CARTA DO 1°
CONGRESSO MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS
"CORDOLINA
FONTELLES DE LIMA"
TEMA: DIREITOS
HUMANOS NO 3º MILÊNIO, COM INCLUSÃO SOCIAL E DEMOCRACIA
As Entidades e
Grupos Representativos dos Movimentos Sociais, abaixo
relacionados, reunidos nos dias 18 e 19 de maio de 2001, na ALDEIA
CABANA DE CULTURA AMAZÔNICA, em Belém, Capital do Estado do Pará,
no 1° CONGRESSO MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS, como parte do
processo de afirmação do CONGRESSO DA CIDADE, espaço este onde
efetivamente o povo decide, após debaterem acerca da necessidade
de uma política municipal baseada na garantia de direitos e
combate a todas as formas de discriminação, resolveram:
A)Tornar público
que os Direitos Humanos devem ser entendidos, hoje, como
universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados,
conforme reafirmado na Declaração de Viena de 1993, de um tal
modo que todos são responsáveis pela sua garantia e
reconhecimento, devendo lutar para a implantação de mecanismos
que permitam a sua correta aplicação e proteção.
B)Que apesar da
existência de inúmeros documentos internacionais e nacionais de
proteção aos Direitos Humanos, especialmente a Constituição
Federal de 1988, ainda hoje podemos constatar que esses direitos
freqüentemente não são assegurados e protegidos em sua
plenitude, especialmente pelas diversas esferas do Poder Público.
C) Que os Direitos
Humanos alcançam na sua amplitude os direitos civis como direito
à vida, à liberdade em toda a sua plenitude e à igualdade. Os
direitos políticos, como o direito de participar e decidir sobre
políticas públicas, de votar e ser eleito. Os direitos sociais,
como o direito à educação, moradia, saúde, alimentação, etc.
Os econômicos, concebidos como o direito da pessoa possuir uma
renda, emprego e ter acesso ao consumo. E culturais, como o
direito ao lazer, à cultura e ao desporto. Todo Estado deve
proteger e promover esses direitos.
D) Proclamar que as
cidades devem tratar dos Direitos Humanos através de políticas públicas
que privilegiem segmentos sociais mais atingidos pelo desrespeito
e discriminação, tornando-se assim, veículo de proteção aos
mais vulneráveis.
Nesse sentido, após
breves considerações, resolvem apontar as seguintes proposições
para a Cidade de Belém:
DOS DIREITOS DAS
PESSOAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS
Segundo dados da
Organização Mundial de Saúde, existem 500 milhões de pessoas
deficientes no mundo, um décimo da raça humana. Das pessoas com
deficiência, 80% vivem em países em desenvolvimento. Um terço
desses 80% é composto por crianças.A Organização Mundial de Saúde
estima que pelo menos um terço de todas as deficiências poderia
ter sido evitado ou curado. A cada ano, 300 mil crianças ainda são
atingidas pela paralisia infantil. A desnutrição causa deficiência
em 1 milhão de pessoas por ano. Dados da Organização
Internacional do Trabalho revelam que a taxa de desemprego entre
as pessoas com deficiência é duas ou três vezes mais alta do
que entre pessoas sem deficiência.
Reunidos no dia 18
de maio na Aldeia Cabana, por ocasião do I Congresso Municipal
dos Direitos Humanos, as pessoas portadoras de deficiência
sistematizaram neste documento um conjunto de reivindicações que
consiste naquilo que se acredita como necessário para não apenas
se pensar, como também para se executar, um plano municipalizado
dos direitos humanos para este segmento.
Dessa forma, o que
se propõe aqui, são questões básicas para um modelo inclusivo
de sociedade em que se respeita as diferenças de corpo.
1. Programa
municipal de acessibilidade : uma cidade acessível, "para
todos", não beneficia exclusivamente as comunidades de
pessoas portadoras de deficiências; ela se estende a muitas
outras comunidades que enfrentam também dificuldades de acesso
urbano, ou seja, uma cidade que garante o acesso às crianças, às
mulheres grávidas, aos idosos, aos negros, etc. A acessibilidade
é uma rede de ações integradas em várias atividades : remoção
de barreiras físicas e arquitetônicas, projetos de moradias
populares e acessíveis, transportes adaptados, acesso a informações
preventivas sobre as causas das deficiências nos meios de
comunicação, etc. Este programa deve levar em conta a elaboração
e o apoio de normas urbanísticas que facilitem o acesso dos
deficientes físicos à cidade. Instaurar progressivamente
equipamentos básicos como rampas nas calçadas, sinaleiras com
sinais sonoros para cegos, telefones e banheiros públicos
adaptados para o uso de paraplégicos, etc. Assim como, garantir o
atendimento das normas técnicas a respeito de acessibilidade das
pessoas portadoras de deficiência a todos os prédios públicos
da cidade.
2. Programa de
combate à pobreza : São muitas as famílias em Belém que
possuem crianças inválidas, em estado de extrema pobreza e que
necessitam de apoio social nos programas de governo, tais como
bolsa-escola especial, renda mínima, família saudável, apoio
psicológico às crianças com problemas mentais, etc.
3. Geração de
emprego e renda : Expandir contratos de terceirizações com a
APPD e com os demais organismos afins, como programa integrado e
efetivo de geração de emprego e renda. A experiência vem
demonstrando que esses tipos de contratos vêm possibilitando
meios de reabilitação profissional, de capacitação técnica
para o trabalho, de combate ao desemprego e de fomento à
produtividade.
4. Capacitação
profissional de jovens e alfabetização de adultos : Fomentar
projetos de capacitação profissional para jovens portadores de
deficiência, através de cursos que contribuam para o
desenvolvimento de sua vocação, sociabilidade e auto-estima,
assim como, projetos de alfabetização de adultos portadores de
deficiências, muitos advindos do interior do Estado, que não
tiveram acesso à escrita e à leitura.
5. Programas
sociais na área de desporto e cultura : o esporte e a cultura são,
sem dúvida, importantes estratégias na reabilitação física e
psíquica dessas pessoas. Desse modo, os projetos culturais
possibilitam a sensibilidade, a auto-estima e a imaginação, e a
prática desportiva incentiva atitudes de cooperação, de superação
e de coletivismo. Que sejam construídos espaços desportivos e
culturais para todos, contemplando a quebra das barreiras arquitetônicas
e obedecendo as regras de adaptações.
6. Prioridade à
educação inclusiva : A inclusão educacional é o melhor meio de
combater a discriminação e o preconceito àquelas crianças que
nasceram diferentes. Incluir na escola crianças que apresentam
algum tipo de deficiência , criando condições técnico-pedagógicas
para o seu aprendizado, é o melhor caminho para fomentar na
mentalidade das novas gerações comportamentos de compreensão e
tolerância mútuas.
7. Implantação do
sistema municipal do fornecimento de órteses e próteses : Belém
precisa tornar-se uma referência no atendimento a uma das
principais reivindicações das pessoas portadoras de deficiências,
que é o fornecimento de órteses e próteses. Nunca poderemos
pensar num programa de reabilitação humana sem atender a essas
necessidades. A municipalização do programa de órtese e prótese
pode ser implantado num sistema de parceria, e através de captação
conjunta de recursos em programas especiais do Ministério da Saúde,
objetivando a disponibilização gratuita às pessoas necessitadas
, em quantidade adequada.
8. Realização de
campanha municipal de esclarecimento contra o preconceito e de
prevenção às deficiências : A desinformação continua sendo o
principal inimigo das políticas de inclusão da pessoa portadora
de deficiência. O governo precisa tratar os problemas das pessoas
portadoras de deficiência como uma prioridade municipal,
produzindo importantes campanhas de respeito e valoração às
pessoas portadoras de deficiências, e esclarecendo a população
de que a deficiência pode ser prevenida.
9. Implementação
do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência,
composto por entidades da sociedade civil, de entidades de
deficientes e por representantes do poder público.
1O. Projeto de
incentivo fiscal para pessoas físicas ou jurídicas na promoção
de projetos sociais.
11. Acionar o
Ministério Público Estadual e Federal quando houver desrespeito
aos direitos de cidadania da pessoa portadora de deficiência.
12. Criar o curso
de profissionalização e capacitação para os trabalhadores
portadores de deficiência.
13. Assegurar no
plano orçamentário municipal rubricas específicas para
programas e ações destinados às pessoas portadoras de deficiência.
14.Municipalização
do centro de reabilitação física e profissional.
DOS DIREITOS DO
NEGRO
Nós, do Movimento
Negro de Belém, denunciamos o racismo, o preconceito e as
discriminações que atingem o segmento afro-brasileiro em todos
os setores da sociedade, inclusive nesta Capital.
As estatísticas
oficiais demonstram que, em Belém, 73% da população pertencem
à raça negra e vivem em condições sub-humanas onde os direitos
humanos são negados e violados diariamente.
Neste 1° Congresso
Municipal de Direitos Humanos de Belém, as propostas e resoluções
serão apresentadas num documento geral, porém, consideramos este
momento de grande importância à construção da cidadania do
povo desta cidade.
AXÉ!
1. Eliminar o
racismo existente nas escolas da rede pública municipal visando a
integração entre professores, alunos, funcionários e a
comunidade em geral, através da criação de um Grupo de Trabalho
Especial dos Conselhos Escolares, bem como a inclusão nos livros
didáticos, da história de luta do povo negro, e a exclusão das
manifestações de racismo explícito ou inconsciente contidos em
algumas obras.
2. Eliminar o
racismo existente no mercado de trabalho, inclusive no setor público
municipal, devendo o poder local exigir no processo de licitação
e contratação que as empresas empreguem um percentual mínimo
de trabalhadores negros e trabalhadoras negras de 50%, devendo
ainda tais empresas comprovar este percentual através de
documento a ser fornecido pelo Conselho Municipal do Negro. Criar,
também, quotas mínimas em concursos públicos e conceder bolsas
de estudos para capacitação adequada e outros mecanismos de
inclusão social.
3. Promover o
saneamento e melhoria das áreas onde haja concentração de
moradias de famílias negras de baixa renda, as quais vivem na miséria,
dada a superposição, interação, engendramento, reengendramento
e sinergia da questão racismo-machismo-classismo.
4. Possibilitar a
melhoria ou aquisição de terrenos e residências para famílias
negras através de uma política de habitação popular, como
medida de combate à pobreza, que mais atinge a população negra.
5.Incentivar as
comunidades remanescentes de quilombos localizadas na área
metropolitana de Belém a lutar pela legalização de suas terras
e pela busca da auto-sustentabilidade sem perder a sua origem e
identidade sócio-cultural, assim como por respeito à herança de
luta do povo negro.
6. Incentivar a
população negra a lutar pelos seus direitos, denunciando toda
forma de manifestação de cunho racista, a começar pela definição
de um espaço próprio para o Conselho Municipal do Negro com
estrutura física, material e recursos humanos, a fim de melhorar
o atendimento jurídico e psicológico às vítimas de discriminação
racial. Assegurar a participação do Conselho do Negro nas decisões
de cúpula da Prefeitura Municipal de Belém, a fim de criar
mecanismos para possibilitar a maior participação do povo negro,
em especial da mulher negra.
7. Dar apoio às
manifestações afro-culturais como religião, dança, canto, música,
lendas e história, manifestações estas pertencentes hoje à
cultura brasileira devendo, por conseguinte, ser valorizada pelo
poder local.
8. Estimular o
segmento negro a discutir seus problemas a fim de valorizar a sua
raça, cor, cultura, história ou religião, e com isso
neutralizar o sentimento de inferioridade introjetado
historicamente pelas elites dominantes no povo negro.
DOS DIREITOS DOS
IDOSOS
A Organização
Mundial de Saúde — OMS, divulga que a população idosa do
nosso país, nas próximas décadas, alcançará o significativo número
de 32 milhões de pessoas maiores de 60 anos, crescendo assim, 16
vezes contra 5 vezes da população total. É, portanto,
preocupante, ainda mais quando se prevê o Brasil como o País que
passará do 16º lugar em 1950 para o 6º colocado no ano de 2025,
destacando-se com o crescimento mais acelerado do mundo.
Com essa
perspectiva os Idosos reunidos no 1° CONGRESSO MUNICIPAL DE
DIREITOS HUMANOS, vislumbram a necessidade de implementação
urgente do Plano de Ação Governamental Integrado para o
Desenvolvimento da Política Nacional do Idoso, aprovada em
04.01.1994, de acordo com a Lei n0 8.842,
Decreto n0 1.948 de 03.07.1996, que objetiva colocar em
prática ações voltadas para a preservação, cura e promoção,
no sentido de garantir melhor qualidade de vida ao Idoso.
Entretanto, o
distanciamento entre o que está posto na Lei e a situação real
dos Idosos no Brasil é algo extremamente marcante e exige que
passemos a encarar a questão do envelhecimento como algo que
precisa ser amplamente discutido por toda a sociedade pois,
seguramente, o envelhecimento é uma questão de desenvolvimento
que permitirá pontuarmos ações nas áreas previdenciária, de
legislação, saúde, educação, cultura e lazer, construindo um
novo olhar acerca do processo do envelhecimento no Brasil, mais
especificamente na cidade de Belém.
1. Transporte
Coletivo — que a CTBEL capacite os motoristas e cobradores
quanto aos direitos do Idoso e sobre as questões gerais do
processo de envelhecimento.
2. Família
— que este tema seja introduzido na escola através dos temas
transversais, desde a educação básica até a Universidade,
através de curso de Gerontologia e Geriatria.
3. Campanha na mídia
sobre os direitos do Idoso e o processo de envelhecimento.
4.
Aposentadoria — que os proventos sejam compatíveis com os
descontos por ocasião da vida ativa.
5. Centro de
Convivência — que os espaços físicos sejam de acordo com a
especificidade do usuário.
6. Obrigatoriedade
do Centro de Convivência em todos os bairros e Municípios do
Estado.
7 Saúde —
que haja capacitação específica dos agentes de saúde no
atendimento ao idoso.
8. Criação em
todas as unidades de saúde de Programa de Atenção à Saúde do
Idoso.
DOS DIREITOS DOS
POVOS INDÍGENAS
Os Povos Indígenas
têm que ser respeitados como cidadãos brasileiros, de modo que
sejam garantidos seus direitos, no que diz respeito à saúde,
educação, terra, trabalho, para que se possa garantir sua
dignidade.
Hoje são grandes
os problemas por que passam os povos indígenas.
É necessário que
a sociedade civil organizada esteja apoiando a luta dos povos indígenas
para que a cada dia nós possamos sonhar com um povo que tenha
respeito e dignidade na sua forma de vida.
1. Que no município
de Belém seja criada uma CASA DE SAÚDE onde possa ser dado
atendimento digno aos pacientes índios.
2 Que os índios não
sofram por negligência médica pelo órgão competente que dá
assistência à saúde indígena.
3. Que seja feita a
capacitação de agentes de saúde para os índios nas aldeias,
para que possam contribuir para uma melhor qualidade de saúde.
4. Que sejam
potencializados os Conselhos de Saúde como forma de garantir a
participação nas decisões que envolvam a questão da saúde dos
povos indígenas.
5. Recuperação da
memória histórica dos povos indígenas, reafirmando sua
identidade étnica e valorização de suas línguas e ciências.
6. Que seja
garantida a igualdade de condições de acesso dos povos indígenas
à escola.
7. Manter programa
de formação de pessoal especializado à educação escolar nas
comunidades indígenas.
8. Que seja
garantido às comunidades indígenas o direito à Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
9. Que sejam
garantidas verbas destinadas aos projetos de atendimento
educacional, e que essas possam ser socializadas nas comunidades
indígenas.
10. Que se garanta
o direito às suas terras, sem invasão, como forma de assegurar a
preservação da natureza e o equilíbrio ecológico, contribuindo
para uma melhor qualidade de vida dos povos indígenas.
11. Que seja criado
um Fórum Permanente para que possam ser discutidas as questões
pertinentes aos povos indígenas.
DA SEGURANÇA PÚBLICA
É impossível
abordar esse tema sem a exata contextualização de sua ocorrência.
Estudar a Segurança Pública sem partir do princípio que os órgãos
oficiais de segurança refletem o exato perfil do poder que o
regem, é incorrer invariavelmente em uma abstração.
Abordando o assunto
desde as suas causas é mais do que desejável para a sociedade
que todas as esferas de poder público garantam saúde e educação
pública e de qualidade, rompendo de uma vez com a globalização
e o neoliberalismo que reduz todos os brasileiros a cidadãos de
terceira classe no contexto mundial.
Sem a imediata
implantação de uma política que ofereça condições dignas
para os profissionais da área, e que eleja a vida como o mais
importante bem a ser preservado, não há que se falar em Segurança
Pública, e sem a garantia desse direito não tem mais nenhum
sentido para a sociedade civil organizada a existência do Estado,
pois que esse deixa de cumprir as funções que justificam a sua
existência, mesmo as mais elementares. Não há sentido algum no
fato da sociedade financiar a existência de uma estrutura que não
a serve.
1. Viabilizar
campanhas de conscientização contra a corrupção e a violência
institucionalizada, envolvendo os órgãos de Segurança Pública
e a sociedade.
2. Elaborar Projeto
de Lei onde todas as disciplinas curriculares escolares e a formação
de profissionais de Segurança Pública tenham uma abordagem
orientada pelos Direitos Humanos.
3. Elaborar políticas
públicas criando espaço de cultura, arte, lazer e emprego, a fim
de erradicar a violência entre a juventude marginalizada da
sociedade.
4. Reivindicar
assento no Conselho Estadual de Segurança Pública para a Guarda
Municipal de Belém.
5 Intensificar
campanha de educação e segurança no trânsito.
6 Inserir o tema
Direitos Humanos nos espaços previstos em lei.
7 Apresentar no
Congresso de Direitos Humanos, a ser realizado em Brasília, moção
de repúdio contra o Governo do Estado em relação à violação
permanente dos direitos dos cidadãos paraenses.
8. Apresentar no
Congresso de Direitos Humanos, em Brasília, nota de repúdio por
descumprimento da lei em conflitos possessórios.
9. Apresentar nota
de repúdio no Congresso de Direitos Humanos, em Brasília,
direcionada às polícias militar e civil do Pará, para que estas
tenham sua atuação restrita ao cumprimento dos mandados de
reintegração de posse.
10.Apresentar
proposta de descriminalização dos crimes de desacato e resistência.
11. Criar ouvidoria
municipal para receber denúncias de violação dos Direitos
Humanos.
12. Fazer o
mapeamento da violência no Município e delimitar a natureza e as
circunstâncias dos delitos mais comuns, por área territorial.
DOS DIREITOS DA
JUVENTUDE
Somos mais da
metade da população economicamente ativa. Trabalhamos na indústria,
prestação de serviços e setor informal, quando não estamos
desempregados ou buscando o primeiro emprego.
Fazemos parte da
perversa estatística dos não-matriculados, não empregados, dos
discriminados, dos sem-teto e dos sem-terra.
Na maioria das
vezes, por falta de vagas no sistema de ensino, que é de péssima
qualidade, não temos acesso à escola. O trabalho nos é negado
porque o ensino recebido não condiz com as exigências do
mercado. Somos então empurrados para o setor informal,
privando-nos de viver nossa infância, adolescência e juventude.
Nossa afetividade e
sexualidade não são vividas com tranqüilidade e respeito, pois
não temos acesso ao conhecimento do nosso próprio corpo, dos métodos
contraceptivos, e à assistência médica.
Muitas vezes é na
prostituição que encontramos uma forma de sobrevivência. Os
meios de comunicação que poderiam servir para a nossa formação
e informação, na verdade contribuem para a banalização do
sexo, construindo uma mentalidade moralista e individualista.
Moramos na
periferia, quando não moramos na rua. Somos negros, brancos,
favelados, desempregados, migrantes. Sofremos discriminação pela
nossa opção sexual, raça, origem, crença e principalmente por
sermos jovens. A sociedade, via de regra, nos vê como
baderneiros, marginais e irresponsáveis. Pouco ou nada se fala
das causas que nos levam a comportamentos violentos ou mesmo ao
uso de drogas.
Ainda nos faltam
subsídios para que os nossos direitos sejam reconhecidos, porém,
os que temos são violados, e muitas vezes não saem dos papéis,
como é o caso do ECA, que em vez de ser implementado está sendo
mudado por interesse de uma minoria que se diz vítima da violência
gerada pelo jovem.
Nesse sentido, estão
querendo implementar a redução da menor idade penal. Não
devemos esquecer que o sistema penal do nosso país é falho até
para os adultos, imaginem para os adolescentes e jovens em fase de
formação. Essa é mais uma maneira de nos excluir e do poder público
não assumir o seu papel.
Somos frutos de um
sistema que nos impede de ter voz e respeito. Somos vistos como mão-de-obra
barata e descartável.
Precisamos ser
vistos não como objetos, como centro da política de exclusão
que atinge a grande maioria da população, mas sim como
construtores de um presente e futuro melhor para este país.
Nos negamos,
portanto, a acreditar no discurso hipócrita da burguesia que
insiste em nos culpar pela falta de responsabilidade com a
juventude. Desempregados, meninos e meninas de rua, e todos os
marginalizados são frutos da irresponsabilidade e descaso da
elite brasileira e paraense que têm como seus defensores Fernando
Henrique Cardoso e Almir Gabriel.
1 Política
de Primeiro Emprego — criação de cooperativas de jovens, dando
base à formação política e fortalecimento da economia popular;
expansão de cursos profissionalizantes, oficinas específicas
para jovens e projetos como o "Sementes do Amanhã";
programa de inserção de jovens nas empresas.
2. Política
de Comunicação Alternativa — criação de rádio comunitária;
criação de um jornal local da juventude; criação de um fórum
de comunicação cultural em parceria com os grêmios estudantis;
concretização da casa da juventude — Núcleo de Produção
Cultural; criação do teatro e cinema municipal; combate à toda
e qualquer forma de discriminação cultural da juventude.
3. Saúde —
Criar centro de atendimento à saúde da juventude, programa de
educação sexual nas escolas sob a coordenação da juventude.
4. Educação
- criação de cursinhos alternativos por bairro; curso de línguas
estrangeiras nas escolas municipais; formação profissional nos
espaços municipais.
5. Organização
— Fórum da juventude — apontar para discussão e criação do
Conselho da Juventude no Congresso da Cidade; maior apoio da
Prefeitura, que já está trabalhando com combate à violência e
com projetos culturais de esporte e lazer.
DOS DIREITOS DA
MULHER
Nós, Mulheres,
declaramos que uma política de Direitos Humanos para a Cidade,
deve estar articulada à luta pela transformação do modelo político-econômico,
da situação sócio-ambiental, das relações culturais e
religiosas, das relações humanas de classe, gênero, raça,
etnia e orientação sexual.
A política deve
recriar a concepção de Direitos Humanos em que os direitos específicos
se aliam aos direitos em geral.
Nós, mulheres,
queremos a continuidade de políticas que contribuam para a inclusão
social e a efetiva participação política.
Queremos políticas
e ações que contribuam para a reflexão, prevenção e superação
da discriminação e violência contra as mulheres.
As políticas públicas
da área de saúde, educação, assistência social e trabalho
devem contemplar ações que vão desde a sensibilização,
capacitação e formação dos profissionais na concepção de gênero,
à efetivação de programas e projetos.
Queremos uma política
que influencie na reflexão sobre os meios de comunicação, que
criam estereótipos e padrões de comportamento de maneira
preconceituosa e discriminatória à imagem da mulher.
Nossa política de
direitos humanos envolve a discussão no cotidiano de mulheres e
homens na radicalização da educação não-diferenciada, não-
discriminatória, reafirmando a valorização do ser humano na sua
totalidade.
DOS DIREITOS DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
A tribo que
discutiu o segmento Criança e Adolescente reafirma a necessidade
de implementação do ECA, através da efetivação de políticas
públicas que assegurem, em primeiro plano e de forma
universalizante, os Direitos Fundamentais da Criança e
Adolescente como: convivência familiar e comunitária, alimentação,
saúde, educação, moradia, segurança, lazer, cultura, esporte.
Para que isso
ocorra, é indispensável criar condições para que suas famílias
alcancem um grau de qualidade de vida capaz de lhes favorecer um
pleno desenvolvimento, com um crescimento saudável para um futuro
melhor, buscando formas de enfrentamento dos vários tipos de violência
que atingem nossas crianças e adolescentes e suas famílias,
como: o desemprego dos pais, violência doméstica, a exploração
e o abuso sexual, o trabalho infantil, a vida nas ruas, dentre
outros.
Para que Belém do
Pará se firme como CIDADE CRIANÇA, é necessário que o Estado,
a sociedade e a família estejam engajados na defesa, controle e
promoção dos direitos da Criança e do Adolescente.
1. Realizar
campanhas que promovam a popularização do ECA, focalizando
principalmente o combate à violência contra Crianças e
Adolescentes (trabalho infantil, violência doméstica, abuso e
exploração sexual, menoridade Penal).
2. Assegurar, através
de lei, a obrigatoriedade de campanhas gratuitas na mídia
voltadas ao combate à violação dos direitos da criança e do
adolescente.
3. Promover
campanhas educativas sistematizadas para a prevenção à gravidez
precoce.
4. Articular e
envolver segmentos religiosos, culturais, esportivos, e demais
movimentos populares, para que assumam campanhas de divulgação
do ECA em seus momentos de vivência e do imaginário popular, no
combate à violência e exploração da criança e do adolescente.
5. Implementar
programa de primeiro emprego.
6. Oficializar no
município a língua brasileira de sinais (Libras) e garantir, a
todas as crianças, a alfabetização bilingüe.
7. Desenvolver
projetos para o acompanhamento, tratamento e transporte gratuito
de crianças e adolescentes portadores de necessidades especiais e
seus acompanhantes, garantido-lhes oportunidades próprias de
educação e lazer.
8. Que as escolas
se tornem nos finais de semana espaços vivos, com programações
envolvendo jovens como agentes mobilizadores e oficineiros de
protagonismo juvenil.
9. Desenvolver e
implementar programas e projetos que venham a trabalhar o problema
de crianças e adolescentes envolvidos em gangues nos bairros de
Belém.
10. Que haja um
processo de sensibilização junto aos educadores na adesão à
proposta pedagógica da Escola Cabana, principalmente no que se
refere ao sistema de avaliação.
11. Discutir
garantias de ampliação de recursos públicos da área Federal e
Estadual para ampliação de vagas, para a educação infantil e
ensino fundamental, com vistas à universalização dos direitos
à educação.
12. Intensificar o
processo de formação dos profissionais da área de educação e
criar condições efetivas na estrutura dos estabelecimentos que
possibilitem a inclusão de crianças e adolescentes portadores de
necessidades especiais de forma universal.
13. Criação de um
espaço de atendimento especial à criança e ao adolescente na
Urgência e Emergência do Pronto Socorro Municipal e Unidades Básicas
de Saúde.
14. Implementar
mecanismo de criação do atendimento específico no Instituto Médico
Legal para crianças e adolescentes vítimas de maus tratos e violência
sexual.
15. Implantar nos
Distritos centros de referência para prevenção e tratamento da
drogadição de crianças e adolescentes.
16. Garantir
infra-estrutura de funcionamento dos Conselhos Tutelares.
17. Garantir formação
continuada dos Conselheiros Tutelares.
18. Implantar
Conselhos Tutelares nos distritos onde ainda não existem.
19. Implementar, na
íntegra, a política municipal dos direitos da criança e do
adolescente.
20. Implementar
mecanismo para a criação de uma vara especializada em julgamento
de crimes contra crianças e adolescentes.
21. Assegurar aos
policiais militares e civis e à Guarda Municipal formação
sistemática, teórica e prática, sobre o ECA, articulada às
entidades sociais que trabalham nesta área.
22.Que as propostas
aprovadas no Congresso sejam remetidas ao COMDAC, para inclusão
na política municipal dos direitos da Criança e Adolescente, e
para o Conselho Municipal de Educação.
DIREITOS DOS
HOMOSSEXUAIS
A inclusão da temática
homossexual no 1° Congresso Municipal de Direitos Humanos visa
ajudar a sociedade a entender a luta por dignidade e respeito que
os homossexuais vêm travando. Esse é um tema bastante polêmico,
discutido em vários segmentos sociais.
A discussão desse
tema faz-se necessária para que se processe a conscientização
com o intuito de amenizar a discriminação enfrentada no decorrer
do processo histórico.
É preciso que se
amplie a discussão com a sociedade civil, extrapolando a discussão
academicista que taxa a prática homossexual como algo pecaminoso,
criminoso ou doentio. Graças à luta travada pelo movimento
homossexual internacional, a Organização Mundial de Saúde,
desde 1994, não vê mais o homossexualismo como uma doença.
Uma outra vitória
desse movimento é o dia 28 de Junho, consagrado como o Dia
Internacional da Consciência Homossexual, o dia do ORGULHO GAY.
Atualmente, no
Brasil, a comunidade homossexual (masculina, feminina, travestis e
transsexuais) sofre por parte da sociedade uma grande carga de
preconceito e discriminação que é manifestada nas mais diversas
formas de violência, inclusive levando à morte de muitos
companheiros. Casos esses que, infelizmente, continuam na
impunidade.
Em Belém, a
luta por direitos vem sendo encampada pelo Movimento Homossexual
de Belém — MHB, um grupo de livre orientação sexual, que
desenvolve trabalho de conscientização, prevenção e,
principalmente, pela cidadania.
No Pará, o projeto
de Emenda Constitucional, de autoria da Deputada
Estadual
Sandra Batista, que trata da "Liberdade de Orientação
Sexual", é um primeiro passo rumo à garantia de direitos,
fim do preconceito e discriminação sexual.
Na qualidade de
cidadãos e membros de uma sociedade democrática os homossexuais
merecem respeito e tratamento digno como seres humanos.
1. Incentivo ao
debate em centros comunitários e grupos de famílias, com
garantia de espaço físico para esses debates.
2. Realização de
Congressos de Homossexuais.
3. Inclusão da
discussão sobre a homossexualidade nas escolas.
4 Que a PMB crie
espaço público e curso para formação de multiplicadores,
firmando acordo de cooperação com o Movimento de Homossexuais,
para capacitação, no sentido de garantir qualificação
profissional.
5. Que o MHB tenha
o apoio jurídico e político da PMB, nos casos de discriminação
homossexual.
6 Implementação
de políticas contra a violência a homossexuais.
7. Denúncia aos órgãos
públicos, sobre policiais militares e civis que discriminam o
trabalho dos homossexuais.
8 Encaminhar à
Corregedoria da Polícia Civil e Militar os casos de discriminação
sofrida pelos homossexuais, quando no exercício de seu trabalho,
com o apoio da SPDDH.
9 Que seja incluído
no calendário de eventos municipais o DIA DO ORGULHO GAY.
10 Reativação da
Casa do Cidadão.
11 Fazer gestão
junto ao HEMOPA para que os homossexuais possam doar sangue sem
nenhuma discriminação.
12 Que o Governo
Municipal apóie o projeto de lei que institui o direito à União
Civil entre pessoas do mesmo sexo, da ex-deputada federal Marta
Suplicy.
DOS DIREITOS À
TERRA E MORADIA
A discussão sobre
terra e moradia foi realizada à luz de um direito conquistado,
mas de um direito não garantido pelos governos. O governo
neoliberal, imbuído de princípios de exclusão, não aponta política
habitacional voltada para a classe popular, pois o povo só
consegue terra e casa para morar quando usa de sua rebeldia e
realiza as ocupações. Entretanto, o governo utiliza de ação
arbitrária da polícia para mandar bater e matar trabalhadores.
Percebe-se assim, que a lei é cumprida somente a favor dos
governantes e não a favor da classe trabalhadora. Enquanto isso,
políticos acusados de corrupção gozam de privilégios.
Nossos direitos são
violados, não temos sequer garantidos os direitos básicos, como:
moradia, saúde, educação, terra, segurança, entre outros.
Somos enganados e desrespeitados pelas propagandas enganosas do
governo federal e estadual.
É bem
verdade que a situação da população brasileira é muito
degradante, mas existe a garra e vontade de lutar, por isso
realiza ocupações e continua resistindo à violência para
garantir os direitos conquistados.
Com esse espírito
de luta e resistência o 1 CONGRESSO MUNICIPAL
DE DIREITOS HUMANOS
deve apontar para:
1. Efetivação de
um projeto de habitação popular para pessoas de baixa renda.
2. Manter o nome da
ocupação Che Guevara, através da resistência popular, evitando
alteração por parte do governador Almir Gabriel.
3. Apoio ao
movimento nacional de cassação dos senadores bandidos,
principalmente de Jader Barbalho.
4. Que a PMB abra
uma linha de crédito para os moradores das ocupações, a fim de
que construam suas casas.
5. Repudiar o
governo Almir Gabriel pela ação violenta da Polícia Militar e
Civil nas ocupações.
6. Exigir do
governo federal e estadual política de habitação, considerando
que não há projeto de habitação popular.
7. Que a CBB
organize o povo nas áreas de ocupação.
8. Exigir do poder
público a liberação das terras das forças armadas para o Município.
9. Que todas as
ocupações tenham nomes que homenageiem pessoas que lutaram e
morreram na luta pela terra, moradia e outros direitos sociais.
Entidades e grupos
do movimento social participantes do 1° Congresso Municipal de
Direitos Humanos, que subscrevem esta Carta:
Conselho
Municipal da Condição Feminina -CMCF;
Centro de Intercâmbio
de Pesquisas Econômicas e Sociais —CIPES;
Conselho
Municipal do Negro -CMN;
Fórum de
Mulheres da Amazônia Paraense;
Movimento
Homossexual de Belém- MHB;
Juventude Operária
Católica -JOC;
Juventude
Revolucionária Cabana — JRC;
Juventude Cabocla
Socialista de Belém — JCSB;
Juventude Popular
Socialista — JPS;
DCE da
Universidade Federal do Pará;
DCE da
Universidade Estadual do Pará;
Salesianos;
União
Metropolitana de Skate e Esportes de Ação — UMES/Skate;
União
Metropolitana dos Estudantes Secundaristas — UMES;
União da
Juventude Socialista — UJS;
Conselheiros do
OP da Juventude;
Pastoral da
Juventude — PJ;
União Brasileira
de Estudantes Secundaristas — UBES;
Organização
Beneficente Seguidores do Brega — OBESB;
Movimento do Emaús;
Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente —COMDAC;
Fórum dos
Direitos da Criança e do Adolescente;
Conselho
Municipal de Educação;
Comissão de
Bairros de Belém –CBB;
Movimento
Nacional de Luta Pela Moradia;
Movimento dos
Sem-Terra — MST;
Fórum de Luta em
Defesa dos Conjuntos Habitacionais’
Comissão de
Direitos Humanos da OAB-Pa;
Guarda Municipal
de Belém — GBEL;
Comissão de
Justiça e Paz da CNBB;
Rádio Cidade
Livre;
Fórum da
Juventude;
Centro de Estudo
e Defesa do Negro do Pará-- CEDENPA;
Associação do
Movimento Afro-Reggae — AMOR;
Congresso
Nacional Afro-brasileiro — CNAB;
Movimento Hip-Hop;
Movimento
Afro-descendente do Pará-MOCAMBO;
Sociedade
Paraense de Defesa dos Direitos Humanos-- SPDDH;
Associação
Paraense dos Portadores de Deficiência-- APPD;
Associação de
Cegos do Pará — ACEPA;
Centro de Convivência
da 3ª Idade "Zoé Gueiros" da FUNPAPA;
Centro de Convivência
da 3ª Idade "Gurjão Sampaio" do IPAMB;.
Federação das
Associações de Aposentados e Pensionistas do Pará—FAAPA;
Representantes
dos Povos Indígenas (das tribos Assurini, Tembé, Mundurucu e
Kaiapó).
MOÇÃO DE REPÚDIO
OS DELEGADOS DO 1°
CONGRESSO MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS REPUDIAM OS REPRESENTANTES
DO ESTADO DO PARÁ NO SENADO FEDERAL, JÁDER BARBALHO E LUIZ OTÁVIO,
E TODOS OS DEPUTADOS FEDERAIS QUE NÃO ASSINARAM E OS QUE
RETIRARAM OS SEUS NOMES PARA A INSTALAÇÃO DA C.P.I DA CORRUPÇÃO,
E PEDEM A CASSAÇÃO DE TODOS OS ENVOLVIDOS EM CORRUPÇÃO DA
COISA PÚBLICA NO BRASIL.
OS DELEGADOS, COMO
BRASILEIROS, NÃO ACEITAM MAIS O MAR-DE-LAMA QUE SE ENCONTRA O
PODER PÚBLICO DO PAÍS.
MOÇÃO DE REPÚDIO
NÓS, OS MAIS DE
MIL E QUINHENTOS PARTICIPANTES DO 1° CONGRESSO MUNICIPAL DE
DIREITOS HUMANOS EM BELÉM DO PARÁ, REALIZADO NOS DIAS 18 E 19 DE
MAIO DE 2001, REPUDIAMOS DE FORMA VEEMENTE A PRÁTICA IRRESPONSÁVEL
DO GOVERNADOR ALMIR GABRIEL QUE TRATA OS MORADORES DAS ÁREAS DE
OCUPAÇÕES RURAIS E URBANAS COM POLÍCIA DE CHOQUE, DIOE, EXÉRCITO,
ETC, BATENDO, PERSEGUINDO, PRENDENDO E ATÉ MATANDO PESSOAS QUE,
CONFORME A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, TÊM O DIREITO À TERRA E A
MORADIA.
ESSA PRÁTICA
AUTORITÁRIA, VIOLENTA, ANTIDEMOCRÁTICA E ASSASSINA TEM QUE
ACABAR.
PELO FIM DA
IMPUNIDADE NO CAMPO E NA CIDADE!!!
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