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Foto: Teotônio Roque

MEIO AMBIENTE

"Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações."

Artigo 225. Constituição da República Federativa do Brasil

SUGESTÃO

Esta atividade pode ser desenvolvida, por exemplo, nas disciplinas de Arte, Ciências Naturais e Educação Física.

Essa oficina tem como objetivos :

  • Discutir a relação do ser humano com o meio em que vive;
  • Refletir sobre os atuais interesses dos países, grupos ecológicos e sociedade organizada, a respeito do problema ambiental;
  • Analisar a importância da preservação ambiental, com base na realidade brasileira e em toda América Latina, no sentido de preservar primordialmente a vida;
  • Apontar ações para contribuir, individualmente e em grupos, para a mudança de mentalidade e da realidade, enfatizando a importância da Educação Ambiental neste processo.

1º Momento: O planeta doente

Sugere-se montar um painel com fotos de revista e jornais previamente selecionadas, sobre situações de devastação ambiental e de violação da vida e pedir que cada participante escolha a foto que mais lhe tenha impactado para posterior apresentação em plenário.

2º Momento: O meio ambiente nos dias atuais

É hora de TROCAR IDÉIAS, para isto sugere-se:

  • Estimular os participantes a apresentar, em plenário, os seus desenhos ou as fotos selecionadas, explicando o significado da escolha e incentivá-los a trocar idéias sobre o conteúdo do vídeo ou das fotos.
  • Formar pequenos grupos e distribuir a cada um textos diferentes sobre o Meio Ambiente e a necessidade de sua preservação.
  • Incentivar os grupos, com base na leitura, a discutirem as seguintes perguntas: Que relações podemos fazer entre a preservação do Meio Ambiente e o direito à vida? De que forma os seres humanos se relacionam com o seu ambiente? Cite exemplo de diferentes tipos de relação. Como a sociedade tem se organizado a respeito da questão ambiental? O que significa falar sobre preservação do ambiente numa realidade social como a brasileira?
  • Solicitar que cada grupo elabore uma síntese da discussão, registrando-a em papel pardo para depois apresentar ao plenário.

3º Momento: O direito a um meio ambiente saudável na nossa sociedade

Aqui, o momento é de APROFUNDAR a discussão, sugerindo-se assim:

  • Incentivar cada grupo a apresentar os principais pontos abordados na síntese realizada na etapa anterior, abrindo, em seguida, para um novo debate mais amplo e rico de idéias.
  • Para fechar este ciclo de debates, ler a Carta da Terra. O próprio coordenador ou qualquer outro participante pode fazer esta leitura.

4º Momento: Um meio ambiente saudável: Nosso compromisso!

É momento de firmar COMPROMISSOS. Pequenas ações, sugeridas pelo próprio coordenador, podem ter grandes efeitos. Veja alguns exemplos:

- privilegiar o uso de papel reciclado;

- promover coleta de lixo seletiva;

- promover o reaproveitamento do lixo;

- poupar energia elétrica;

- poupar consumo de água;

- plantar árvores;

- divulgar as idéias e a educação ambiental;

- buscar informação sobre os grupos que trabalham com a preservação ambiental e auxiliá-los nessa tarefa;

- respeitar todas as formas de vida do planeta, promovendo campanhas ou envolvendo-se nelas.

Assim sendo, é importante:

a) Apresentar esta ou qualquer outra lista, contendo alternativas de ações concretas, visando à preservação do meio ambiente.

b) Incentivar cada participante a escolher pelo menos uma ou duas das sugestões e afirmar perante o grupo o seu compromisso em realizá-las.

TEXTO

A CARTA DA TERRA

Preâmbulo

Nós somos a Terra, os povos, as plantas e animais, gotas e oceanos, a respiração da floresta e o fluxo do mar. Nós honramos a Terra, como lar de todos os seres viventes. Nós estimamos a Terra, pela sua beleza e diversidade de vida. Nós louvamos a Terra, pela sua capacidade de regeneração, sendo a base de toda a vida. Nós reconhecemos a especial posição dos povos indígenas da Terra, seus territórios e seus costumes, e sua singular afinidade com a Terra. Nós reconhecemos que o sofrimento humano, pobreza e degradação da Terra são causados pela desigualdade do poder. Nós aderimos a uma responsabilidade compartilhada de proteger e restaurar a Terra para permitir o uso sábio e equitativo dos recursos naturais, assim como realizar o equilíbrio ecológico e novos valores sociais, econômicos e espirituais. Em nossa inteira diversidade somos unidade. Nosso lar comum está crescentemente ameaçado. Assim sendo em consideração sobretudo às necessidades especiais das mulheres, povos indígenas, do sul, dos diferentemente capacitados e de todos aqueles que se encontram em situação de desfavorecimento, comprometemo-nos a:

Princípios

1. Nós concordamos em respeitar, favorecer, proteger e restaurar os ecossistemas da Terra para assegurar a diversidade biológica e cultural.

2. Nós reconhecemos nossa diversidade e nossa afinidade comuns. Nós respeitamos todas as culturas, afirmamos os direitos de todos os povos à satisfação das necessidades ambientais básicas.

3. A pobreza afeta todos nós. Nós concordamos em alterar os estilos não sustentáveis de produção e consumo para assegurar a erradicação da pobreza e da exploração da Terra. Reconhecemos historicamente que o débito e os fluxos financeiros do Sul para o Norte, assim como a opulência e a corrupção, são suas causas primárias.

4. Nós devemos enfatizar e aperfeiçoar nossa capacidade endógena para criação de tecnologia e para o desenvolvimento. Os esforços para erradicar a pobreza não constituem um mandato para a degradação do meio ambiente, como também os esforços para preservar e restaurar não deverão ignorar as necessidades humanas básicas.

5. Nós reconhecemos que as fronteiras nacionais não coincidem com a realidade ecológica da Terra. A soberania nacional não significa a exoneração da responsabilidade coletiva de preservar e restaurar os ecossistemas da Terra. As práticas comerciais e corporações transnacionais não deverão causar degradação ambiental e deverão ser controladas visando a justiça social, o comércio equitativo e ecossolidário.

6. Nós rejeitamos o militarismo e o uso de pressões econômicas como meio de resolução de conflitos. Comprometemo-nos a perseguir a paz genuína, que não significa meramente abster-se da guerra, mas inclui a erradicação da pobreza, a promoção da justiça social e do bem-estar econômico, espiritual, cultural e ecológico.

7. Nós concordamos em garantir que os processos de decisão e seus critérios sejam claramente definidos, transparentes, explícitos, acessíveis e equitativos. Aqueles cujas atividades possam afetar o meio ambiente devem provar primeiro que não causarão prejuízos. Aqueles que provavelmente sejam afetados, particularmente as populações do Sul, e aqueles que estão subjugados dentro dos estados, devem ter acesso livre a informações e efetivamente participar dos processos decisórios.

8. Estados, institutos, corporações e povos, que degradam desigualmente o meio ambiente, causando impactos que são sentidos igualmente por toda a Terra, devem responder pelos prejuízos desta degradação proporcionalmente. Embora todos sejamos responsáveis em melhorar a qualidade ambiental, aqueles que se apropriaram e consumiram a maioria dos recursos da Terra ou aqueles que continuam a fazê-lo devem cessar tal apropriação indébita ou reduzir os níveis de consumo, devendo suportar os custos de restauração e preservação através dos recursos financeiros e tecnológicos de que dispõem.

9. As mulheres constituem a maioria da população da Terra. Elas são uma força poderosa para a transformação. Elas contribuem para a maioria dos esforços para se alcançar o bem-estar. Homens e mulheres concordam que o status das mulheres nos processos de decisão deve refletir equitativamente sua contribuição. Nós devemos substituir uma sociedade dominada por homens por uma que reflita, mais acuradamente, o valor das contribuições de homens e mulheres na promoção do bem-estar humano e ecológico.

10. Nós chegamos a um tal grau de ameaça à biosfera que sustenta toda a vida na Terra, a uma tal velocidade, magnitude e escala, que nossa inação seria negligência.

Plano de ação para a carta da Terra

1. Comprometemo-nos a adotar o espírito e os princípios da Carta da Terra a nível individual e através das ações de nossas Organizações não governamentais.

2. Nós utilizaremos os mecanismos existentes e/ou criaremos uma Rede Internacional de Informações entre os signatários, para divulgar a Carta da Terra e as conquistas de seus princípios aos níveis local, nacional e global.

3. A Carta da Terra será traduzida para todas as línguas do planeta.

4. Comprometeremo-nos com o OBJETIVO 1995 propondo que as Nações Unidas, ao completar seus 50 anos, adote esta Carta da Terra.

5. ONGs do mundo inteiro iniciarão uma campanha associada chamada NÓS SOMOS A TERRA, até 1995, pela adoção da Carta da Terra.

6. Toda organização individual, corporação e Estado deverá dedicar um percentual de seu orçamento operacional e de seus lucros como um Percentual da Terra, dedicado à proteção, restauração e manejo dos ecossistemas globais e para a promoção do desenvolvimento equitativo.

7. Nós conclamamos por um segundo Fórum Global em 1999, para avaliar e reafirmar nossos compromissos com os vínculos estabelecidos, com as realizações e os objetivos pretendidos no Fórum Global de 1992."

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