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Eu adoro o meu MSX, sim, e daí?

Fabrício Gomes

Imagine que você é um orgulhoso donode um automóvel Ford anos sessenta. Passou parte de sua vida a arrumaro carro e arranjando dinheiro para comprar as peças que nãosão mais fabricadas, apenas sob encomenda, e custam os olhos dacara. Após alguns anos, ele está pronto. Como se tivesseacabado de sair da fábrica. Nos domingos, à tarde, vocêo tira da garagem e sai, desfilando pela cidade, curtindo sua exclusividade.

Quando você investiu anos e algumas centenas dereais - talvez a moeda nem fosse a mesma ao começar a empreitada- não tinha na cabeça a idéia de colocar sua máquinacomo a melhor coisa que já existiu no mundo. Você conheceos limites de seu carro e jamais poderá compará-lo com osnovos e modernos carros atuais. O que importa é saber o que elerepresentou no passado como top de linha de sua época e agora poderexibí-lo.

O seu vizinho também gosta de coisas antigas. Sóque o objeto de desejo dele é um computador que teve seu momentode sucesso na década de oitenta, reunindo padrões de tecnologiamodernos para computadores pessoais da época. A máquina deletambém foi um sucesso de vendas, mas que depois da euforia de todonovo produto que chega ao mercado, perdeu o interesse da indústriae até mesmo as grandes empresas que o fabricavam, fecharam as portasde suas linhas de produção. Hoje, qualquer pedido de informaçãoa essas fábricas sobre o produto segue um longo e burocráticopercurso. A maioria das desculpas segue o argumento de antiguidade.Na Gradiente,que deteve os direitos de fabricação desse computador porquinze anos no Brasil, nada com mais de cinco anos de fabricado constano serviço de atendimento ao consumidor da empresa.

Seu vizinho insiste em dizer que ele ainda é umarealidade possível, que, ao contrário do dono do carro, suaintenção é compartilhar sua preciosidade com todos,e o fato da fabricação de sua máquina ter sido deixadade lado foi um complô americano para forçar a hegemonia dosPCs sobre outros tipos de plataformas para computadores pessoais com odedo de Bill Gates por trás disso.

A comparação não é àtoa. Empolgados com uma indústria em fase de crescimento e que setornaria uma das mais rentáveis do planeta uma década depois,a de computadores pessoais, empresas como Sharp, Panasonic, Philips, Sanyoe Yamaha começaram a lançar no mercado no início dosanos oitenta, a partir de um padrão criado por Bill Gates, o queseria o primeiro computador pessoal como o entendemos hoje: uma máquinaque oferecesse ferramentas de trabalho, como processadores de texto, recursosmultimídia e jogos. A aposta ficou conhecida como MSX - MicroSoftExtended - olha ele aí, com o projeto inicial assinado por Gatese Kay Nishi, da ASCII Corp.

A história começou em 1983 quando as empresasque produziam produtos para entretenimento como sons, televisores e videogamesqueriam construir uma espécie de computador pessoal padrãono qual você fosse capaz de brincar, jogar e fazer pequenos trabalhosem casa como textos e tabelas. A principal idéia era a de que vocêpoderia rodar programas e adaptar periféricos de um tipo de máquinaMSX em qualquer outra variação de modelos MSX de outras companhias,como os PCs de hoje. Mas com a vantagem de versões mais antigasdo computador serem plenamente capazes de utilizar os novos componentessem ter que alterar toda a estrutura básica do micro, como acontecea cada nova geração lançada no mercado atualmente.Por exemplo, um computador com processador pentium normal não consegueutilizar periféricos, como placas de vídeo e memória,feitos para um Pentium III. Ou se faz o upgrade, quando é possível,ou você desembolsa uns R$ 3.000,00 para desfrutar das novidades.

A primeira versão foi lançada no Japãopor todas as empresas, logo depois na Europa pela Philips e nos EUA coma Spectra Vídeo. Havia uma fábrica de MSX até na Argentina.A iniciativa, que chegaria ao Basil em 1985 através da Gradiente,tornaria-se um sucesso de vendas no mundo, exceto nos Estados Unidos, até1993 quando a Panasonic, única empresa que ainda o fabricava, encerrousua produção. Segundo dados dos próprios usuáriosde MSX, obtidos junto à Gradiente e Sharp, o número de unidadesvendidas por aqui chegou a 4 milhões. É como se todas aspessoas que têm conta de acesso à Internet no paístivessem um MSX em casa.

Se o negócio era tão bom, porque foi esquecido?Lembra que o MSX não fez sucesso nos EUA? Na opinião de usuários,a derrocada do equipamento envolve assutos que fazem lembrar aquelas históriasem que a criação se vira contra o criador, interesses demercado e concorrência desleal. Para Mauro Santos, integrante deuma associação brasileira de usuários de MSX, “seele (o MSX) tivesse feito sucesso nos EUA, a história da microcomputaçãoteria sido diferente. Ele é uma máquina boa que dificilmenteapresenta defeito. Além do mais, o custo do hardware é muitobaixo. Outra grande vantagem é a de você poder ligá-lodiretamente à televisão. Essas facilidades começarama bater de frente com interesses de empresas como a IBM e a Intel. A IBMchegou a gastar mais de US$ 1 milhão em publicidade contra o MSX,dizendo que ele apresentava vários defeitos. Vale lembrar que depoisde desenvolver o padrão MSX, Bill Gates mudou-se para a IBM”, revela.

Mauro, que é técnico em manutençãode computadores, diz que sua opnião não é isoladae acompanha a iniciativa de um séquito de obstinados usuáriose apaixonados que o MSX deixou pelo mundo. Eles são organizados,realizam encontros internacionais e possuem até pequenas empresasque ainda fabricam equipamentos e acessórios para o micro. “Muitospensam que ele está morto, mas está em toda parte do mundo.Estamos desenvolvendo vários projetos e enviando a grandes empresaspara que a produção seja retomada. O MSX foi o iníciopara o desenvolvimento de vários padrões que hoje nósconhecemos. O primeiro drive de 3.5” foi feito para ele produzido pelaSony. Ele ainda pode ser uma alternativa barata para micros pessoais. Omodelo mais avançado pode sair por US$ 650,00.”, lembra.

Esta versão não é confirmada pelasempresas que preferem atribuir ao fim do MSX o interesse do públicopor tecnologias mais interessantes que começavam a surgir no finaldos anos oitenta, como os PCs com multimídia e vídeo gamesde 32 bits. Fernando Carvalho, analista de sistema, também vêpor este lado: “eu não consigo imaginar o MSX voltando ao mercado.Eu acho que determinadas coisas são importantes em sua época,como fora o vinil, ou a fita cassete que ficaram de lado com a chegadado CD, e mais atulamente do DVD. Resgatar um produto com uma configuraçãopobre exigiria muito mais investimento das empresas para sua atualizaçãodo que desenvolver os padrões já exitentes, além detomar tempo. E como tempo é dinheiro nesse negócio, nãovejo nenhuma empresa que possa se interessar por relançar o MSX.Eu prefiro ver toda esta movimentação a respeito do MSX comouma paixão de colecionador em divulgar seu hobbie”.

Um pouco da história

MSX-1 - Lançado em 1983, era um computadorbaseado em processador Z80 de 3.5Mhz. Configuração mínimade 8Kb de Ram expassível 64Kb. Vídeo com 16 cores. Trêscanais de som PSG. Interface para cassete. Dois slots de 8 bits para drivesde disco e cartuchos de vídeo game. Acompanhado também deum drive de 3.5”.

MSX-2 - Foi lançado em 1998. Tambémbaseado em um Z80, mas vinha com 64Kb de Ram, expansível a 256Kb.O vídeo era outra novidade com 256 cores.

MSX-2 Plus - Era um MSX-2 melhorado com apresentaçãode cores maior. Pode exibir até 19268 cores.

MSX Turbo R - o melhor de todas as gerações.Lançado em 1990 pela Panasonic, o Turbo R veio com placas Z80 eR800 com cpu a 7Mhz. Seu desempenho alcançava a velocidade de 28Mhz,tornando-o o mais rápido já lançado. Vinham com portaspara MIDI e 128Kb Vram.

E os games? Como ficam num MSX ?

Há vários emuladores na Internet para PC,Amiga, Atari, Unix e Machintosh. Alguns dos melhores podem ser encontradosem sites de FTP como o ftp.funet.fi/pub/msx.Mais FTP: ftp://ftp.funet.fi/msx,ftp.komkon.com/pub/MSX, msx.bnc.nl/pub/msx.

Se você ainda não sabe utilizar os programascom os emuladores em seu MSX, anote a dica, todas foram tiradas da Internet:

Arquivos ROM: são arquivos de imagem dejogos em cartucho utilizados somente em fMSX, um dos melhores emuladores.

COM: arquivos de comado do MSX-DOS que vocêterá que carregar no MSX para poder rodá-los.

BAS/CRC/GMB: arquivos que podem ser carregadosexecutando “filename” mais o arquivo.

PMA: estes estão compactados. Vocêprecisará de um utilitário para abrí-los. O indicadoé PMEXT.

Você também pode transformar imagens de MSXem bitmap para PC. Isso é possível com o MSX2BMP. Todos disponíveispara download.

Sites para quem quer entar no grupo

Se você insiste e tabém quer fazer parte do grupo, é bom começar por aqui. O www.geocities.com/~msxworld/mbtpag1.htmlé o endereço oficial do MSX no Brasil. Todas as novidades,como lançamento de equipamentos e softwares estão no site.A página também oferece programas e emuladores para download.

Interessado em adquirir periféricos para melhorara performance de se MSX? Dê uma olhada na www.msx.ch.Esta é a página da SunRise, senão for a única,é uma das poucas empresas que ainda fabrica e atualiza peçasdeste computador. Você pode escolher entre uma placa de som de 16bits, um sintetizador de FM ou uma placa de vídeo com 32768 cores.Se resolver tirar a poeira de sua máquina e voltar a brincar comela, você tem os manuais do equipamento no site.

As novidades em encontros internacionais são obtidasno www.intercom.es/msx. Dápara fazer o seu cadastro internacional e a página abre links paradiversos assuntos relacionados ao MSX. Confira outros: grelb.src.gla.ac.uk:800/~webster/msx, www.freelight.com/fms/MSX, www.xs 4all.nl/~andersen/umf.htm

Na época, o que falavam à respeito

Como seus colegas mais recentes, o MSX teve seus diasde fama, sendo estampado em capas de jornais e revistas especializadasda época. Entre as mais lidas figuravam MSX Top Class e CPU MSX.A diferença era que nestas publicações o únicoe exclusivo assunto, o que dá pra se notar pelos títulos,era o MSX. Dicas, programas, macetes e novidades, o computador mereciaum destaque especial numa época que conhecia pouco mais que o MS-DOS.As livrarias também possuíam lugares certos para os manuaisdo equipamento. Um dos livros mais famosos, ficou conhecido como “O LivroVermelho do MSX”, referência ao sucesso que ele fez na Europa Orientale União Soviética?

Uma teoria conspiratória contra o MSX,ou devaneios?

Vocês se lembram do filme ID4, também conhecidocomo Independence Day?

Ele dá uma boa pista do que pode ter sido feitopara retirar o MSX de cena e colocar esses processadores alienígenasque são os PCs.

Pense bem: como é que o mocinho do filme conseguiriafazer um vírus de computador para infectar o dos alienígenas,se pelo menos o hardware não fosse o mesmo?

Pois é, os processadores PC são, na verdade,chips alienígenas que, além de rodarem jogos, processadoresde texto e conectarem-se à Internet, também estãoaos poucos preparando o território para a “invasão”.

Alguma vez o seu computador já agiu “estranhamente”?

Pode acreditar, o que você chama de “bug”, éna verdade uma manobra de configuração planejada e executadaremotamente.

Em alguma data ainda desconhecida, todos os nossos Pentiumsse reconfigurarão e facilitarão a conquista do planeta poruma raça alienígena superior.

Todos os computadores do mundo travarão e pedirão“A Senha!”, que só “eles” sabem.

Claro que isso não daria certo se todos usassemMSX e outros pequenos computadores terrestres, e foi por causa disso quesetores obscuros do governo e organizações sem rosto condenaramos MSX ao ostracismo mas, afinal, eles podem ser a nossa salvação.

Se todos nós passarmos a usar MSX simultaneamente,quem sabe a invasão não será um fracasso?

Sei não, ainda assim acho melhor conviver com seresde 12 patas, com anteninhas na cabeça e seus bons e novos PCs ecom o Cremonese.

Colt Silvers (O que voltou só pra fazer confusão)

 
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