Insurreição
Comunista de 1935
em
Natal e Rio Grande do Norte
A
Insurreição Comunista de 1935 –
Natal, o primeiro Ato da Tragédia
Homero de Oliveira Costa
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de Produção
Introdução
A publicação
de estudos sobre a história do Brasil
contemporâneo nos ultimos anos tem
sido bastante significativa. Esse processo
de auto-exame nacional tem contribuido muito
para a compreensão da sociedade brasileira.
Mesmo assim, apesar de contribuições
expressivas em todas as áreas, muito
restar fazer em todas elas. Há acontecimentos
históricos de inegável importância
que não foram ainda suficientemente
estudados e entre eles situamos a insurreição
de 23 de novembro de l935 em Natal, no Rio
Grande do Norte.
Este trabalho pretende
preencher uma lacuna nesse sentido. Além
da leitura crítica da bibliografia
especializada, pesquisa em arquivos do Estado
do Rio Grande do Norte(Natal em particular)
e entrevistas, a fonte fundamental foram
os autos dos processos do Tribunal de Segurança
Nacional, referentes aos acontecimentos
de novembro de l935 que estão no
Arquivo Nacional ( Rio de Janeiro).
A tese central é
de que o levante do 21 Batalhão de
Caçadores em Natal foi articulado,
organizado e dirigido pelo partido comunista,
não tendo nada a ver com a Aliança
Nacional Libertadora(ANL) em nome da qual
aliás diziam agir. Em se tratando
de uma análise específica
- embora com a necessária contextualização
- enfocaremos nosso estudo mais detalhadamente
a respeito das particularidades regionais,
que será um dos fatores explicativos
fundamentais para a compreensão do
levante(e seu êxito, mesmo que fugaz).
A referência ao partido
comunista é básica: em nível
mais geral, o partido não ofereceu
historicamente um exame desse acontecimento
e como afirma Marco Aurélio Garcia
“ ostentando um constrangido silêncio
no curso de sua história e com isto
demonstrando uma enorme dificuldade em enfrentar
esse problema e em oferecer uma honesta
e corajosa auto-crítica,(...) até
hoje incapaz de ter oferecido um balanço
sistemático de um acontecimento cuja
importância transcende de muito a
história do Brasil contemporâneo”(“
1935: A Face oculta da insurreição”
Jornal “Em Tempo No. 79, p. 10-11)
O primeiro documento oficial do partido
sobre esses acontecimentos é o informe
do balanço do comitê central
de Luis Carlos Prestes por ocasião
da realização do IV congresso
do partido comunista do Brasil, em l954,
onde faz uma tímida auto-crítica
“... já em l935, apesar da
justa orientação do partido,
procurando unir as mais amplas forças
anti-imperialistas e anti-feudais da ANL,
a influência do radicalismo pequeno-burgues
na direção do partido, sob
a forma específica do chamado “golpismo
tenentista” levou-nos a cometer o
grave erro de precipitar a insurreição
quando ainda eram débeis as nossas
forças, quase inexistentes a aliança
operário-camponesa..Para o triunfo
da revolução popular é
indispensável ganhar o apoio dos
soldados e marinheiros ,mas reduzir a insurreição
popular a uma luta armada só nos
quartéis era um erro que teria que
levar, como levou, à derrota do movimento
de l935”(1).
E como o partido era uma
seção da III internacional
comunista, tentar compreender os levantes
de l935 sem se referir às inflexões
da internacional comunista nas diretrizes
do partido comunista do Brasil e o papel
que cada um deles assumiu, seria obscurecer
aspectos importantes. Isso não significa
dizer , como pretendeu a propaganda oficial
durante pelos menos 50 anos, que se possa
reduzir, de forma simplificada ,a insurreição
de l935 a vontade de Moscou, ou seja, reduzir
os levantes a simples manipulação
dos comunistas nacionais pela Internacional,
mas não se pode por outro lado ocultar
o fato de que a internacional havia dado
sua sanção a esta via dentro
do marco geral da politica de frentes populares.
No primeiro capítulo
faremos algumas breves considerações
sobre as relações entre o
partido comunista do Brasil e a III internacional
comunista e nos capítulos seguintes
uma análise específica do
levante em Natal, fazendo inicialmente uma
retrospectiva da história política
do Estado do Rio Grande do Norte no ano
de l935.
Nota
1 - Informe de balanço
do comitê central. in “Problemas”No.
64, dezembro de l954/fevereiro de 1955,
p. 90-91.
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