4.Discriminação
Econômica, Contra a Livre Movimentação,
Privacidade e Trabalho: 29 casos
ADOLESCENTE GAY É
IMPEDIDO DE MORAR SOZINHO EM GOIÁS
O
menor F.S.O., 17 anos está tentando obter autorização do Juizado da
Infância e da Juventude para morar sozinho. Esse fato é mais um capítulo
na história desse rapaz, que, desde os 12 anos, se recusa a aceitar a
discriminação e as humilhações advindas de sua
condição de homossexual. Ele conhece a fundo o estatuto da
criança e do adolescente e exige seu direito à cidadania. O que torna
o caso de F. singular é que ele não se calou e decidiu ir as últimas
consequências para ser respeitado. [Fonte: O Popular/GO, 9/7/2000]
RESTAURANTE COBRA MAIS
CARO DE CASAL GAY EM GOIÂNIA
Segundo
denúncia do radialista, advogado e líder gay Leorcino Mendes, de Goiânia,
um restaurante local
cobrava 15 reais o jantar ‘para casal’
e 10 reais por pessoa. Ao entrar com seu companheiro, quiseram
cobrar 20 reais, negando-lhe a condição de casal gay. “Falei
então que pagava 15 pois éramos um casal! O gerente chegou na mesa e
disse que o preço especial era só para “casal normal”. Perguntei
então qual era o nosso defeito e anormalidade? E dei três minutos pra
ele trazer outra conta, de 15 reais, caso contrário iria gritar no restaurante que ele estava nos
explorando. Final da história: ele cobrou os 15 reais e nas outras três
vezes que fomos ao restaurante, sempre fomos bem atendidos como
“casais normais”, inclusive meus amigos gays
que tenho sugerido ir ao restaurante. [Fonte: Arquivo GGB,
Internet, aglt@bol.com.br, 18-12-2000]
NAMORADOS SÃO
DISCRIMADOS EM RESTAURANTE EM BRASÍLIA
Um
casal de homossexuais estava num conhecido restaurante de Brasília, por
vezes trocando gestos mútuos de carinho e afeto, com beijos, carícias
no cabelo e outras atitudes que são absolutamente corriqueiras entre um
casal. “Aí pediram que nos retirássemos alegando que estávamos
afugentando os clientes. Fomos abordados por um policial, porque estávamos
namorando como qualquer casal numa praça. O policial disse que estávamos cometendo atentado ao pudor e
que seríamos preso se não
saíssemos dali.” [Fonte:
Correio Braziliense /DF, O
Estado do Maranhão, 15-5-2000]
DONO
DE CHURRASCARIA EXPULSA GAYS, AL
O
proprietário da churrascaria Três Irmãos no município alagoano de
Matriz de Camaragibe, expulsou de seu estabelecimento vários
homossexuais sob a alegação de que se tratando de uma ambiente
familiar, a presença dos gays prejudicava a imagem do lugar. As vítimas
sob orientação do Grupo Gay de Alagoas registraram queixa policial.
[Fonte: Registro de Queixas do Grupo Gay de Alagoas, 2000]
DELEGADO QUER EXPULSAR
TRAVESTIS DA ORLA DE MACEIÓ
O
delegado Jobson Cabral, diretor da polícia da capital, ordenou às
travestis e outros profissionais do sexo abandonarem a orla marítima de
Maceió. Segundo o delegado, a simples presença dos travestis e
profissionais do sexo afrontava os moradores e turistas da área, sendo
portanto necessária a retirada desses indivíduos. A OAB e GGAL
interviram na questão e conseguiram rever a posição arbitrária
do delegado que fere frontalmente o direito constitucional de ir e vir.
[Fonte: Registro de Queixas do Grupo Gay de Alagoas, 2000]
GAY É DISCRIMINADO
POR MESTRE DE OBRA EM SALVADOR
Enaldo
Gonzaga, 32, estudante , que trabalha como ajudante de pedreiro na firma SERTENGE/SA, há
cerca de quase 9 meses, foi descriminado por ser homossexual, por
Casimiro, 50, mestre de obra, o qual tendo conhecimento de sua
homossexualidade, mandou se
afastar dos colegas de trabalho, mandando
que trouxesse a carteira
para dar baixa. (Fonte: Registro de Violência e Discriminação
Anti-Homossexual, GGB, 2 /10 /2000)
GAY É BARRADO
EM BOATE EM SALVADOR
“JENIFFER”,
gay negro, foi impedido de entrar na
boate Caverna, de Salvador,
por esta vestido de baiana. (Fonte: Registro de Queixas de Violência
e Discriminação Anti-Homossexual, GGB, 21-1-2000).
GAY É DISCRIMINADO EM
CLUBE EM SALVADOR
Carlos
Alberto Sena da Silva, 32, gay, autônomo, denunciou que foi
discriminado no “Pomero Dance Club”, pelos funcionários, após ter
pago as contas: segundo ele, por
ser negro e homossexual foi tratado com indiferença. (Fonte: Registro
de Violência e Discriminação Anti-Homossexual, GGB 18 - 4- 2000)
POLÍCIA E MORADORES
FECHAM BAR GAY EM BELO
HORIZONTE
O
Grupo Guri, de Belo Horizonte, em uma Reunião
para Criação do Fórum Permanente Contra
Tortura Policial, pronunciou-se contra a ação da policia
em relação aos
bares gays na rua Rio de Janeiro onde fecharam a rua, obrigando
os estabelecimentos a fecharem as portas. Segundo consta, a denúncia e
iniciativa partiu de um
certo juiz
residente no local, sob
alegação de que atos libidinosos estariam sendo ali cometidos. Segundo
Carlinhos Brasil, do
Point, alguns
moradores de um dos prédios
diziam ser uma pouca vergonha
gays se beijarem e
pediram que se colocassem lonas
nas grades que
cercam o bar. Como não
foram obedecidos, acionaram a polícia
para fechar
a rua, impedindo a
circulação de automóveis,
levando assim a diminuição
da clientela e
obrigando o dono do bar a fechar o estabelecimento. [Fonte:
Arquivo GGB, Internet, denúncia de M. A K.].
POLÍCIA INTERDITA RUA
ONDE CONCENTRAM-SE BARES GAYS BELO HORIZONTE
Na
esquina da Av. Álvares Cabral com Bias Fortes, onde se concentram
alguns bares gays, a rua foi interditada com cordas e cheia de policiais
com coletes à prova de balas, andando ostensivamente para um lado e
para o outro. Marilú Barraginha (Rogério), dono do bar “Zoom”
disse: “é terceiro final de semana consecutivo que eles chegam por
volta das 23:00h, interditam a rua e não deixam a gente estacionar nem
perto das cordas. Eles montam uma barraca na rua e ficam ali enchendo o
saco de quem passa: já fui abordado na rua por moradores do prédio em
frente ao Zoom, dizendo que hão de conseguir a expulsão dos gays dali,
e que um certo juiz importante mora naquele prédio e que foi ele que
“conseguiu” que a polícia fosse para lá. E que foi o condomínio
que doou à PM a tal barraca que eles montam lá na rua.” O Coronel
Severo, comandante da PM diz que ali é uma região de muita violência
e tráfico de drogas. Que esse policiamento não é
preconceituoso.[Fonte: Arquivo GGB, Internet, denúncia de
braga.jr@uol.com.br, 10-4-2000].
BARES
DISCRIMINAM CASAL GAY EM BH,
MG
Em
menos de duas semanas, entidades homossexuais receberam denúncias
contra dois bares de Belo Horizonte, com grande número de gays entre
seus frequentadores, que foram acusados de atitudes homofóbicas. No dia
17 de novembro, o engenheiro e professor de alemão Brunno, 42, beijou o
namorado, um advogado de 29 anos, no Sushi-bar DNA. Brunno, que prefere
não revelar o sobrenome, foi interrompido pelo garçom, que afirmou que
ele estava infringindo normas de comportamento da casa. No dia seguinte,
18, o bailarino Marcelo Gabriel também beijou seu namorado e foi
convidado a se retirar do bar A Obra. Os proprietários dos bares dizem
que os fatos estão sendo simplificados pelos casais e alegam que eles
se excederam nas carícias. Gabriel e Brunno reiteram que não foram além
dos limites convencionais.
Mas, em Belo Horizonte, não é simples estabelecer limites antes que a
intolerância mostre sua face. A cidade não possui uma lei - defendida
pela comunidade GLS -, como em Juiz de Fora, que puna a discriminação
contra homossexuais e permita troca de carícias em locais públicos.
Para alguns integrantes da comunidade, a homofobia é traço cultural da
cidade, independentemente da legislação, e precisa sofrer longo
processo de reeducação social. Denúncias de discriminação em bares
da cidade são frequentes.
O fato é comprovado por lideranças da entidades homossexuais, elas
mesmas com pelo menos uma história para contar.”[Fonte: Jornal O
Tempo, /12/02/00]
CASA NOTURNA
DISCRIMINA CASAIS GAYS, MG
Numa
das principais casas noturnas de Juiz de Fora,
“Muzik”, localizada na Rua Espírito Santo, Centro, apesar da
nova lei que permite a livre manifestação de afeto entre pessoas do
mesmo sexo e também do estabelecimento ter uma presença de cerca de
90% de gays e lésbicas, a proprietária do estabelecimento chegou a
intimidar os gays que ensaiavam qualquer manifestação de afeto com a
seguinte ameaça: “quem quiser se beijar pode beijar, mas eu
vou tirar uma fotografia na hora e mandar publicar no jornal da
cidade”. [Fonte: Arquivo GGB, Internet, denúncia fillipea@yahoo.com].
DRAG QUEENS ACUSAM
BOITE DE DISCRIMINAÇÃO, RJ
A
5ª DP (Centro) registrou como constrangimento, artigo 146 do Código
Penal, o caso das drag queens Roberta Vermontt e Grace Vigrat,
residentes na Europa há 20 anos, que na semana passada, em dias
diferentes, foram impedidas de entrar na casa de shows Cabaret Casanova
- antigo reduto gay da Lapa, no Rio,
por estarem de saia. Ao registrarem a queixa, elas estavam
acompanhadas atriz Elke Maravilha, escolhida como madrinha dos gays por
defender os direitos dos homossexuais. “Estou defendendo as meninas
porque sou madrinha delas. Foi uma falta de respeito barrarem os gays,
que tinham chegado da Europa e queriam se divertir. O local sempre foi
um reduto gay “, disse Elke Maravilha.
Os policiais registraram o caso como constrangimento e os
proprietários do cabaré serão chamados para prestar esclarecimentos.
Segundo os policiais, o caso será encaminhado a um Juizado Especial
Criminal após as investigações. [Fonte:
O Globo 22-12-2000]
GAYS
SÃO CONSTRANGIDOS NA GALERIA ALASKA, COPACABANA, RJ
Os
integrantes da comunidade GLS que frequentam a filial do Sindicato do
Chopp na Galeria Alaska, em Copacabana, estão sendo hostilizados pelos
seguranças. Mesmo os clientes heterossexuais passam pelo
constrangimento de serem seguidos por seguranças se forem ao toilette
em dupla.” [Fonte: JB, Caderno B, Coluna Danuza, denunciado por
“Priscila Galvao” priscilagalvao@openlink.com.br, 17-10-2000]
DELEGADO
TENTA AFASTAR TRAVESTIS DAS RUAS DO RIO DE JANEIRO
O
delegado Ivo Raposo, da 13ª DP (Posto Seis), quis fotografar as placas
dos carros das pessoas que param à noite para conversar com travestis e
prostitutas nas ruas da cidade do Rio de Janeiro. Para o delegado, a
atitude de fotografar os carros causaria o afastamento dos travestis da
orla marítima e faria com que eles procurassem outro lugar. Uma outra
medida que chegou a ser anunciada por ele foi a de cadastrar as
travestis que ficam na região. A identificação dos donos dos veículos
seria feita através do DETRAN, medida
proibida pelo Secretário de Segurança Pública, Josias Quintal.
[Fonte: O Globo 29/9/2000]
ESCOLA
DE SAMBA UNIÃO DA ILHA PROIBE BEIJOS
ENTRE HOMENS, RJ
A
escola de samba União da Ilha proibiu beijos na boca entre homens
ou casais de mãos dadas. A quadra da escola foi acusada de
discriminação a
homossexuais e os gays que frequentavam a escola se mudaram para a
Mangueira. O fundador do grupo Atobá, Paulo César Fernandes,
disse que os gays sempre
foram bem-recebidos na União da Ilha, “mas com a mudança
da diretoria, no ano passado, nossa presença começou a ser
malvista”. O novo
presidente da Ilha, conhecido como Fumaça, rebateu que “não
queremos pouca vergonha na quadra. Antes, tinha homem se
agarrando no banheiro e as
famílias ficavam horrorizadas”. Com isso, os gays cariocas
encontraram abrigo na Mangueira, criando um núcleo que foi
chamado de “ManGayra” e
já faz o maior sucesso entre a comunidade GLS
carioca.[Fonte: Arquivo GGB, Internet, denúncia de ddi@zaz.com.br,
11-2-2000]
PRESIDENTE DE ESCOLA
DE SAMBA DISCRIMINA CASAIS GAYS NO RIO
O
Presidente da Escola de Samba União da Ilha do Governador, Alfredo Fumaça
Fernando, anunciou que não queria casais do mesmo sexo se beijando e se
abraçando na quadra da escola, além ter fechado um banheiro destinado
ao público GLS, que foi aberto há 2 anos no local. Márcio Martins
integrante do grupo gay Atobá afirmou: “sempre frequentei a quadra da
Ilha e agora, com a entrada da nova diretoria, o Fumaça está com um
discurso de moralizar a quadra, com argumento que a frequência gay
estava incomodando”. Por
outro lado Fumaça argumenta que sua atitude não reflete um preconceito
já que a transexual Roberta Close esta no camarote da escola e que sua
intenção e preferência é a presença de famílias nas quadras, que
segundo ele se sentem incomodadas com a atitude dos gays. “Na minha
quadra, quero organização e respeito a quem paga. Não quero
agarramento de homem com homem e mulher com mulher”, afirma. [O
Tempo/MG, 19-2-2000]
MULTAS E HOLOFOTES
USADOS CONTRA CLIENTES DE TRAVESTIS NO RIO
A
Guarda Municipal do Rio de Janeiro, usará talão de multas e holofotes
para reprimir a prostituição no Rio. A estratégia é constranger
clientes para reduzir a presença de prostitutas e travestis na pista:
as operações serão filmadas e fotografadas e o primeiro alvo
será a Avenida Augusto Severo, na Glória. “Não vamos impedi-los de
ficarem lá. Mas os que exibirem seios, nádegas e sexo serão
presos”, afirma o Coronel Paulo Cezar Amendola. Por outro lado
o presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e
Travestis, Cláudio Nascimento, afirma que “reprimir os clientes é
uma manobra sem vergonha. Além do mais, nada impede que a pessoa deixe
o carro em outro lugar e aborde o travesti a pé. Além do mais, qual é
a base legal de se levar alguém para a delegacia por exibir os seios?
Na Praia não pode? O que é proibido é mostrar a genitália”. [O Dia/RJ, 16-3-2000]
PAI EXPULSA FILHA DE
CASA EM SÃO PAULO
Segundo
consta no jornal da Igreja Universal, um pai expulsou de casa a filha
Viviane por ser lésbica. Ele disse que preferia ver a filha morta do
que casada com outra mulher.
[Fonte: Folha Universal/SP,
23/7/2000]
POLICIAIS
DISCRIMINAM GAYS NA BOITE SOGO EM SP
Eis
o depoimento indignado de uma testemunha da invasão da boite SOGO:
“Na noite de ontem, quinta-feira, dia 1.º de junho, presenciei uma
cena típica da época do auge da ditadura militar: a invasão da SoGo,
à alameda Franca, na região dos Jardins, em São Paulo, por policiais
civis. Como justificativa para o comportamento arrogante, prepotente,
hostil, intimidatório, lembraram que “estabelecimentos comerciais
dispensam qualquer forma de mandado para a visita - visita???!!! Que
eufemismo cínico! - policial”. Como pretexto alegaram que a casa
seria “lugar de prostituição e drogas”. A partir de tal presunção,
sem flagrante, arrogaram a si a prerrogativa de cercar o prédio com três
viaturas, invadi-lo aos berros e com palavras de baixíssimo calão,
humilhar acintosamente sobretudo funcionários e, a princípio, cercear
o direito constitucional de ir e vir dos clientes. Além da arrogância
e da prepotência, demonstraram de maneira inequívoca suas tendências
nazistóides, afrontando as mais mínimas e elementares noções de
Direito, assumindo abertamente uma postura nítida, explícita do mais
chão, do mais aviltante preconceito. Por se tratar de uma casa noturna
“GLS”, embora freqüentada igualmente por moças e casais héteros,
pretenderam ver ali um “antro de pouca-vergonha e indecência”.
Quando indecente foi a sua atitude desrespeitosa, grosseira: pouco antes
de seu retorno ao distrito policial, açambarcaram garrafas de água
mineral gasosa. Seu comportamento, pois, caricaturou aquele de agentes
da Gestapo num gueto. Na delegacia, testemunhas que nós constituímos
espontaneamente para prestar depoimento, fomos indecorosamente
enxovalhados, intimidados, espezinhados por inaceitável abuso de
autoridade, como se fôssemos os mais abjetos criminosos. - Verdade que
a chegada dos advogados devolveu, impôs aos temerários policiais um mínimo
de cortesia. Suas opiniões pessoais não podem nem devem, sob hipótese
alguma, estar acimada legalidade, nem muito menos ser padrão para juízos
de valor acerca de quem quer que
seja. Não se pode conceber que a opção sexual das gentes – questão
de foro íntimo - seja banalizada a ponto de se querer transformá-la em
crime ou delito. Por enquanto, ficam aqui registrados meu mais veemente
protesto e minha mais profunda repugnância. [Fonte: Carlos Paranhos,
ator/dramaturgista, amorygual@tropis.org,
2-7-2000]
ESPAÇOS GAYS
DISCRIMINADOS EM SP
Migrantes
e gays acusam o secretário Faria de Sá de preconceito. Apenas as casas
noturnas freqüentadas por eles foram fechadas. Gays e migrantes
nordestinos estão revoltados por terem sido alvo de uma nova ação.
Apenas as casas noturnas freqüentadas pelas duas comunidades foram
fechadas pela Operação
Dose de Vida, da Prefeitura no domingo passado.
O que menos agradou a comunidade GLBT (Gays, Lésbicas,
Bissexuais e Transgêneros)
foram os comentários de Sá. Durante a revista no bar Rainha Vitória o
secretário zombou de um cliente. “Vocês viram a bichinha pedir para
ser revistada por uma mulher?”, disse rindo.
A frase revoltou o presidente da Parada Gay de São Paulo,
Roberto de Jesus. “É uma clara expressão do preconceito. Declarações
como esta servem para destilar o ódio. Depois, um grupo neonazista
deverá se achar no direito de mandar bombas, já que a intolerância é
mantida pelas autoridades”, disse, referindo-se à carta-bomba que ele
próprio recebeu na semana passada. [Fonte: Jornal da Tarde, 12/9/2000]
BARES GAYS INVADIDOS
COM PREPOTÊNCIA PELA POLÍCIA
EM SP
“Informamos
que na madrugada de 16 (sábado) para 17 (domingo) de Dezembro, a
Prefeitura de São Paulo cometeu mais um abuso de autoridade e de
direito efetuando uma Blitz nos Jardins, além de violentar o direito ao
cidadão de circular livremente, infringiu o direito de defesa dos
proprietários dos estabelecimentos da região. Tudo começou por volta
de 01:00 h quando uma grande quantidade de fiscais chegaram acompanhados
de 4 viaturas do DSV, fecharam a rua da Consolação e Alameda Itu, com
inúmeras viaturas da Polícia Metropolitana,
usando cães de guarda, 2 caminhões e 3 Kombis da Secretaria das
Regionais. Aí passaram a fechar os bares e estabelecimentos da região,
abusando e coagindo clientes e funcionários, alegando falta de alvará,
licenças de funcionamento, licença de manobristas , licença de CADAN
(para uso de cartazes, banner e anúncios) , licença para mesas na calçada,
etc. Tudo não passaria de mais uma blitz de rotina (irregular mesmo
assim pois as alegações eram infundadas) se não tivesse ocorrido
abuso de autoridade por diversas vezes, onde fiscais e guardas soltando
literalmente os cachorros nas pessoas dentro das casas,
onde era dito que havia suspeita de drogas e por isso o uso de cães
farejadores, cães que assustavam e esvaziaram em poucos minutos todos
os locais por onde passavam. Agentes esmurraram
as portas, tentando arrombar outras onde não tinham recebido
permissão para entrada da fiscalização. Algumas casas fecharam suas
portas e pediram para os clientes saírem antes que algo pior pudesse
ocorrer, causando prejuízo, mas evitando um mal maior para os
frequentadores. Outras casas foram multadas com valores absurdos de
R$15.000,00 até R$32.000,00, sob alegação de irregularidades
diversas. Casas que foram invadidas e multadas: O’maleys, Bocage,
Massivo, Pride, Feitiço, Casa do Padeiro. Fecharam antes da blitz:
Allegro, Gourmet, Disco Fever, SoGo, À Revelia, Ultra Lounge, Na Mesa.
[Fonte: Arquivo do GGB, Internet, Informe do Allegro, gaylawyers@egroups.com
20-12-2000]
VEREADOR DENUNCIA
BLITZ POLICIAL EM BARES GAYS DE SP
O
Presidente da Comissão de Direitos Humanos de Cidadania da Câmara
Municipal de São Paulo, o vereador Ítalo Cardoso (PT-SP), encaminhou
ofícios ao governador Mário Covas, ao Secretário de Segurança Pública
do Estado e ao Ministério Público, solicitando a apuração das blitz
realizadas em setembro último em bares gays do Largo do Arouche
pela Polícia Militar. O documento também cita blitz da Guarda
Civil Metropolitana em clubes dos Jardins. [Fonte:
Folha de São Paulo/SP 8/12/2000]
MOTEL DISCRIMINA GAYS
EM CAMPINAS, SP
Em
agosto passado, “eu e meu namorado
fomos ao Motel Mirage, em
Campinas. Quando a gente parou o carro
na recepção, a caixa disse que nos não
podíamos entrar porque éramos dois homens! Nos fizemos meia
volta e fomos a um outro, não
muito longe e entramos sem problema. Fico muito chateado com isso e vejo
que ainda há muito o que fazer no Brasil, para que os gays sejam
aceitos como cidadãos livres.
Conversando com meus amigos heteros e homos, eles me disseram que vão
boicotar o motel Mirage e farão propaganda negativa. Nós não devemos
nos calar. Se alguém tem que mudar a mentalidade do país, esse alguém
somos nós! Temos que fazê-lo com seriedade e dignidade e não
ridiculamente. Há que haver orgulho. Nós sofremos tanto! Basta! A
ditadura heterossexual deve ser derrubada! Fica ai o meu recado, talvez
não fique em voa!” [Fonte: Arquivo GGB, Internet, rogeriodn@hotmail.com,
24-11-2000]
DISCRIMINAÇÃO É
PUNIDA EM CURITIBA
O
processo penal, movido pela transexual Maitê Schneider contra uma casa
noturna de Curitiba que tinha vetado a entrada de travestis foi
encerrado: o juiz decidiu que o proprietário deve dar desculpas formais
e o reconhecimento de lesão dos direitos às vítimas. O parecer também
alertou que em caso de reincidência, o proprietário terá seu alvará
cassado. O caso foi defendido pela Dra. Mônica Cristina Buy que não
cobrou honorários. [Fonte: Arquivo GGB, Internet, denúncia de mave@netpoint.com.br,
12-6-2000].
GENERAL MORTOS É
ACUSADA DE DISCRIMINAR FUNCIONÁRIO GAY NO RIO GRANDE DO SUL
Roberto
Biazeki, ex-diretor de qualidade da fábrica da General Motors (GM), em
Gravataí, RS, denuncia que foi demitido da firma porque é homossexual.
Um grupo de 11 homossexuais do Nuances
invadiu a empresa, para protestar contra esta demissão.
Os manifestantes, ligados ao grupo Nuances, entraram no local
através de um ônibus que transportava funcionários e entregaram uma
carta para o diretor de recursos humanos pedindo a readmissão de
Biazeki. [Fonte: Zero Hora, 2000]
LEGIÃO DA BOA VONTADE
DISCRIMINA HOMOSSEXUAIS
A
Legião da Boa Vontade não
respeita a opção sexual de seus funcionários:
pela menor suspeita de homossexualismo,
a pessoa sofre represálias em alguns casos, é remanejada de área,
mas, na maioria das vezes é forçada a se desligar da empresa. A denúncia
quem faz é Pedro Zarur Almeida, onde relata: “Meu caso foi divulgado
pela primeira vez na matéria da Revista Época, sobre Orgulho Gay, que
saiu em 20 de setembro de 1999. Eu fui chamado em 1993 pelo presidente
da Organização, José de Paiva Netto, para trabalhar na LBV. Depois de
três anos me apaixonei pelo seu filho mais velho, depois de um
ano de relacionamento, o Pai do meu companheiro, que é também
presidente da LBV, descobriu nosso caso e discretamente arranjou uma
desculpa para me demitir. Tivemos a vida invadida, destruída, exposta e
muitas vezes quis me matar. Não senti isso porque sou gay, mas porque
acreditei e entreguei minha vida a uma organização e, no auge da minha
carreira, fui colocado na
rua, humilhado da noite para o dia, e proibido de falar com meus amigos
porque sou homossexual. Foi tanta pressão que me senti coagido mesmo
depois de ter me afastado, então decidi não agüentar mais nada desta
organização, e abri um processo por danos morais. Não desejo que
outro homossexual passe pelo o que eu passei na LBV. Não fui o primeiro
caso de homossexual afastado, mas fui o primeiro a abrir isso
publicamente e exigir num processo a retratação dessa Instituição.”
[Fonte: www.gaybrazil.com, pedroafaro@zipmail.com.br,20-2-2000]
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