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Insurreição Comunista de 1935
em Natal e Rio Grande do Norte

 

A Revolta Comunista de 1935 em Natal
Relatos de Insurreição que gerou o primeiro soviete nas Américas
Luiz Gonzaga Cortez

 

 

 

 

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Anexos
06. Otto Guerra: Igreja não foi conivente com a insurreição

A primeira referência a total omissão da Igreja Católica nos acontecimentos de novembro de 1935, em Natal, período do domínio do Governo Popular Revolucionário, implantado pelo PCB com apoio de poucos elementos da ilegal Aliança Nacional Libertadora e grupos de Mário Câmara e Café Filho, está no livro “Os objetivos dos Comunistas”, de Giocondo Dias, ex-cabo do Exército e um dos chefes das operações militares na capital potiguar. No capítulo “1935, novembro: o levante de Natal”, Giocondo Dias afirma que Dom Marcolino Dantas não tomou nenhuma iniciativa contrária ao movimento que derrubou o governador Rafael Fernandes do governo do Estado por três dias (1). Há quem afirme que o Padre Luiz Gonzaga do Monte, irmão do Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Nivaldo Monte, foi convidado pela Junta Revolucionária para ser o Ministro da Educação e Cultura, mas recusou o convite.

Apesar da gráfica do jornal católico A Ordem ter sido invadida pelos revolucionários e denominada “Tipografia Liberdade”, onde foram impressos os panfletos conclamativos à participação da população no movimento rebelde, a Igreja de Natal não abriu os seus templos para incitar os seus seguidores a tomar uma posição contrária à rebelião que, iniciada no quartel do 21º Batalhão de Caçadores, tomou conta da cidade em menos de 24 horas.

Mas um documento (panfleto) recentemente descoberto por nós, que se encontra em poder de César Virgílio do Nascimento, funcionário do Banco do Brasil, filho de Manuel Virgílio, já falecido, que foi líder político no município de Parelhas-RN, dá-nos indícios de que teria existido uma participação de alguns padres nos acontecimentos de 35 no Rio Grande do Norte. O panfleto foi impresso e distribuído pelo ex-presidente da Província, Juvenal Lamartine, derrubado do governo pela Revolução de 1930, no qual faz graves acusações ao então Bispo Dom Marcolino Dantas. O documento, de 1936, denuncia que a Igreja de Natal protegeu um padre de Caicó que teria transformado a Matriz de Caicó, num covil de prostitutas.

O professor Otto de Brito Guerra, líder católico e estudioso da história do RN, foi auxiliar direto do interventor Mário Câmara, que antecedeu Rafael Fernandes. Otto Guerra, após afirmar que desconhecia a existência do panfleto de Juvenal Lamartine, disse que nunca ouviu falar que Dom Marcolino tivesse ajudado os revolucionários de 35.

“Conheci muito bem Dom Marcolino, pois ele sempre me visitava e vice-versa e posso garantir que ele era anticomunista. Essa era a posição da Igreja, tendo mandado imprimir panfletos contra o comunismo. De forma que posso garantir com absoluta certeza que Dom Marcolino sempre foi anticomunista. Ele não era um homem covarde, não era um homem de lutar, mas era um homem correto. Tenho certeza de que Dom Marcolino, em tempo algum, deu qualquer apoio ao movimento comunista”, disse Otto Guerra, que considerou pesadíssimas as acusações de Juvenal Lamartine. Para Otto, a carta-aberta de Lamartine, distribuída em panfletos, foi fruto do calor político da época.

“Lamartine tinha perdido um filho assassinado, Otávio(2). A verdade que Otávio foi estupidamente assassinado, coisa que não se justifica em hipótese alguma. O primeiro a condenar o assassinato foi Mário Câmara. Sou testemunha pessoal, pois no dia do assassinato, ouvi Mário Câmara, quando chegou a notícia, dizer “isso é uma indignidade. Como é que se faz uma coisa dessa. Isso vai prejudicar o meu governo para o resto da minha vida”. Então, o primeiro aspecto é esse. Pai querido, em segundo lugar. Dom Marcolino era amigo de Mário Câmara e naquele tempo os bispos eram muito chegados aos governos mais do que hoje. Ele visitava os governantes e os governantes os visitavam, inclusive Juvenal Lamartine, quando ele chegou do exílio na Europa (3).

“Agora, dizer que Dom Marcolino tomou parte ostensiva na política partidária, não, não é verdade. É preciso lembrar o seguinte: o Partido Popular era dirigido pelo Monsenhor João da Mata Paiva, amigo de Dom Marcolino. E faça-se justiça a monsenhor Mata, pois quando saiu um artigo no jornal A Razão, atacando Dom Marcolino, o monsenhor Mata exigiu que fosse feita uma reparação. Quer dizer, monsenhor Mata era politiqueiro, isso eu não nego, mas era um sacerdote de vida exemplar na parte sacerdotal. Ele fazia uma separação entre política e sacerdócio, que hoje não fazem, mas ele era um político exaltado do Partido Popular. Nunca se apontou nada contra a vida moral de monsenhor Mata. O que houve foi isso. Do outro lado, o Partido Popular, dirigido por um monsenhor, ficou profundamente magoado com a manobra de Mário Câmara, por ter colocado o monsenhor Alfredo Pegado Cortez (4), que era o vigário geral, como Presidente de Honra do seu partido, o Partido Social Democrático - PSD. Isso magoou profundamente o pessoal do PP. Era um monsenhor contra um monsenhor na política do Estado”.

- Mário Câmara foi considerado um “monstro” pelos seus adversários. como ex-auxiliar, qual a sua opinião sobre essa acusação?

Otto – A campanha de 1934/35 foi altamente exaltada. Não foi só aqui em Natal, não. Vi cartas particulares de Juvenal Lamartine chamando Mário Câmara de monstro, mas as coisas são muito diferentes: certa vez, ouvi Dinarte Mariz declarar, o que ele também o fez ao Dr. Onofre Lopes, na presença do Dr. José de Anchieta, de que o maior erro que cometeu foi não ter feito um acordo com Mário Câmara (nem ele nem Café Filho eram comunistas, faça-se justiça).

- Os seguidores de Juvenal Lamartine e Dinarte Mariz, naquela época, afirmavam que Mário Câmara colaborou para a deflagração do movimento comunista.

Otto – Eu conheço uma carta de Mário Câmara, escrita meses antes da revolução, denunciando ao Presidente da República, Getúlio Vargas, que estava se preparando uma revolução comunista. Getúlio mandou essa carta para o General Pantaleão Pessoa, que disse que “o interventor estava vendo visagens”. Foi a resposta dele (Gal. Pantaleão era o Chefe do Gabinete Militar de Getúlio) e eu vi a carta de Mário Câmara e a resposta do general, as duas cartas. Vendo esse documento que você me mostrou, depois que Mário Câmara deixou o governo, realmente havia gente de todas as cores, gente de esquerda, apoiando Mário Câmara e Café Filho. Os que os apoiavam queriam que Mário Câmara reagisse e não entregasse o governo ao Partido Popular, a Rafael Fernandes. Mário não podia e nem tinha condições de fazer isso. No dia da eleição, o general Manuel Rabelo, comandante do Exército no Nordeste veio a Natal para assistir a transmissão do cargo. Aliás, Mário Câmara não estava mais na interventoria, pois ele deixou o governo dois dias antes e passou o cargo para o comandante do 21º BC, coronel Liberato Barroso(5). De forma, que Mário Câmara não estava mais no governo e não podia comandar reação nenhuma. Os comunistas tinham queixas, achando que ele devia ter reagido, mas isso não era aceitável. O governo, bom ou ruim, tinha sido eleito legalmente, por uma Assembléia Constituinte (outubro de 1935).

- Os interventores que por aqui passaram fecharam os olhos para a agitação social?

Otto – Não. Hercolino Cascardo era socialista e dizia isso abertamente. Ele quis estabelecer uma legislação de imposto territorial de cunho socialista, mas mostraram a ele que numa terra seca não dava condições de se pagar altos impostos que pensava cobrar. Por isso, ele voltou atrás, tornando-se mais uma prova de que ele não era comunista, pois todo o seu secretariado era o mais conservador possível. Dentre eles, posso citar o meu pai, Felipe Guerra, Diretor de Educação, Antônio de Souza, Secretário Geral, desembargador Lindoso, e assim por diante. Cascardo não fez proselitismo comunista por aqui.

- Mas o escritor João Medeiros Filho, nos seus livros sobre a “intentona”, diz que Cascardo fechou os olhos para os comunistas.

Otto – Absolutamente. Havia elementos, sobretudo no partido de Café Filho, que eram bem chegados à esquerda, mas Mário Câmara aceitava o apoio como todos os políticos aceitam. Muitos hoje estão aí fazendo acordos com os PCs. Isso é outra coisa, mas dizer que Mário Câmara aceitou o comunismo, em absoluto, não é verdade. E essa carta que Mário Câmara escreveu para Getúlio é típica, denunciando que se estava preparando uma revolução comunista.

- Os políticos conservadores sempre procuravam aliciar os militares para concretizarem seus objetivos?

Otto – O Partido Popular e os seus partidários sempre procuravam envolver os oficiais do 21º BC. Os oficiais da Policia Militar, por tradição, eram amigos de José Augusto e Juvenal Lamartine. Então, Mário Câmara teve que pedir apoio a oficiais do Exército para trabalhar na policia, assim como algumas outras pessoas de sua confiança porque ele não podia confiar na maioria dos oficiais da PM, que eram visivelmente ligados ao Partido Popular. Os políticos do PP souberam captar simpatias na oficialidade do 21º BC, inclusive no seu comando. Então, na viagem a Parelhas, onde houve um tiroteio com uma vitima fatal, o Dr. João Maria Furtado me disse: “José Bezerra, que é uma pessoa insuspeita, falou que todos os carros que foram a Parelhas, levavam armas de guerra”. Eram carros do pessoal do Partido Popular. E porque escolheram Parelhas? Por que o prefeito era um indivíduo estouvado, de pavio curto, então, era muito fácil de haver um conflito lá. E os oradores do PP eram mestres em dizerem desaforos, tais como Bruno Pereira, Luiz Antônio e outros. A versão que Mário Câmara me deu é que eles, do PP, tencionavam provocar o clima tal que Mário ficasse sem condições de governar e renunciasse. Como ele não tomou essa atitude, alguns oficiais do 21º BC foram, à noite, à sua casa, na Vila Cicinato, com uma cópia de um telegrama do Comandante do 21º BC, que teria sido passado ao Comandante da Região Militar do Nordeste e ao Ministro da Guerra, informando que o Governo do Estado não estava em condições de manter a ordem e que era preciso alguma providência. Mostraram o telegrama para Mário Câmara que afirmou que era o delegado do Presidente da República e não de outra pessoa e, portanto, não receberia ordens de outra pessoa. Aí eles perguntaram “o que o senhor resolve diante deste telegrama?”. “ Eu não resolvo coisa nenhuma. Continuo no meu posto, mas desejo saber se essa atitude é só dos senhores do 21º BC ou de toda a força federal de Natal? Quero saber a opinião da Marinha”, indagou Mário Câmara (Na época, agosto de 1934, a Marinha em Natal se constituía da Escola de Aprendizes Marinheiros e a Capitania dos Portos). O Capitão dos Portos foi convocado e disse que “a Marinha apoia o governo constituído”. Foi a água na fervura e os oficiais do 21º BC foram embora. Como se pensava na substituição do interventor nessa noite, na Praça Sete de Setembro, em frente ao Palácio do Governo, estava cheia de gente, esperando a posse do novo interventor, o que não ocorreu (6).

- O chefe político conservador José Augusto Bezerra de Medeiros, do PP, chegou a mandar um telegrama para os seus correligionários no interior comunicando a queda de Mário Câmara, não é verdade?

Otto – É. Conheço esse telegrama: “No momento em que nossa terra se livra do seu algoz, recomendo máxima cautela, não perseguir nossos adversários”, etc, etc. Então, os populistas estavam tão certos da deposição de Mário Câmara que a cidade se encheu, de manhã, quando soube da história. Com o meu pai, fui à casa de Mário Câmara que me contou tudo, inclusive que os oficiais do 21º BC tinham retirado o rádio do Palácio e, por isso, de lá, Mário não pode telegrafar a Getúlio. Mário Câmara dirigiu-se a estação da Marinha, no Refoles para passar o telegrama ao Presidente da República. Quanto ao telegrama que os oficiais sediciosos tinham elaborado, não foi transmitido ao Ministro da Guerra, mas ao general Rabelo, em Recife. O Ministro comunicou a Mário Câmara que não tinha recebido nenhum telegrama e que Getúlio assegurou que podia continuar no cargo, pois merecia a sua confiança.

- Esse período (1934) foi muito agitado?

Otto – Para você ter uma idéia, o Partido Popular fez uma passeata de veículos de Parelhas até Natal para criar um ambiente hostil a Mário Câmara, coisa da política mesmo. Os políticos do PP sempre foram muito cavilosos. Chegaram a usar a imprensa do Rio de Janeiro para insuflar e agitar o ambiente político, através de Dioclécio Duarte, Orlando Ribeiro Dantas, diretor do Diário de Notícias. Para você ver até que ponto levava a política daqui vou contar um exemplo: Certa vez, uma pessoa ligada a Mário Câmara entrou no ateliê do fotógrafo João Alves de Melo, na Ribeira, onde ele estava pintando as costas de um homem para fingir que foi agredido para tirar uma fotografia. O homem estava sendo pintado com “crayon”. Mário Câmara denunciou isso antes que saísse no jornal do PP. Essa história de achar que o pessoal do Partido Popular era bonzinho é conversa fiada. Era uma luta com todas as armas e eu não vou dizer que o pessoal de Mário Câmara fosse santo, não, absolutamente. Era luta contra luta, num clima de exaltação terrível, isso é inegável.

- Quais as posições da Igreja naquela época?

Otto – A Igreja era muito conservadora. Posição indefensável nos dias de hoje. Muito conservadora e muito ligada ao poder dominante. E isso era um prejuízo grande para a Igreja porque a parte dominante achava formidável, mas os outros se julgavam excluídos da vida da Igreja. Hoje a Igreja está certa.

- Os comunistas agitavam “as massas” na década de 30, em Natal?

Otto – Sabia-se que havia agitação. Em 35, houve o episódio da invasão da sede dos integralistas pelos comunistas. A sede da AIB amanheceu o dia com uma galinha verde pendurada no mastro. Nos comícios dos integralistas, nas Rocas, por exemplo, sacudiam pedras na gente. Houve o episódio de Ceará-Mirim, quando tentaram descarrilhar o trem que vinha para Natal cheio de integralistas. Os comunistas mais conhecidos naquela época era João Batista Galvão, o sapateiro José Praxedes e outros da Aliança Nacional Libertadora. No meio da classe dos sapateiros e dos funcionários da “Força e Luz” havia muitos comunistas. Na “Força e Luz”, por exemplo, no dia em que Otávio Lamartine foi assassinado, a companhia estava em greve. Pois bem, a greve terminou com um acordo entre os trabalhadores e a companhia. E quem promoveu a última aproximação e a solução foi o grupo integralista. Quem redigiu o termo do acordo foi o professor Francisco Veras Martins, que era o secretário da Ação Integralista Brasileira no RN (risos). Veras fez a ata do acordo. Por aí você vê que era um comunismo curioso, pois não havia grandes líderes, mas um ambiente muito festivo.

- O senhor soube que o padre Luiz Gonzaga do Monte teria sido convidado para integrar a Junta Governativa de novembro de 1935, em Natal, como Ministro da Educação?

Otto – Não ouvi falar nem acredito nisso. Padre Monte era um homem de estudos. Nem com Juvenal Lamartine ou Mário Câmara ele aceitaria participar do governo.

- Ouviu falar que Luís da Câmara Cascudo também teria sido convidado para ser o “escritor da revolução libertadora?”

Otto – Também não ouvi falar que Cascudo tenha sido convidado para ser o escritor da revolução de 35. Ele era integralista. Embora Cascudo tivesse amigos entre os comunistas, como João Batista Galvão, nosso amigo também, mas Cascudo não aceitaria.

- Voltando a carta de Juvenal Lamartine de Faria para Dom Marcolino Dantas, em janeiro de 1936, quem era o padre de Caicó que teria dado cobertura aos policiais que mataram Otávio Lamartine?

Otto – Eu nunca ouvi falar e nem acredito nisso. Sei o contrário, pois o padre Walfredo Gurgel, de Acary, foi um dos que tomaram a frente na reação contra os comunistas. Walfredo Gurgel tinha liderança. Em Caicó, era Dinarte Mariz, que morava lá e teria denunciado isso e Dinarte nunca falou nisso. A imprensa do Partido Popular teria explorado isso, o que não aconteceu. Essa carta que você me mostra é a primeira vez que tomo conhecimento (7).

- Como se comportavam os coronéis, os políticos “carcomidos” do Partido Popular que perderam o mando político do Estado após a Revolução de 30?

Otto – Assim que o governo constitucionalizou-se em 1934, eles faziam política contra os interventores, mas antes já faziam por debaixo do pano. A verdade é que o governo não agradou aos populistas. Com a eleição de Rafael Fernandes, logo no começo do seu governo, houve coisas sérias. Eles, os populistas, queriam demitir todo mundo, queriam botar para fora Seabra Fagundes, do Tribunal de Justiça, só porque foi nomeado por Mário Câmara. A mim mesmo, nomeado promotor por Mário Câmara, houve um político que fez tudo para me demitir, mas Aldo Fernandes disse que não ia fazer isso. “Otto é um rapaz estudioso”, justificou Aldo Fernandes, impedindo a minha demissão. O deputado José Tavares e outros do PP romperam com o governador por causa disso e foi trabalho grosso para eles ficarem com Rafael Fernandes, que tinha uma maioria de apenas 3 votos na Assembléia Legislativa. Eram 14 deputados do Partido Popular e onze da Aliança Social (PSN – PSD). Na Assembléia, (a Constituição de 1935 foi assinada por 14 deputados do Partido Popular) num sábado de carnaval, o assunto estava sendo discutido e o Monsenhor Mata disse que “aqueles que aprovam, queiram permanecer sentados”. o deputado Júlio Régis, que estava de pé, ficou de cócoras, disse: “Senhor Presidente, estou aprovando também.” Djalma Marinho, que era muito vivo, cafeísta, publicou a manchete no jornal de Café Filho: “Entre zabumbas carnavalescas e deputado de cócoras, foi aprovada hoje a Constituição do Rio Grande do Norte (risos)”.

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