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         Prefácio 
        
         * Dom
        Paulo Evaristo Arns 
        
         Esta publicação do
        Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo
        aponta a relevância de suas atividades no campo dos direitos humanos.
        
         Além
        de seu trabalho de atendimento de vítimas de violência policial, com o
        conseqüente desdobramento na área da Justiça Militar e também do
        Poder Judiciário comum, o Centro Santo Dias de Direitos Humanos, diante
        das omissões e demoras em vários casos sujeitos àquela Justiça
        corporativa, apresentou-os à Comissão de Direitos Humanos da Organização
        dos Estados Americanos (OEA). Essas denúncias estão sendo objeto de
        negociações com o governo brasileiro, para que as famílias das
        pessoas assassinadas por PMs possam receber adequada reparação.
        
         Esses casos, narrados
        com detalhes nas páginas do livro, evidenciam, de um lado, a
        necessidade de se redimensionar o aparelho de segurança do Estado. Por
        outro lado, revelam o alcance que pode ter a atuação de um centro de
        defesa de direitos humanos. E, para permitir uma ação mais ampla das
        entidades na busca do mesmo ideal, indicam os caminhos que podem ser
        percorridos quando o Estado brasileiro se mostrar insensível na correção
        de seus erros.
        
         É interessante
        também constatar como nasceu a candidatura de Hélio Bicudo para um
        assento na Comissão
 Interamericana de
        Direitos Humanos; os apoios que teve a partir de sua indicação pelo
        presidente Fernando Henrique Cardoso e sua apresentação na Assembléia
        Geral da OEA, em Lima, no Peru, em junho de 1997; e, por final, sua eleição,
        tendo recebido 22 dos 34 votos dos representantes naquela entidade.
        Igualmente merece destaque a nomeação do diretor Benedito Domingos
        Mariano, como primeiro ombudsman de Polícia no Brasil.
        
         Esse pequeno
        livro desvenda um trabalho e abre novos espaços para a implementação
        dos direitos humanos no Brasil, tudo em sintonia com a política hoje
        adotada pelo governo federal, ao considerar que os direitos humanos
        constituem-se no próprio fundamento do Estado Democrático de Direito. 
        
         * * Cardeal Paulo
        Evaristo Arns é arcebispo emérito de São Paulo e
        presidente do honra do Centro Santo Dias de Direitos Humanos da
        Arquidiocese de São Paulo 
        
        
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