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Conselhos de Direitos Temáticos
Curso de Direitos Humanos - Módulo III

Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente

Unidade I – Ações necessárias para o fortalecimento dos Conselhos dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes

1 Desafios para o fortalecimento dos Conselhos

A participação popular, por meio de suas organizações representativas, é um mecanismo essencial na elaboração e na fiscalização das políticas públicas. O diálogo entre governo e sociedade é uma possibilidade real nos espaços dos conselhos, para deliberar políticas que assegurem os direitos dos segmentos populacionais representados na atuação dos conselhos.

Nesse sentido, a existência de conselhos fortes, representativos de governo e sociedade, apresentam condições primordiais para alcançar tais objetivos e cumprir o que prevê a Constituição quando institui a democracia participativa.

Entretanto, muitas vezes, observam-se alguns obstáculos que dificultam a atuação dos conselhos e a efetiva democratização dos processos de formulação das políticas para a criança e o adolescente, dentre eles:
• Estrutura do conselho – em muitos casos o conselho tem deficiência na sua estrutura que dificulta a operacionalização de seus atos. É fundamental ter uma secretaria executiva que auxilie na organização técnica e administrativa do conselho. Há casos em que o conselho está subordinado a uma secretaria que dificulta sua autonomia decisória. Ao criá-los, a lei deve estabelecer o vínculo apenas administrativo com o órgão governamental correspondente, para que, por um lado, se ofereça o suporte técnico-administrativo financeiro, mas que se garanta a autonomia política decisória do colegiado.
• Articulação com outros segmentos – ainda predomina a cultura política da fragmentação e a setorialização excessiva da gestão pública. No caso dos direitos humanos de crianças e adolescentes, a atuação dos conselhos deve ocorrer de forma transversal aos diversos setores, tais como: saúde, educação, cultura, esporte e lazer, trabalho, assistência social etc., perpassando cada um deles e devendo balizar as grandes decisões das políticas setoriais, bem como monitorar sua macro-execução. Aliás, somente desta forma os conselhos estarão cumprindo o que determina a Declaração dos Direitos Humanos, consagrado em nossa Constituição Federal de 1988 e regulamentado no Estatuto da Criança e do Adolescente, de que os direitos humanos (todos) são universais, indivisíveis e interdependentes.
• Planejamento estratégico – Um problema freqüente verificado na atuação dos conselhos é a falta de planejamento de suas atividades e a ausência de um plano de ação da gestão. Como já foi dito no módulo II, o planejamento deve ser incorporado nas ações do conselho. Conhecer a realidade, estabelecer prioridades, elaborar e aprovar o plano de aplicação de recursos do Fundo com base nas prioridades, realizar uma gestão participativa que ouça e preste contas à comunidade local, em especial aos segmentos populacionais representados.
• Formação das conselheiras e conselheiros – Em geral, os conselhos têm dado pouca atenção à construção de processos de formação continuada de seus integrantes. Este item precisa fazer parte do planejamento dos conselhos. Conhecer a legislação, a realidade, as políticas e programas, e incorporar os conceitos estabelecidos no paradigma da Doutrina da Proteção Integral.
• Publicização dos Atos do Conselho – a proximidade dos conselheiros, especialmente nos de âmbito municipal, é fator positivo, mas também pode gerar a informalidade no funcionamento do órgão. É importante que se dê publicidade aos atos do conselho (atas, resoluções, comunicados etc.) por meio da imprensa oficial do município, Estado e da união. É também significativo à produção de informativos e de criação de páginas na internet – estes instrumentos ajudam a fortalecer o conselho e contribuem para aproximá-lo e ser reconhecido pela sociedade local e governo.
• Funcionamento do conselho – tão importante quanto participar das assembléias do colegiado é a contribuição dos conselheiros nas comissões permanentes e grupos de trabalho. É nestes espaços que o conselheiro e/ou conselheira tem oportunidade de aprofundar as questões em pauta ou demandadas ao conselho, e desta forma ajudar a construir novas proposições e a controlar as políticas.
• Reconhecimento do conselho pelos gestores públicos – Em muitos casos, há pouca ou nenhuma atenção por parte dos governantes para o órgão conselho. Isto, em geral, ocorre pela própria dificuldade dos governantes no entendimento do que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente, na compreensão sobre o que está estabelecido na Constituição Federal, sobre a participação popular na deliberação das políticas, ou mesmo, por uma discordância do novo conceito de criança e adolescente, implícito no Estatuto.
• Diversidade na formação dos conselhos – quando diz a Constituição e o Estatuto sobre a presença da sociedade nos espaços de deliberação de políticas, recomenda-se que os segmentos populacionais estejam representados reconhecendo sua diversidade (gênero, raça/etnia, orientação sexual, deficiência etc.).

Algumas propostas de ações com intuito de fortalecer os conselhos dos direitos da criança e do adolescente:
• Cursos de formação continuada para conselheiras e conselheiros das esferas municipais, estaduais e federal, com foco nas questões específicas, com material informativo como cartilha, vídeos etc.
• Acompanhamento/fiscalização das formulações de leis e implementação de políticas, atentando para a observação do recorte de gênero, raça/etnia, diversidade sexual, deficiência.
• Campanha nos meios de comunicação para sensibilização da sociedade quanto à importância dos conselhos e do papel das conselheiras e dos conselheiros.
• Sítio da internet com informações sobre crianças e adolescentes, diretrizes da política, participação democrática (contemplando todos os segmentos).
• Construção de canais de comunicação e participação de crianças e adolescentes.
• Articulação entre as três esferas dos conselhos e também entre os diferentes conselhos, a fim de pensar, formular e deliberar uma política integrada.
• Preparação e discussão do plano municipal, estadual e nacional de política para a criança e o adolescente.
• Realização de oficinas, encontros e seminários temáticos, a fim de ampliar e aprofundar as discussões sobre as questões emergentes que afetam a vida das crianças e adolescentes.
• Elaboração de um planejamento a fim de priorizar e programar as ações.
• Inclusão da temática da diversidade de gênero, raça/etnia, orientação sexual, deficiência, entre outras, na deliberação de políticas e na aplicação de recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente.
• Gestão e campanha de fortalecimento do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e publicização de seus recursos (captados e aplicados).
• Acompanhamento do orçamento criança.
• Organização, utilização e articulação dos dados do Sipia.
• Interlocução dos conselhos com o movimento de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

No Brasil, há milhares de conselhos já criados e estes precisam funcionar bem para que contribuam para a transformação social, para que nossas crianças e adolescentes sejam, de fato, sujeitos de direitos.

Praticando: Na sua opinião, quais são os principais desafios para o fortalecimento dos conselhos dos direitos da criança e do adolescente em seu Estado e município?

REFERÊNCIAS
Conanda – Resoluções 105 e 106/2005 e 113/2006 –www.presidência.gov.br/sedh/conanda

O conselho dos direitos da criança e adolescente implantação e funcionamento – http://www.rebidia.org.br/noticias/direito/cons_dir.html


Links interessantes:
• Fórum Nacional DCA – www.forumdca.org.br
• Agência de Notícias dos Direitos da Infância – www.andi.org.br
• Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência – www.ciranda.org.br
• Agência Uga-Uga de Comunicação – Internet: http://www.agenciaugauga.org.br
• Cipó - Comunicação Interativa – www.cipo.org.br
• Oficina de Imagens – www.oficinadeimagens.org.br
• Auçuba - Comunicação e Educação – www.aucuba.org.br
• Associação Companhia TerrAmar – www.ciaterramar.org.br
• Girassolidário – Agência de Notícias em Defesa da Infância – www.girassolidario.org.br
• Agência de Notícias da Infância Matraca – www.matraca.org.br

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