – cidadania e limites da ação do Estado).

-          A partir de Foucault é possível construir um novo domínio teórico - abordagem  da violência  nas micro relações da sociedade e nas relações de poder  nas diferentes redes e lugares ( relação pais e filhos – escola – trabalho).

-          O estudo da violência se coloca num território ( um espaço vivido e  um sistema perceptível em constante alterações) em constante disputa que não pertence a uma ciência em particular.

-          A construção do conceito deverá partir o mais próximo da experiência concreta.

-          A violência é um objeto em constante construção.

-          A primazia dos discursos sobre a violência:

·       discurso denunciatório

-          o discurso em defesa dos que sofrem a violência

-          valorização negativa implícita no discurso

-          reclama o fim da violência

·         discurso analítico

-      abordagem mais próxima da experiência concreta

-          pluralidade da violência

-          significação da violência( construção das subjetividades  daqueles que vivenciam a experiência da violência)

-          Pluralidade do fenômeno

    dos locais ( esporte, trânsito, ruas, prisões)

   das formas  (fome, criminalidade),  

    dos   atores    sociais  ( mulheres, crianças, idosos)

    dos tipos ( física, psicológica, simbólica)

-          Amplitude do campo semântico leva a leitura subjetiva de aumento da violência (a força da fantasia – como construções defensivas, sublimações e ornamentações dos fatos)

-          O discurso da violência  não compreende apenas o que se fala, nem é consciente para quem o enuncia, ele é também o não dito, o silenciado

-          O discurso catastrófico  domina todo o cotidiano  e coloca o fenômeno para o  externo ( para o outro) (uma força para o exterior)

-          O discurso alarmista alimenta os medos face as incertezas sociais

-    A Positividade da  Violência: a colocação do problema para além do círculo da criminalidade e da fantasmagoria a ela  associada.

a)como elemento instaurador de identidades sociais

b)uma força dispersiva em contraposição  aos processos de controle e  homogeneização

c)um instrumento para a construção ou garantia de manutenção     de subjetividades

- O momento atual demanda para o estudo analítico do fenômeno: descrever positivamente as situações de violência – identificar como elas são vivenciadas  e percebidas    segundo os diferentes agentes envolvidos

3.3.4. Aproximações Conceituações sobre a Violência

Vocabulário – latim = ato de violentar – constrangimento físico ou moral, ao que pode acrescentar a coação ou coerção psicológica

“uma reação consequente a um sentimento de ameaça ou de falência da capacidade psíquica em suportar o conjunto de pressões internas e externas a que está submetida” ( Levisky, 1995)

“é um artefato da cultura e não o seu artífice... ela é uma particularidade do viver social, um tipo de negociação, que pelo emprego da força ou da agressividade visa a encontrar soluções para conflitos que não deixam resolver pelo diálogo e pela cooperação”(Costa, 1986)

“a violência nas suas múltiplas formas, é representada como um domínio da experiência social que permeia as brechas da crise da modernidade e a busca de alternativas interpretativas para a sociedade contemporânea” ( Rifiótis)


1 Membro da Comissão de Direitos Humanos e assessora de extensão da Pró-Reitoria para Assuntos Comunitários da UFPB

2 Professora do Departamento de Serviço Social da UFPB e presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão e membro da CDH/UFPB

 3.3.5.        Escola, Violência e Práticas Institucionais

a)       A Escola como espaço público

-          De construção da igualdade

-         De gestão de interesses, direitos e deveres

-          De processos de decisão

-          De gestão de funcionários e alunos

-          De compromisso com o que é público

-          De construção de um projeto coletivo democrático

-          De construção de cidadãos e pessoas humanas

-          De formação de profissionais para a sociedade

b)      A Escola como espaço de construção de  cultura e de relações humanas

-          respeito

-          justiça

-          solidariedade

-          compromisso

-          igualdade

-          democracia

-          gestão de conflitos

c) O educador em direitos humanos – “ um agente social que intencionalmente cria condições para a produção de conhecimentos que induzem tanto a tomada de consciência  como ao desenvolvimento de um comportamento consequente com a vigência, defesa e promoção dos direitos humanos” (Bovi) 

d)  A Violência e sua formas de manifestações  na Escola: 

-          Pluralidade dos locais

na sala de aula

no recreio

na família

na administração 

-          Pluralidade das formas 

Materiais:

falta de material didático
falta de condições básicas de trabalho

baixo salários 

Ético-políticas: 
manifestações de desigualdades
falta de compromisso com o que é público
negação dos direitos do outro
expulsão
reprovação
evasão
desmotivação
falta de diálogo e cooperação
injustiças
depredação do patrimônio
transferência de responsabilidades
ausência de uma política  de capacitação
ausência de negociação dos conflitos

Culturais:

preconceitos e discriminação
autoritarismo
clientelismo

Físicas:
maus tratos
castigos corporais

 

-          Pluralidade dos atores

professores
pessoal de apoio
alunos direção

-          Pluralidade dos tipos

física
psicológica
simbólica
cognitiva

3.3.6.  Monitoramento da Violência:

-         Conhecer a realidade da escola, deficiências, carcterísticas e  recursos

-          Informar e capactitar os atores da escola

-          Conhecer as diferentes  formas de manifestação e atendimento sobre o fenômeno

-          Melhorar a qualidade das relações e  atendimento

-          Estabelecer providências a serem efetuadas internamente e com atores externos

3.4.Fase de Fechamento da Oficina:  Construíndo Pautas de Ação com a Escola

Considerando: 

“somos todos  agentes modificadores  e receptores das ações e das consequências  construtivas e violentas reinantes na sociedade contemporânea”

O que podemos propor como meio para atenuar as manisfestações da violência na Escola?

a)       Informação, acompanhamento, assistência e avaliação da violência

b)      Gestão escolar

c)       Capacitação

d)      Ações Educativas

e)       Relações Interpessoais: Relação professor aluno

Relação administração e corpo técnico

Relação escola e  família

Relação escola e Estado

f) Articulação com atores  externos

  

Bibliografia Consultada:

 ANDRADE, Fernando C.B. de Violência na Escola: Elementos para Reflexão e Ação. João Pessoa. UFPB (mimeo) 

BARROS. Filho, Clóvis in:Revista Violência em Debate.São Paulo. Ed. Moderna. 1987 

BRASIL. Brasil, Gênero e Raça. Todos unidos pela igualdade de oportunidades: teoria e prática . Brasília. 1998

CARDIA, Nancy. Direitos Humanos: Ausência de Cidadania e Exclusão Moral. Comissão Justiça e Paz de São Paulo. 1995 

COMPARATO,Fábio. O Princípio da Igualdade e a Escola . in: CP Fundação Carlos Chagas. São Paulo. Ed. Cortez Julho 1998 No. 104 

 Jornal da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos.
Setembro de 1997 

Jornal da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos.
Julho 1998

LEVISKY, David. Léo e colaboradores. Adolescência e Violência – Consequências da realidade Brasileira. Porto Alegre. Artes Médicas. 1997

MORAIS. Regis de. O que é Violência Urbana? Editora Braziliense. São Paulo 1990

NASCIMENTO, Elimar Pinheiro. Hipóteses sobre o problema da nova exclusão social no Brasil. Brasília. UNB. 1995 (mimeo)

RIFIÓTIS,Theophilos. Nos Campos da Violência: diferença e positividade. Florianópolis. UFSC (mimeo)

____. Entre dois amores...Apontamentos sobre um dilema ético no estudo da violência: cidadania, democracia e diferença. Florianópolis. UFSC (mimeo

____. O Fantasma da Violência. Reflexões sobre “forças centrífugas”e um objeto em revolução. V Reunião da ABA . Tramandaí. 1995 (mimeo)

SOARES, Maria Victoria de Mesquita Benevides. Cidadania e Direitos Humanos in: CP. Cadernos da Fundação Carlos Chagas. Julho 1998 No. 104

TAVARES, Maria Helena. A Violência e suas Representações. Rio de Janeiro. 1998 (mimeo)

 

ÁRVORE: As Manifestações da Violência na Sociedade

COPA

Tratamento desigual na família – Sentimento de ódio – Violência Doméstica  Incompreensão – Desentendimentos Familiares – Violência Sexual – Confleitos familiares – Conflitos conjugais – Assassinatos de mulheres – Descaso com os idosos

Ódio – Chacinas – Fome – desemprego -  Crimes – Violência na rua – Crianças no lixo – Prostituição Infantil  - Guerras Étnicas e religiosas

TRONCO                                  delegacias
                                               Polícia
                                                Família
                                                Igreja
                                                Política
                                                Trabalho
                                                Trânsito
                                                Rua
                                                Profissões

RAÍZES                                    Machismo/ Patriacarlismo
                                                Impunidade
                                                Falta de ética na política
                                                Autoritarismo\
                                                Intolerância
                                                Sectarismo
                                                Despreparo e falta de controle das instituições
                                                Precariedade das consições de trabalho
                                                Negação dos direitos trabalhistas e sociais
                                                Velodidade e agressividade no trânsito
                                                Corporativismo
                                                Falta de compromisso com o que é público
                                                Fanatismo

Tipos de Violências: Física

                                    Moral
                                    Psicológica
                                    Ética
                                    Econômica
                                    Cultural 

Vítimas:          crianças e adolescentes
                        idosos
                        religiosos
                        mulheres
                        pedestres
                 pobres
                        desempregados
                        patrimônio público
                        alunos
                        equipe técnica e de apoio
                        
 

Agressores:     família
                        Parceiros sexuais
                        Motoristas
                        Policiais e servidores da área de segurança e justiça
                        Crianças de na rua
                        Governos
                        Políticos
                        fanáticos
                        grupos externos a escola
                        familiares
                        corpo técnico e administrativo
                        alunos

ÁRVORE – As Manifestações da Violência na Escola

COPA:                         Destruição de patrimônio
Agressões físicas contra os colegas alunos ( quebra de cadeira no colega, Torcida do braço – tentativa de furar com tesoura para resolver desentendimento - tentativa de furar com lápis -  empurrões -  murros – destruir material do colega -  tentativas de homicídio – homicídio )

Brigas na hora do recreioAgressões físicas contra pessoal de apoio ( assassinato na escola po roubo com morte do vigia –Ameaças de aluno ao professor )

Agressões morais contra pessoal de apoio

perseguições

...                                 Agressões físicas contra animais

Acertos de contas

                                    Porte de armas

                                    Alunos sem moradia

                                    Aluno expulso tenta atirar na escola

                                    Agressão física contra professores (bater na cara)

Agressões morais contra professores (verbais)

                                    Drogas (maconha, misturas de drogas, álcool)

Gangs (perseguições contra alunos – invasão da escola – ausência de compreensão sobre esse fenômeno cultural e  urbano – impotência e temor diante das gangs)

Práticas sexuais na escola

Conflitos amorosos

Ameaças contra os menores

Brincadeiras com agressividade

Inversão de valores

 

Controle da entrada de estranhos

Falta de condições de trabalho

Falta merenda

 

Família /escola             Agressões morais dos pais em relação a professores

Crítica dos pais à escola face a falta de vagas para atender as necessidades sociais da coletividade

Tentativas de agressões de pais contra alunos

Descaso e omissão com os problemas com o filho na escola

Falta de compromisso e apoio da comunidade

Conflitos familiares

Discriminação

Pais alcoolizados na escola

Falta de preparo da família para lidar com problemas dos filhos

 

Relação prof/aluno            Humilhação do aluno na frente do grupo (expor limitações)

Falta de diálogo

Desrespeito com os alunos

Obrigar o aluno a fazer o que não quer

Preconceitos e estigmatizações

Imposição e agressividade no exercício  da disciplina

Chacotas com as contribuições postas pelos alunos

Disputa de poder – dificuldade de exercitar a autoridade e de gerir os conflitos internos

Injustiças sociais na escola – nota ...

Repreensão sem justa causa

Expulsar um aluno sem diálogo

Desatenção para com o progresso do aluno

Descrédito no ser humano, no pobre, no aluno

Agressões físicas (puxando orelhas e arrastando até a secretaria)

Ameaças de expulsão

 

 

Equipe                           Desrespeito entre colegas de trabalho

Ausência de uma  cultura de paz e solidariedade

Ausência de diálogo nos conflitos entre dirigentes, técnicos e apoio

Falta de gestão dos conflitos internos

Críticas destrutivas

Agressões verbais contra colegas

Tratamento diferenciado com os técnicos

Falta de apoio , descaso, omissão dos órgãos de proteção e defesa

Dificuldades de acesso  ao ministério público

                                    Falta de compromisso

                                    Profissionais que não cumprem seu papel

 

 

TRONCO                      relação entre alunos

                                    Relação professor aluno

                                    Relação entre técnicos e administração

                                    Órgãos públicos

                                    Relação escola e família

Relação com serviços públicos externos (juizado, curadorias,conselhos, polícia...)

 

CAUSAS                       impulsos agressivos

                                    Intolerância

                                    Incapacidade de gerir conflitos amorosos e disputas de interesses

                                    Fantasias de onipotência

                                    Excesso e qualidade da informação na mídia

                                    Drogas

                                    Falta de opção cultural, esportiva e emprego para os jovens

                                    Preconceitos, discriminação

Intolerância com as diferenças

Despreparo para relações humanas e relações de poder

Autoritarismo

Falta de diálogo

Falta de ética( atenção, respeito, justiça, igualdade)

Falta de acesso aos serviços públicos (segurança,  juiz, curadorias, conselhos...)

Despreparo para temas atuais (gangs, sexualidade, ética, violência, gestão democrática, relações humanas...)

Falta de um planejamento institucional com o compromisso de todos

 

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