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Conselhos de Direitos Temáticos
Curso de Direitos Humanos - Módulo III

Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente

Unidade I – As Conferências dos Direitos da Criança e do Adolescente

Uma das ações dos conselhos, em todas as esferas, é a promoção da participação da sociedade na discussão das questões e na elaboração de propostas para as políticas. Assim, cabe aos conselhos a organização de conferências, de acordo com suas instâncias de atuação: municipais, estaduais ou federais.

Desde 1995, a cada dois anos, têm sido convocadas as conferências dos direitos da criança e do adolescente no País. Cada conferência tem seu tema. Veja lista a seguir:

1995 – I Conferência Nacional - Tema: Crianças e adolescentes – “PRIORIDADE ABSOLUTA”
1997 – II Conferência Nacional -Tema: Crianças e adolescentes – “PRIORIDADE ABSOLUTA”
1999 – III Conferência Nacional -Tema: Uma década de história rumo ao terceiro milênio
2001 – IV Conferência Nacional -Tema: Crianças, adolescentes e violência. Lema: “Violência é Covardia as Marcas Ficam na Sociedade”
2003 – V Conferência Nacional -Tema: PACTO PELA PAZ – Uma Construção Possível
2005 – VI Conferência Nacional – Tema: Controle social, participação e garantia dedDireitos – por uma política para crianças e adolescentes.

Conferencia Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
A 1ª Conferência Nacional dos Diretos da Criança e do Adolescente aconteceu no período de 22 a 25 de novembro de 1995, em Brasília, com o tema Crianças e adolescentes – “Prioridade Absoluta”, Teve por objetivos: a definição das diretrizes da política nacional de atendimento dos direitos da criança e do adolescente; o fortalecimento da articulação entre o Conanda e os conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente; o estabelecimento de uma pauta nacional de prioridades e eventos para o próximo biênio e a aprovação do relatório brasileiro a ser encaminhado às Nações Unidas sobre a implantação da Convenção Internacional. Contou com a participação de aproximadamente 500 pessoas, entre representantes de conselhos dos direitos da criança e do adolescente e tutelares, representantes de conselhos setoriais federais de saúde, de educação, de assistência social e de segurança alimentar; além de convidados especiais do Ministério Público Federal, do Unicef, OIT, Frente Parlamentar pela Criança, Fórum DCA, Unesco, Superior Tribunal Federal e OMS.

Há poucos registros desta conferência, não houve anais, mas suas discussões e os debates serviram de base para a resolução nº 42 do Conanda, de 13 de outubro de 1995, que aprova as diretrizes nacionais para a política de atenção integral à infância e à adolescência nas áreas de saúde, de educação, de assistência social e de trabalho para a garantia de direitos.
Havia dúvidas sobre a competência do Conanda em convocar uma conferência nacional e, por esta razão, somente a partir da II Conferência Nacional, em 1996, as Conferências dos Direitos da Criança e do Adolescente passaram a ser convocadas por Resoluções do Conanda.

A II Conferência Nacional, convocada pela Resolução do Conanda nº 49/1996, de 28 de novembro de 1996, aconteceu no período de 17 a 20 de agosto de 1997, com o mesmo tema da primeira: Criança e adolescente prioridade absoluta. Contou com a participação de 800 pessoas, sendo 509 delegados das conferências estaduais, convidados especiais e observadores.

O objetivo foi “promover uma ampla mobilização social nas esferas municipal,estadual e nacional para avaliar a situação de implementação dos direitos da população infanto-juvenil, como prioridade absoluta, em especial no que se refere aos eixos temáticos do Conanda, a saber: erradicação do trabalho infantil e proteção ao trabalho do adolescente; violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes; ato infracional e medidas socioeducativas; Conselhos Tutelares; orçamento público e Fundos.

Seus objetivos específicos pretendiam:
• Avaliar o conjunto das ações de promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
• Avaliar a situação do reordenamento institucional dos órgãos públicos e entidades de atendimento e defesa dos direitos da população infanto-juvenil.
• Avaliar as parcerias e articulações existentes em torno dos cinco eixos temáticos, visando à elaboração de proposições para o seu fortalecimento.
• Avaliar os processos de formação de recursos humanos envolvidos com a promoção e garantia dos direitos da criança e dos adolescentes.
• Avaliar o processo orçamentário público e as formas de captação e de transferência de recursos dos Fundos Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal dos direitos da criança e do adolescentes;
• Avaliar e propor estratégias para o fortalecimento da rede de Conselhos dos Direitos e Tutelares.

Nesta conferência, houve o lançamento do Selo de Valorização do Estatuto da Criança e do Adolescente.

A III Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, convocada pela Resolução nº 59 do Conanda de 19 de julho de 1999, foi realizada entre 22 a 26 de novembro de 1999, em Brasília. Teve como tema: Uma década de história rumo ao terceiro milênio e como objetivo “promover ampla mobilização social nas esferas municipal, estadual, e nacional para avaliar a implantação e implementação das políticas relacionadas às crianças e aos adolescentes, tendo como referência a Convenção Internacional dos Direitos da Criança; a Lei n° 8.69/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente, as deliberações da I e II Conferências, e as Resoluções do Conanda e dos Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais dos Direitos.

Teve os seguintes objetivos específicos:
• Avaliar a implantação e implementação do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente nos eixos da Promoção, Defesa, Controle e Vigilância.
• Definir políticas e estratégias de operacionalização do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente.

E os seguintes Focos Temáticos: Políticas Sociais Básicas; Política de Reinserção Social; Serviço de Proteção Especial; Gestão de Políticas Públicas; Instâncias e Mecanismos Jurídicos Sociais.

Contou com a participação de 1000 pessoas entre delegados, observadores e convidados especiais.

As etapas preparatórias da III Conferência tiveram como responsabilidade desenvolver um processo de discussão e avaliação sobre os 10 anos de luta pela garantia de direitos das crianças e dos adolescentes, isto é, pela implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente.

A IV Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, convocada pela Resolução do Conanda nº 67 do Conanda, de 23 de abril de 2001, foi realizada entre os dias 19 a 22 de novembro de 2001, em Brasília. Considerando a os dados alarmantes de violência contra crianças e adolescentes, o Conanda definiu como tema: “Crianças, Adolescentes e Violência”, com o lema: “Violência é Covardia as Marcas Ficam na Sociedade”. Teve como objetivo geral: “promover ampla reflexão sobre a infância e a adolescência e sua relação com a violência, a fim de apontar caminhos e definir proposições que revertam a realidade vigente e contribuam para a melhoria da qualidade de vida infanto-juvenil”

Seus objetivos específicos foram:
1 Subsidiar os participantes da Conferência a partir do diagnóstico da situação conjuntural da população infanto-juvenil brasileira.
2 Situar os participantes da Conferência no contexto histórico do atendimento à criança e ao adolescente.
3 Discutir o papel dos meios de comunicação social a partir dos aspectos conceituais e epidemiológicos da violência.
4 Identificar a relação entre o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e os demais instrumentos legais, bem como a realidade e a participação dos diversos atores na construção da Paz Social
5 Propor a elaboração de um PACTO PELA PAZ.
6 Subsidiar a sociedade brasileira com a apresentação de experiências referenciais na aplicação do ECA.
7 Partilhar experiências exitosas de aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
8 Discutir o papel do Estado, da sociedade e da família na consolidação de uma cultura de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
9 Discutir a questão dos diversos atores sociais diretamente envolvidos com a questão e delinear perspectivas de atuação conjunta: sistema de segurança pública, sistema de justiça e sistema de atendimento.
10 Discutir a questão da idade de imputabilidade penal dos jovens.
11 Realizar a I Conferência Nacional dos Adolescentes, assegurando-lhes uma metodologia própria à faixa etária, garantindo o mesmo tema e conteúdo da IV Conferência.

Contou com a participação de 1000 pessoas, sendo 516 Delegados, 40 Observadores e demais convidados especiais (Juizado da Infância e da Juventude, Promotoria da Infância e da Juventude, Defensoria Pública, Secretaria de Segurança Pública, Representante do Órgão Executor do Estado), além de palestrantes e debatedores

Como resultado desta conferência, foi lançado o Pacto pela Paz,1 com nove eixos temáticos.

Em 2001, uma novidade importante no campo da participação e do protagonismo de crianças e adolescentes foi a realização da I Conferência Nacional dos Adolescentes,com espaço e metodologia próprios. Mas os adolescentes reivindicaram sua participação na categoria de delegados da Conferência junto com os jovens e adultos. Esta reivindicação foi incorporada pelo Conanda, na convocação da V Conferência Nacional, em 2003.

A V Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente2 foi convocada pela Resolução 86 do Conanda, de 12 de março de 2003, com o tema: PACTO PELA PAZ – Uma Construção Possível. Teve por objetivo geral: promover ampla reflexão sobre o protagonismo social na implementação do “Pacto Pela Paz” no contexto das relações Estado e Sociedade.

Teve os seguintes objetivos específicos:
• Avaliar a implementação do “Pacto Pela Paz” nos âmbitos municipal, distrital, estadual e nacional.
• Possibilitar à sociedade brasileira o conhecimento das propostas e das ações do Governo Federal na implantação do “Pacto Pela Paz”.
• Definir as diretrizes e as ações futuras para a implementação do “Pacto Pela Paz”, reafirmando os compromissos e as estratégias de ações dos integrantes do Sistema de Garantis de Direitos.

Participaram 1,200 Pessoas, sendo 822 Delegados ( incluindo os adolescentes) e 480 convidados. Foi a primeira Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente com a participação do Senhor Presidente da República – Luiz Inácio Lula da Silva. Contou também com a presença de onze Ministros de Estado.

Na abertura da V Conferência foi entregue pelo Presidente da República à sociedade brasileira, por meio do Conanda, o Plano Presidente Amigo da Criança, onde são apresentadas as metas e ações do governo brasileiro para o cumprimento dos compromissos assumidos no documento “Um Mundo para as Crianças”, a resposta brasileira às Metas do Milênio.

VI Conferencia Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

Que a cor/raça, a etnia, o sexo, a orientação sexual,
a deficiência e o endereço não sejam jamais causa de violação de direitos humanos e sim fatores a serem sempre respeitados visando à plena afirmação de nossas crianças e nossos adolescentes3

Convocada pela Resolução do Conanda nº 102/2005, a VI Conferência Nacional realizada entre os dias 12 a 15 de dezembro de 2005, em Brasília, teve por objetivo a ampliação da participação e o controle social na efetivação de políticas para a criança e o adolescente. Atento ao momento político, o Conanda definiu como tema desta Conferência: “Controle Social, Participação e Garantia de Direitos – Por uma Política para Crianças e Adolescentes”, proporcionando assim a participação de diferentes interlocutores e provocando intensos debates sobre temas e subtemas muito pouco discutidos na sociedade, conforme apresentamos abaixo.

I O Papel do Estado e da Sociedade na formulação, execução e monitoramento de uma Política para crianças e adolescentes.
• A relação do Estado com a sociedade na elaboração de uma política para a criança e o adolescente.
• O papel da sociedade na superação dos desafios impostos pelo pacto federativo na formulação e execução de uma política nacional para a criança e o adolescente.
• O Conselho dos Direitos como responsável pelo monitoramento da política para a criança e o adolescente.

II Participação Social na promoção da Igualdade e valorização da diversidade:
• Gênero, raça, etnia e procedência regional.
• Pessoa Portadora de Deficiência.
• Orientação Sexual.

III Ao participação social na elaboração, acompanhamento e fiscalização do orçamento público
• A importância da participação social na elaboração do PPA, LDO e a política para a criança e o adolescente.
• A gestão do Fundo para a Criança e o Adolescente e a elaboração do orçamento-criança como instrumento de articulação e integração das políticas públicas.
• Mecanismos de participação social no monitoramento e fiscalização da execução do orçamento público.

A maioria dos presentes (955 pessoas) era formada por delegados e delegadas (adolescentes, jovens e adultos, conselheiros e conselheiras de direitos e tutelares) que já haviam participado das etapas anteriores, as Conferências Municipais, as Estaduais e do Distrito Federal. Estiveram também presentes promotores, juízes, técnicos e técnicas de organizações da sociedade civil, do Executivo e do parlamento nacional.

Esta foi uma conferência que inovou nos conteúdos temáticos e suas resoluções poderão servir de instrumentos importantes na transformação da realidade de violação dos direitos e, principalmente, na definição e implementação de políticas que assegurem a todas as crianças e adolescentes o direito de viver com dignidade, reconhecendo e valorizando as diferenças, promovendo a igualdade e a justiça.

Nota:
Ao finalizar esta publicação foi anunciada a convocação, por meio de Resolução do Conanda nº 120, de 14 de dezembro de 2006, da II Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, a realizar-se em Brasília no período de 03 a 06 de dezembro de 2007 e terá como tema central: “Concretizar Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes: Investimento Obrigatório”.4


Praticando: 1) Você já participou de alguma conferência dos direitos da criança e do adolescente em seu estado e município?
2) Os conselhos no seu estado e município já convocaram conferências dos direitos da criança e do adolescente?
3) Caso já tenha sido realizadas, quais foram as principais deliberações da última conferência dos direitos da criança e do adolescente em seu Estado e município? Estas deliberações foram divulgadas junto à sociedade e governo local?

REFERÊNCIAS
Fórum Nacional DCA - O Fórum DCA na linha do tempo dos direitos da criança e do adolescente. Disponível em: http://www.forumdca.org.br/?q=historico

Levantamento sobre as Conferências do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescentes, elaborado pela secretaria executiva do Conanda, 2005

Pacto pela Paz. Disponível em: http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conanda/pacto.pdf

Anais da V Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, disponível em: http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conanda/anais.pdf

Documento base da VI Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

Notas
1 Pacto pela Paz está disponível em: http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conanda/pacto%20pela%20paz.htm

2 O documento com os anais da V Conferência está disponível em: http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conanda/anais.pdf

3 José Fernando da Silva, Presidente do Conanda – Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (ABONG), Anais da VI Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

4 Acesse a íntegra da resolução que convoca a VII Conferência no site: http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sedh/conselho/conanda/resol/

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