POPULAÇÕES
INDÍGENAS
O grupo apresentou as seguintes propostas de
ações imediatas:
Ao
Governo Federal:
1 - Demarcação e regularização dos territórios
indígenas, previstas nas Disposições Transitórias da
Constituição Federal;
2 - Reestruturação do órgão indigenista,
garantindo um processo democrático e participativo,
principalmente com a presença das lideranças e
representantes indígenas. Que, na nova proposta do
órgão indigenista, seja constituído o Conselho
Indigenista, como forma de controle e elaboração de
propostas para as políticas públicas referentes à
questão indígena;
3 - Que o Governo faça uma dotação
orçamentária coerente com as ações propostas pelo
Programa Nacional de Direitos Humanos;
4 - Reestruturação do sistema educacional no que
se refere ao sistema de ensino e no conteúdo dos livros
didáticos sobre as populações indígenas do Brasil;
5 - Abertura de mecanismos de financiamento direto
às populações indígenas, através do Ministério da
Agricultura, para
projetos de desenvolvimento econômico sustentável;
6 - Ação imediata do Ministério da Saúde e do
órgão indigenista em ações preventivas e de ataque às
epidemias que vêm vitimando a maior parte das
populações indígenas, principalmente crianças,
mulheres e adolescentes;
7 - Que o órgão indigenista forneça um
relatório anual sobre a situação dos conflitos
fundiários, principalmente aqueles
entre índios e pequenos posseiros, e apresente uma
agenda de resolução imediata dos mesmos;
8 - Que se promova ampliação dos territórios
indígenas que vêm apresentando um grande crescimento
demográfico, além da revogação do Decreto nº
1.775/96, que está promovendo redução de territórios
indígenas, especialmente os referentes à área de
Raposa/Serra do Sol. Este é um exemplo de como o Decreto
nº 1.775/96 veio prejudicar os interesses e os direitos
das populações indígenas, garantidos pela
Constituição Federal.
Ao Congresso Nacional:
1 - Que o projeto de lei que institui o novo
Estatuto das Sociedades Indígenas seja votado pela da
Câmara dos Deputados — onde está paralisado há mais
de dois anos — e siga a sua tramitação para o Senado
Federal;
2 - Aprovação da Convenção nº 169 da OIT,
parada na Comissão de Relações Exteriores do Senado
Federal;
3 - Retomar as discussões do projeto de lei sobre
saúde indígena, de autoria do deputado Sergio Arouca,
parado na Comissão de Constituição e Justiça e de
Redação da Câmara dos Deputados;
4 - Retomar as discussões do projeto de lei sobre
o trabalho infantil, em tramitação na Câmara dos
Deputados;
5 - Retomar as discussões e encaminhamentos sobre
o Projeto de Lei Complementar nº 260, que trata do
"relevante interesse da União" dentro das
áreas indígenas;
6 - Que as Comissões de Defesa do Consumidor, Meio
Ambiente e Minorias e de Direitos Humanos, da Câmara dos
Deputados, e a de Assuntos Sociais, do Senado Federal,
fiscalizem as verbas públicas destinadas à FUNAI.
Na Justiça Federal:
1 - Acompanhamento das ações judiciais referentes
aos conflitos no território dos índios pataxós e
guaranis-kaiowás, pois estão ameaçando promover um novo
suicídio coletivo, em decorrência dos conflitos de terra
existentes na área.
Gostaria de salientar essa questão dos
guaranis-kaiowás. Hoje vence o prazo dado pelos
fazendeiros para que os índios saiam da área Sucuri(?).
Quero quer dizer que, a qualquer momento, eles poderão
praticar o suicídio coletivo. Como estamos muito
preocupados, pedimos às autoridades presentes que tomem
uma providência urgente.
As
nossas propostas de moções são as seguintes:
1 - Solicitação de uma audiência com o
presidente Fernando Henrique Cardoso, para levar as
propostas de implementação imediata de questões
relativas à política indigenista;
2 - Exoneração do atual presidente da FUNAI, Sr.
Julio Gaiger, em decorrência de sua perda de
legitimidade;
3 - Exigir que o novo Estatuto das Sociedades
Indígenas assegure que o órgão indigenista continue
tendo o seu papel protetor e o poder de polícia, em casos
de desrespeito aos direitos indígenas.
|