Capitulo
III
A Insurreição de novembro
de 1935
3.4
- Uma guerrilha no Oeste do Estado: l935-1936
No início de julho
de l935 o Interventor Mário Câmara
se ausenta do Estado(foi ao Rio de Janeiro,
tratar de problemas administrativos e ao
mesmo tempo acompanhar os processos no Supremo
Tribunal Federal referentes às eleições
no Rio Grande do Norte). Assume interinamente
a interventoria o diretor do Departamento
da Fazenda do Estado, José Lagreca.
Poucos dias depois, os operários
da estrada de ferro de Mossoró entram
em greve, reividicando um aumento de l00%
. A direção da Great Western
oferece 50% , rejeitado pelos grevistas.
No dia seguinte, outras categorias entram
em greve, como os salineiros de Mossoró
e Macau, onde o sindicato da categoria havia
sido fundado há poucos dias. Essa
movimento, segundo a versão da imprensa
de Natal, assumiam uma “feição
inquietante”(editorial do jornal “A
República”de 10 de julho de1935)e
atribuia-lhe um caráter extremista.
Preocupada com a extensão do movimento,
a direção da empresa aceita
o aumento e a greve termina.
Pouco depois irrompe na
Várzea do Açu, com irradiações
na vizinhança, aquilo que a imprensa
logo qualificou como um “movimento
de caráter nitidamente comunista”,
com um numeroso bando de homens armados
“como resultado do ambiente político
e da confusão reinante”. Esses
homens armados puseram em xeque as forças
policiais de Açu, Angicos, Santana
do Matos e Macau. Segundo o jornal “A
República”esses grupos “...
se constituiam de homens rudes, analfabetos
e dispostos a todas as modalidades do crime”e
acrescenta “É o cangaceirismo
acoitado à sombra de uma bandeira
que encarnava um credo exótico “.
Lagreca, ao ser informado de que haviam
homens armados na região, inclusive
atacando algumas fazendas e fazendo refens,
envia um contigente policial de Natal, devidamente
armado e municiado sob o comando do tenente
da Policia Militar Severino Campelo. Estas
tropas se juntam às forças
policiais dos municipios onde haviam essas
ocorrências. Com esse reforço,
na primeira investida policial são
presos mais de 20 homens, alguns com ferimentos
leves, tendo os demais se dispersado. Nesta
operação, conseguem libertar
o fazendeiro Jorge Barreto, que fôra
feito refém alguns dias antes.
As notícias sobre
os conflitos armados no vale do açu
e as greves de Mossoró, provocam
repercussões alarmistas na imprensa,
tanto em Natal, quanto no sul do país
e vão chamar a atenção
do governo federal. O Ministro da Justiça
ao ser informado, encaminha um pedido de
informações mais detalhadas
ao interventor. Pouco depois, recebe um
relatório no qual consta que os movimentos
tinham “caráter extremista”mas
que já haviam sido dominados.
Manoel Torquato, que dirigia
o grupo de homens armados, é um dos
que conseguem escapar do cerco policial
e vai para Mossoró, onde fica escondido.
Denunciado anônimamente a policia,
é preso sem que possa oferecer qualquer
resistência. No entanto, pouco dias
depois, junto com outros presos, Torquato
foge, retornando à luta na várzea
do açu. A sua presença à
frente de numeroso grupo de homens armados,
usando táticas de guerrilha, era
parte da preparação no Estado
do levante que o partido comunista articulava
em nível nacional. Militante do partido
, Torquato e um grupo de companheiros, divergindo
da direção regional, resolvem
iniciar um movimento armado na várzea
do açu, local onde conhecia bem,
pois era natural dessa região. Como
eram aproximadamente 200 homens (37),
se dividiam em pequenos grupos. Quando necessitavam
de alimentos, se juntavam e invadiam fazendas,
levando também animais. Ao mesmo
tempo, procuravam a adesão dos trabalhadores,
fazendo pequenos comicios, conclamando-os
à adesão à luta armada.
Eram distribuidos também alguns panfletos,
escritos por Miguel Moreira (38).
A participação
de Miguel Moreira na preparação
e organização da guerrilha
pode ser interpretada dentro da lógica
da insurreição armada que
o partido comunista articulava após
a ilegalidade da Aliança Nacional
Libertadora em julho de 1935. Embora o objetivo
não fosse a formação
de guerrilhas e sim insurreições
nos quartéis, o caso de Mossoró
tinha sua especificidade: como a repressão
policial passa a ser mais intensa, levando
alguns militantes à clandestinidade,
a guerrilha tinha por objetivo organizá-los,
preparando-os para um levante que o partido,
com Prestes à frente, articulava
a nível nacional. Brasilia Carlos
Ferreira, no trabalho mais completo sobre
a guerrilha e a atuação do
partido comunista em Mossoró, mostra
como, desde o início, a guerrilha
tinha um caráter puramente defensivo:
“o objetivo era manter coeso o grupo
que estava na clandestinidade preparando-se
para intervir na revolução
que estava prestes a eclodir”(Ferreira,
l989,p188.)
A guerrilha foi decidida
numa reunião convocada pela direção
do partido comunista em Mossoró,
para discutir o que fazer face a intensificação
da repressão policial, em especial
sobre os militantes do sindicato dos salineiros,
que desde sua fundação era
dirigido por militantes comunistas, assim
como a preparação de um “
levante revolucionário com Prestes
à frente” e “através
do qual o partido, vitorioso, chegaria ao
poder”(Ferreira, l989, p. 180). Após
intensa discussão, surge a proposta
de se formar uma guerrilha. Uma parte, liderada
por Miguel Moreira e contando com o apoio
da maioria dos estavam clandestinos defendiam
que o movimento armado deveria começar
logo e outra, liderada por Jonas Reginaldo,
defendia que se mantivessem organizados,
aguardando o início de um levante
que o partido articulava a nível
nacional. A primeira proposta sai vitoriosa.
Segundo João Medeiros
Filho essa guerrilha “dessassosega
por algum tempo os municipios de Mossoró
e Açu, demonstrando conhecer a doutrina
Moscovita”( Medeiros Filho, l937,
p. 82). Ela é citada por “Marques”(Antonio
Maciel Bonfim, o “Miranda”)
delegado brasileiro no VII Congresso Mundial
da Internacional Comunista, realizado em
Moscou em agosto de l935 “... tomamos
parte nas consecutivas greves de 1934/1935
que culminaram com a greve geral marítima
e com a luta armada em Mossoró, onde
ficou constituido em princípio de
1935,após a greve dos operários
das minas do sal, o governo revolucionário
que se apoderou de uma grande parte da cidade,
opondo aos ataques da policia uma resistência
que durou mais de 15 dias”(39)
Se o objetivo da guerrilha
era apenas permanecer na expectativa, não
se manteve por muito tempo: como era em
número relativamente grande, embora
dividido em pequenos grupos, precisavam
se alimentar,e assim passam a invadir fazendas,
enfrentando jagunços - e depois a
policia - e aproveitam para tentar conseguir
adeptos entre os trabalhadores da região.
Era comum,por exemplo, ao invadirem fazendas,
realizarem de pequenos comicios, esclarecendo
as razões da luta e conclamando-os
a aderirem. Após a realização
dos comicios(que não se faziam apenas
nas fazendas invadidas) sempre solicitavam
colaborações em dinheiro,
destinadas à aquisição
de material bélico.
Um documento enviado pelo
procurador ao presidente do Tribunal de
Segurança Nacional sobre a insurreição
comunista de 1935 no Rio Grande do Norte,
diz “... antes de eclodir o movimento
extremista de novembro, várias caravanas
percorriam o Estado do Rio Grande do Norte,
pregando idéias revolucionárias
de caráter extremista, de que a Aliança
Libertadora Nacional era o órgão
principal. Os grupos, chefiados por individuos
sem instrução, uma espécie
de bandoleiros capazes de todas as aventuras
criminosas, excursionavam pelos municipios
do Estado incitando os trabalhadores rurais
e operários a se levantarem contra
o poder constituído (...) pelos depoimentos
das testemunhas, verifica-se que os indivíduos
(...) desenvolveram ostensiva propaganda
comunista no municipio de Açu, organizando
comicios, induzindo agricultores a se rebelarem
contra o governo e aconselhando a que todos
se armassem para assegurar a vitória
da sublevação que explodiria
em novembro”(40).
Em agosto de 1935 os jornais de Natal ,
Recife(“Diario de Pernambuco”e
“Jornal do Comércio”)
e Rio de Janeiro(“Jornal da Manhã”)
trazem noticias sobre os acontecimentos
de Mossoró e Açu. “O
Diário da Manhã” publica
um editorial enérgico, incisivo,
pondo em relevo “a campanha extremista
dos ultimos tempos” e alertando aos
trabalhadores para que “abrissem os
olhos e exercitassem o cérebro, vendo
e conhecendo os que estão sendo explorados
pelos falsos líderes , messias de
coisas impossíveis”.
Como explicar esse fenômeno
nas matas da várzea do Açu
em plena década de l930 ? Manoel
Rodrigues de Melo, escritor norte-riograndense,
natural dessa região, diz que “o
fenômeno comunista na várzea
do açu possui nas suas entranhas
causas profundas que precisam ser estudadas
com penetração e sinceridade”
segundo ele, a adesão de parte dos
trabalhadores da região à
guerilha tinha sua explicação
no fato de que, “apesar de o trabalhador
comer na mesma mesa com o patrão,
dançando juntos em todos os sambas
da redondeza (...) o rendeiro arrematando
cerveja por preços exorbitantes para
o patrão beber, acompanhando-o em
todas as festas(...) não haviam desaparecido
os sentimentos recalcados, os ressentimentos
profundos entre familias litigantes, os
preconceitos de cor, as rixas por questões
de terra” , mas a principal explicação
era de caráter religioso “...
o estado de disponibilidade religiosa em
que sempre viveram os habitantes da várzea
do açu, nunca se aproximando do sacramento
a não ser em dia do casamento, ou
raramente na hora da morte, deu lugar a
que o protestantismo pela ação
nefasta de seus pastores, em sua grande
maioria analfabetos, desenvolvessem naquela
região uma propaganda intensa, chegando
a conquistar povoados inteiros para a sua
crença. Acrescenta-se ainda uma outra,
de ordem geográfica : a facilidade
de transporte entre os portos de Areia Branca
e de Macau com a varzea do açu e
estas cidades, juntamente com Mossoró,
são aquelas onde haviam maior contingente
de trabalhadores (Melo, l940, pp.155-176)
A opção pelas
matas do várzea do açu deve
ter se dado por sua posição
geográfica, acrescido do fato de
que o líder da guerrilha, Manoel
Torquato, ser natural da região e
conhecê-la muito bem. Quanto ao aspecto
religioso, Torquato tinha sido protestante
antes de ter entrado no partido comunista
e nessa condição, viajou muito
pela região, fazendo pregações
e assim não apenas conhecendo como
se tornando conhecido. Era um homem íntegro
e muito respeitado por todos. Como se deu
a passagem do protestantismo ao comunismo
em Torquato ? é dificil precisar,
sabe-se no entanto da influência decisiva
de Joel Paulista, salineiro de Mossoró,
membro do partido comunista e presidente
do sindicato, que se torna amigo dele nessa
época. Em meados de 1934, Torquato(que
também havia sido salineiro) vai
a Areia Branca onde residia Joel Paulista
e na volta à várzea, além
do amigo, traz consigo novas idéias.
Segundo Melo “ daí em diante,
o que vemos é a ação
política sobrepujando a ação
religiosa. “a casa dos cultos”tão
frequentada antes, degenera em valhacouto
de comunistas perigosos, que levam a toda
a região da várzea a chama
vermelha da revolução “
(Melo, l940, p. 169) Manoel Torquato entra
no partido comunista e inicia a arregimentação
entre os trabalhadores da região
( rendeiros, meieiros, agregados, etc).
O ataque agora não é mais
aos padres e sim à burguesia, à
propriedade privada, à injustiça
dos patrões. De início, são
comicios, alguns dos quais duramente rechaçados
pelos fazendeiros, como ocorreu, por exemplo,
num lugar chamado “ilha de são
francisco”, no qual foi ameaçado
de ser recebido à bala. Depois vieram
a ilegalidade da ANL em julho de 1935 e
a organização da guerrilha,
do qual será a principal liderança.
Preso em Mossoró
em consequência da repressão
policial, foge da cadeia , conforme relatamos,
e retorna a várzea do açu
.No dizer Melo “...volta ao seu lugar
de combatente, agora com as energias retemperadas
pelos sofrimentos da prisão. Reanima
o grupo, arma-se convenientemente, põe
na chefia intelectual do bando o rábula
Miguel Moreira, localizando o quartel general
entre Mossoró e Areia Branca “(Melo,
l940, p. 175)
A insurreição
do 21 BC no dia 23 de novembro de 1935 pega
o grupo de Torquato de surpresa. Sem articulação
com Mossoró a segunda principal cidade
do Estado e onde o partido comunista era
muito mais organizado e influente entre
os trabalhadores do que Natal, é
provável que , em função
da clandestinidade e dificuldade de informações,
não tenham se informado sobre a insurreição
do 21 BC. Com o fracasso da insurreição
a policia inicia uma grande repressão,
chegando a prender alguns integrantes da
guerrilha. No entanto, ela continua a atuar
e ainda se mantém por alguns meses.
Conhecendo bem a região, conseguem
algumas vitórias frente às
forças policiais e jagunços
armados pelos fazendeiros. Foi o que ocorreu,por
exemplo, no dia 2 de janeiro de 1936 num
lugar chamado “canto comprido”
onde Torquato prepara uma emboscada e após
intensa fuzilaria, resulta na morte de um
fazendeiro.
A repressão é
intensa. Com a morte do fazendeiro, a policia
de Mossoró recebe reforços
e iniciam uma perseguição
violenta. A primeira vítima foi o
pai de Manoel Torquato, Sebastião
Torquato, já muito velho e que nada
tinha a ver com a guerrilha. A policia já
chegou na sua casa atirando. Estavam em
casa apenas ele e sua mulher, que por sorte,
escapa do tiroteio se escondendo numa caixa
onde guardavam rapaduras. A repressão
se estende a outros familiares, alguns dos
quais foram espancados por se negarem a
dar informações sobre o paradeiro
de Torquato. A sua esposa é presa.
O cerco se fechava. A policia oferece um
prêmio a quem trouxesse Manoel Torquato
“ vivo ou morto”
Enquanto isso o partido
comunista em Mossoró se reune e chega
a conclusão de que não havia
como permanecerem na mata, perseguidos pela
policia e “decidiram montar um esquema
de emergência entre membros, simpatizantes
e aliados do partido, para fornecer apoio
material a quem quizesse sair”(Ferreira,
l989, p. 205)
O grupo da guerrilha também
avalia a situação. Isolados,
famintos e perseguidos, não tinham
outra alternativa a não ser a fuga
e assim “... resolveram recuar organizadamente.
Sairam da mata aos poucos, dois a dois,
deslocando-se em direção ao
Ceará, cuja fronteira pouco depois
de Mossoró, não seria dificil
alcançar”(Ferrreira, l989,
p. 206 )
Com Manoel Torquato ficou
Feliciano Pereira de Sousa “um negro
alto, forte (...) analfabeto, um homem rude,
respeitado por sua valentia”(Ferreira,
l989, p. 206).Torquato ainda pensa na familia
antes da fuga e vai se despedir de alguns
familiares. Pouco depois, ouvem-se dois
tiros na vizinhança. Era Feliciano
que havia atirado e matado fria e covardemente
Manoel Torquato. Feito isso procura a casa
de um fazendeiro e conta o ocorrido. Queria
o prêmio e a promessa de liberdade
em troca de informações detalhadas
à policia.(41)
É o fim da guerrilha.
A guerrilha não
fôra um ato isolado. Após a
derrota da insurreição de
novembro de 1935, foi descoberto pela policia
que havia um movimento armado marcado para
os dias 15 e l6 de julho de l935 em Mossoró
e que teria ramificações na
Paraíba, Ceará e Pernambuco.
E só não foi levado a efeito
por ter vindo ordem da direção
nacional do partido comunista no Rio de
Janeiro. Miguel Moreira, que foi preso no
dia 27 de novembro de l935, em depoimento
prestado a policia disse que ao chegar em
Mossoró, no dia ll de julho - exatamente
na data em que a ANL era decretada ilegal
pelo governo - já encontrou o movimento
organizado e acusa o capitão do exército
Aluísio Moura, o tenente José
Paulino, o deputado da Aliança Social
Benedito Saldanha e o tenente João
Cabanas de serem os chefes do movimento.
Esse depoimento foi prestado, assim como
o de outros presos, numa atmosfera de ameaças,
seviciamentos e torturas e talvez isso explique
a inclusão de Aluisio Moura e José
Paulino e Benedito Saldanha como implicados
no levante. Os dois primeiros realmente
haviam estado em Mossoró nesse período,
mas não eram comunistas e sim partidários
da Aliança Social(o primeiro ajudou
a prender diversos implicados na insurreição
do 21 BC em Natal e o segundo irá
combater os insurretos no quartel da PM,
onde foi ferido e em consequência,
teve um braço amputado) . E mais:
no dia 23 de julho o tenente Cabanas foi
preso em Natal, na casa de Lauro Lago(um
dos integrantes da Junta Governativa de
novembro de l935) justamente por Aluisio
Moura... Quanto ao deputado(estadual) Benedito
Saldanha era um grande proprietário
de terras, conhecido(e temido) por sua forte
personalidade(sozinho empastelou um jornal
em Natal que o criticara) e nada indica
que era simpatizante do partido comunista.No
entanto ele e os deputados Amâncio
Leite, também de Mossoró,
foram citados em diversos depoimentos como
“ comunistas”, assim como o
deputado Raimundo Ferreira de Macedo, o
que levou o procurador da república,
no inicio de l937, solicitar a assembléia
legislativa a concessão da licença
para processá-los e prendê-los.(
A assembléia se reune e depois de
longas polêmicas, procedeu-se a votação.
Negou-se, por ampla maioria, o pedido de
concessão de licença para
processar o deputado Raimundo Ferreira de
Macedo - amigo de Mário Câmara,
havia sido nomeado por este 2o.promotor
público de Natal no dia 29 de janeiro
de 1935 - e quanto aos outros dois houve
um empate, cabendo o chamado “voto
de minerva”ao presidente da assembléia,
Monsenhor João da Mata, do Partido
Popular, que votou em favor da concessão
da licença . E assim os dois deputados
foram presos e processados. Posteriormente
quando Julgados , foram absolvidos.)
Alias um possível
levante armado já havia sido noticiado
pela imprensa de Natal. No inicio de julho
de l935, o jornal “A República”
traz o seguinte informe: “O governo
do Estado, em face das noticias circulantes
nesses últimos dias a respeito dos
preparativos de um movimento sedicioso no
Estado, torna público que está
devidamente aparelhado, já com elementos
próprios, e com a cooperação
da força federal, para manter a ordem
em qualquer emergência com garantias
plenas a toda população. Já
sendo conhecidos todos aqueles que poderão
estar empenhados nesse movimento, o governo
não os deixará fugir a responsabilidade
criminal por qualquer atentado ou tentativa
de pertubação da ordem pública
que se verifiquem”
A morte de Manoel Torquato
e a prisão de Miguel Moreira e mais
ainda a repressão que se segue a
derrota da insurreição em
Natal, significaram o fim da guerrilha.
Notas
37 - Nos
autos dos processos do Tribunal de Segurança
Nacional relativos a guerrilha não
constam dados precisos a respeito do número
de componentes. Esse número(aproximado)
constam de alguns(poucos) documentos aprendidos.
E como a guerrilha durou mais de um ano,
certamente esse numero variava, conforme
as circunstâncias. De inicio, segundo
o próprio Miguel Moreira em depoimento
à policia, de inicio contavam com
cerca de 50 homens e esse numero teria crescido
até pouco mais de 200 em seu auge.
Com a repressão após a derrota
da insurreição do 21 BC em
Natal em novembro de 1935, o numero diminuiu
significativamente.