Cartilha
de Direitos Humanos
Ricardo Balestreri
Qual
a função e a importância
das ONGs de Direitos Humanos?
As Organizações Não
Governamentais são, no mundo inteiro
e também no Brasil, uma forma razoavelmente
nova - como “rede” –
da sociedade responder aos desafios, que
se lhe apresentam, de promoção
da educação, da justiça,
do direito, da inclusão, da paz.
São
articulações que se responsabilizam,
de maneira não “filial”,
não “vitimista”, em
novo estilo de encarar as relações
e expectativas sociais para com o Estado,
pela construção de um mundo
novo possível. Tal processo passa,
inclusive, pela pressão para que
os poderes públicos façam
a sua parte, mas a isso não se
limitam.
As
ONGs possuem, hoje, uma crescente consciência
de que uma das formas mais competentes
de mobilizar o Estado é mobilizar
a sociedade para “fazer acontecer”,
criar, empreender, assumir, resolver.
Sem
abdicar da denúncia consequente,
da cobrança necessária,
as ONGs mais significativas no planeta
são as que descobriram a força
autônoma da cidadania organizada,
a capacidade da sociedade representar-se
a si mesma ( uma vez mais, sem menosprezar
e sem deixar de promover o valor do sistema
democrático de representação
indireta), a potência concreta de
construir modelos anti-hegemônicos
que funcionam e apontam – para além
do discurso -as alternativas acontecendo.
Tal
é o papel contemporâneo das
ONGs de Direitos Humanos.
Após
importante militância no período
da ditadura militar, onde se constituiram
em verdadeiras fortalezas –heróicas
– de resistência moral, denunciando
as violações, conscientizando
a população, mobilizando
forças, congregando lideranças,
internacionalizando os compromissos com
o reordenamento democrático, as
ONGs de Direitos Humanos, hoje, agregam,
a seu corolário de ações,
a questão educacional, a sensibilização
das consciências através
das artes, o preparo de profissionais
éticos, a criação
de grupos de estudos e intervenção
social entre jovens e comunidades, as
parcerias com escolas e academias de polícia,
o cuidado com crianças e adolescentes
em situação de risco, as
campanhas públicas de prevenção,
o envolvimento do empresariado com a responsabilidade
social.
<
Voltar |