Cartilha
de Direitos Humanos
Ricardo Balestreri
Introdução
Em um mundo onde contam cada vez mais
o prazer a qualquer custo, o poder, a
riqueza, o prestígio, a competição,
a celebridade, o uso da natureza e dos
outros em proveito egóico, não
é de estranhar-se que as pesquisas
não apontem os valores humanos
e humanizantes como muito populares.
A
causa dos direitos humanos - a grande
causa civilizatória da contemporaneidade
- vem, na contra-hegemonia, sofrendo incompreensões
e freqüentes ataques.
Solidariedade,
justiça, direito, inclusão,
paz, são palavras banalizadas,
cada vez mais esvaziadas de sentido pelo
sistema perverso que preside o planeta,
um sistema sem alma, sem conteúdo,
sem lugar para a humanidade.
Para
quem vive, contudo, uma vida de construção
do sentido profundo que emanam, tais palavras
não perderam o significado. Teimosamente,
remamos rio acima, em busca de nossa verdadeiro
lugar perdido, de nossa digna cidadania.
Chegaremos,
não temos dúvidas, mas queremos
fazê-lo em grande e boa companhia.
É
por isso que convidamos as amigas e amigos
às muito singelas mas também
muito humanas reflexões que seguem.
São
perguntas freqüentes que ouvimos
e também nos fazemos em nossas
lides diárias como militantes de
direitos humanos, operadores do sistema
de justiça, administradores públicos,
bombeiros, guardas municipais, policiais
civis e militares estaduais e policiais
federais.
“Por
quê direitos humanos?”
“O que está acontecendo com
a segurança pública?”
“Qual a relação entre
essas duas coisas?”
“Que tem a ver a justiça,
a segurança e os direitos humanos
com o desenvolvimento do país e
o bem-estar da população?”
“Que modelos, aliás, professamos
nessas três áreas?”
“Qual o papel da educação,
relacionada a tudo isso?”
“Que planeta e país queremos
construir e como tais ferramentas podem
nos ajudar?”
Junto
às perguntas, seguem-se alguns
esboços de respostas, simples mas
provocativas de mais perguntas, que o
próprio leitor deve se fazer, procurando
as próprias luzes.
Que
seja uma leitura de desafios, portanto.
O que aqui se vai encontrar, mesmo em
sua anunciada singeleza e despretensão,
em respeito ao tempo do leitor, não
é lugar comum.
Sinta-se
convidado, assim, a ler participativamente.
Concorde, acrescente ou dê o troco.
Seu olhar crítico e construtivo
é necessário e muito bem-vindo.
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