CRIANÇAS
E ADOLESCENTES
1
- Avaliação do Programa Nacional dos Direitos Humanos
Medidas
de Curto Prazo
1-
Apoio CONANDA
O
apoio não foi integral no que diz respeito à
infra-estrutura necessária para o funcionamento eficaz
com abrangência nacional, o que dificultou a implementação
e socialização de suas resoluções.
2
- Apoio sócio-familiar
Falta
informação sobre a atuação do Governo Federal quanto
à destinação e aplicação de recursos para estes
programas.
3
- Alteração de Legislação
Avaliação
dos pontos conjuntamente: legislações penal e
trabalhista:
Não
houve nenhuma alteração em 1996.
As
propostas do Programa deveriam ser mais objetivas e
específicas no que se refere ao tipo de alteração,
exceto a proposta de tipificação do crime de exploração
sexual infanto-juvenil com penalização para explorador
e usuário.
4
- Campanha contra a exploração sexual
Foi
positiva na mobilização e visibilidade em todo país.
Mas
faltam definições quanto à operacionalização da denúncia
e procedimentos pós-denúncia.
5
- Medidas sócio-educativas
Não
houve avanço, pois o reordenamento institucional está
incompleto.
6
- Capacitação de conselheiros
Esta
ação foi desenvolvida, tendo havido boa repercussão.
Necessita, porém, maiores investimentos para ampliá-la.
7
- Adoção
O
processo legislativo para isso está muito lento, não
tendo tido avanços em 1996.
Faltam
informação e articulação sobre as ações
pertinentes.
8
- Mobilização
Necessidade
de maior investimento.
9
- Merenda escolar
É
positiva a descentralização e municipalização dos
recursos da educação.
Faltou
informação sobre a extensão dos recursos para creches
que dependem de regulamentação do Congresso.
10
- Combate ao trabalho infantil
A
ação evoluiu discretamente, com a criação do
programa Criança Cidadã e das comissões de fiscalização
de combate ao trabalho infantil pelas DRTs.
É
necessário ampliar o alcance do programa e a ação
fiscalizadora das DRTs.
11
- Papel dos meios de comunicação:
Positivo
quanto à participação da mídia na divulgação das ações
de garantias de direitos, bem como na denúncia da violência.
Mas
negativo quanto aos programas e telenovelas, sem cunho
pedagógico e contrariando o Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Medidas
de Médio Prazo
12
- Capacitação de profissionais
Falta
informação quanto ao investimento do governo nas área
de saúde, educação e segurança pública.
13
- Sistema de informações sobre violência
Foi
positiva a retomada do
Sistema de Informações para a Infância e a
Adolescência - SIPIA,
mas lenta a
sua implementação nos estados.
Negativa
a interrupção no processo de mapeamento das denúncias
de exploração
sexual infanto-juvenil, pelo Ministério da Justiça,
junto às secretarias de segurança pública dos
estados.
Medidas
de Longo Prazo
14
- Reordenamento das instituições de privação de
liberdade
Houve
um importante trabalho de regulamentação por parte do
CONANDA, necessitando, entretanto, de um maior
investimento na implementação da mesma.
15
- Varas e delegacias especializadas
Pouco
investimento impediu que se identificassem resultados
importantes para a área.
2
- Ações Prioritárias e Mecanismos para Implantação
do Programa Nacional dos Direitos Humanos
-
Investir em políticas sociais por meio de programas
como o da Renda Mínima Familiar e outros capazes de
assegurar direitos;
-
Implementar de forma mais ágil o sistema de
monitoramento sobre violências contra crianças,
especialmente em relação a mortes violentas e exploração
sexual.
-
Assegurar maior empenho na agilização do debate,
aprofundamento e aprovação da legislação destinada a
criar instrumentos indispensáveis à implementação do
Programa.
-
Criação das Varas especializadas para a responsabilização
penal dos agressores e violadores dos direitos das crianças
e criação das delegacias de proteção da criança.
3
- Gestão e Monitoramento do Programa Nacional dos
Direitos Humanos
-
Definição de secretarias específicas no âmbito de
cada ministério para a execução das ações que lhes
são atribuídas no Programa, com acompanhamento sistemático
da secretaria executiva do ministério e garantidas como
ações prioritárias.
-
Garantia de inclusão das ações do Programa como ação
prioritária de cada ministério.
-
Criação de uma articulação interministerial de
monitoramento do PNDH. Inclusão das informações deste
monitoramento no sistema já existente no Ministério da
Justiça e que já pode ser acessado na INTERNET. Além
da internet, é importante remeter periodicamente relatórios
de acompanhamento para as diferentes organizações e
instâncias do Programa Nacional de Direitos Humanos.
-
Criação do Cadastro Nacional de Inadimplentes Sociais
(Pg. 15 do PNDH).
-
Definição de uma forma que assegure recursos orçamentários
para a execução das ações do programa.
4
- Sugestões
-
Espera-se que a equipe formada para monitoramento do
PNDH não seja mais um Conselho, e que seja composta por
órgãos governamentais e não-governamentais.
-
Não se pode trabalhar com a questão da criança e do
adolescente sem tratar de um programa de apoio sócio-familiar,
equipando-o com todos os recursos para garantir seu
funcionamento.
-
Existe a necessidade de uma política nacional que
articule os recursos financeiros junto ao Ministério da
Previdência e Assistência Social e Ministério da
Justiça.
-
A legislação precisa ser melhorada no que diz respeito
à veiculação de temas que abordam a violência pelos
meios de comunicação. É importante discutir um código
de ética para os meios de comunicação de massa, bem
como capacitá-los para o tratamento adequado da questão
da criança e adolescente.
-
Garantir o exercício dos direitos sociais, econômicos
e culturais, por meio de um programa realmente nacional
de renda mínima, de modo a garantir o acesso à escola
e a erradicação do trabalho infantil.
-
Ratificação da Convenção 138 da OIT e implantação
da 146.
-
Assegurar melhor tipificação da exploração sexual
contra crianças e adolescentes.
-
Instituição de varas especializadas e delegacias de
proteção da criança, para a apuração e punição de
crimes contra a criança e o adolescente.
-
Descentralizar as políticas públicas administrativas
direcionadas ao adolescente autor de ato infracional e estimular consórcio
para implantação de estruturas destinadas a programas
sócio-educativos, além de apoiar programas de ONGs que
executam medidas sócio-educativas alternativas à
internação. Desmonte das estruturas falidas,
como as FEBEMs.
-
Recomendar ao órgãos competentes do Poder Judiciário
que orientem os juízes para a aplicação de medidas sócio-educativas
alternativas à internação e assegurando o cumprimento
dos prazos pela Justiça.
-
Estimular a inclusão do Estatuto da Criança e do
Adolescente nos programas dos concursos públicos para que uma grande
parcela da sociedade tome conhecimento do seu conteúdo.
-
Identificação dos países que exigem a realização de
acordos bilaterais para intervenção e ações em favor
da criança e do adolescente.
-
Constituição de comissões parlamentares
internacionais para buscar alternativas de combate à
exploração sexual de crianças e adolescentes,
principalmente com os países fronteiriços.
-
Definição de um conjunto de ações "pós-denúncia"
para dar retaguarda aos encaminhamentos necessários aos
sistemas do tipo disque-denúncia, SOS Criança e
outros. Não basta receber as denúncias. É preciso
também apurar responsabilidades.
-
Garantir o acesso gratuito à identificação datiloscópica
oficial e a certidão de nascimento em todo o país, em
todas as repartições responsáveis por sua expedição.
-
Aumentar o investimento em capacitação de recursos
humanos, notadamente entre os agentes do Estado que
atuam diretamente na aplicação das políticas sociais
básicas.
-
Aceleração de implantação do SIPIA - Sistema de
Informação Para a Infância e Adolescência,
deslocando esta meta para o curto prazo, e apoiando ações
que já vêm sendo desenvolvidas por ONGs e/ou instituições
públicas.
|