DIREITO
À LIBERDADE
(artigos
4, 18, 19 e 20 da Declaração Universal dos Direitos Humanos)
"Constituem
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I-
construir uma sociedade livre, justa e solidária"
Constituição
da República Federativa do Brasil, artigo 3º
1ª SUGESTÃO
Esta atividade pode ser
desenvolvida, por exemplo, na disciplina de História.
Não se pode
desenvolver um grande amor à liberdade dos homens e ao respeito pelos
seus direitos sem o contágio e a inspiração das personalidades que
abriram e continuam abrindo as fronteiras da libertação. Assim,
sugere-se uma pesquisa sobre a vida e testemunho de alguns dos
primeiros lutadores pelos direitos humanos no Brasil, em especial os
defensores dos direitos dos negros: Luís Gama, José do Patrocínio,
Joaquim Nabuco, André Rebouças, Antônio Bento, Zumbi.
Essas figuras foram
essenciais para a formação de uma mentalidade de respeito aos
direitos fundamentais de todos os homens, sem distinção de cor e com
a valorização da liberdade individual. Esse novo pensamento
significou seguramente uma grande conquista para a sociedade
brasileira.
Vale lembrar, porém,
que a libertação dos negros, no Brasil, foi fruto de uma rede mais
complexa de fatos, à época. Mesmo a luta de alguns desses
personagens foi fruto de conjunturas internacionais e nacionais. O
trabalho livre, uma figura que surgiu com a Revolução Industrial,
passava a ser mais econômico que a manutenção dos escravos, que,
uma vez libertos, ficaram, em sua maioria, entregues à própria
sorte. Por outro lado a Inglaterra, da qual o Brasil era dependente
economicamente, efetuava uma grande pressão abolicionista, até em
função do próprio trabalho livre. Ainda no tempo do Brasil
colonial, o tráfico direto entre Brasil e África já colocava em
crise o sistema mercantilista, uma vez que ignorada a intermediação
lusitana, Portugal deixava de obter lucros com tal comércio.
2ª SUGESTÃO
Esta atividade pode ser
desenvolvida, por exemplo, nas disciplinas de Língua Portuguesa e
Arte.
Outro trabalho pode ser
a coleta de informações veiculadas na imprensa que indiquem sinais
de fraternidade e sinais de ruptura, sinais de liberdade e sinais de
opressão, atos de respeito ou de repúdio à dignidade humana.
Propõe-se atividade
focada em um fato nacional que afete os interesses e as ideologias
dominantes, representados pelos diversos jornais e revistas, cujos
textos devem ser recortados e afixados em um mural. A seguir, explicar
a manchete, os subtítulos e chamadas, a localização e extensão da
notícia, seu conteúdo e as fotos correlatas. Atentar para as
eventuais discrepâncias na apresentação da informação, elencando
os desvios que possam ser detectados:
- Apresentação
parcial de uma verdade;
- Sensacionalismo;
- Omissão, mistura de
fatos e juízos de valor;
- Manipulação do
passado;
- Vazios sugestivos,
boatos sem base, enganos;
- Exemplos
insuficientes;
- Generalização de
fatos parciais;
- Uso das emoções
irracionais;
- Desvio da atenção
pública para algo irrelevante, etc.
Interessante refletir
sobre a situação que vivemos em nosso país quanto à liberdade de
opinião e o direito de receber informação e difundi-la. Todos os
grupos da nossa sociedade, com o seu pensamento, suas necessidades e
seus interesses estão representados na grande imprensa diária?
3ª SUGESTÃO
Esta atividade pode ser
desenvolvida, por exemplo, nas disciplinas de Língua Portuguesa,
Arte, Geografia e Língua Estrangeira (utilizando-se textos de
propagandas veiculadas em inglês).
A dinâmica seguinte
procura evidenciar as necessidades artificiais criadas pela propaganda
e detectar quais são as necessidades reais verdadeiramente sentidas
pelo povo.
"Não
Beba Coca-Cola. Precisamos de água potável!"
"Não Venha para
o mundo de Marlboro. Queremos trabalho para todos!"
b)
Trazer propagandas e pintá-las com pincel atômico, para que os
alunos pensem nas modificações que eles próprios poderiam
efetuar:
"Não Viaje a
Miami. Conheça o seu país!"
c)
Analisar as propagandas que mais conhecemos e ouvimos. Para dar esse
passo, é preciso que se dividam em pequenos grupos. Que
modificações faríamos nesses anúncios para que passassem a
expressar realmente nossas necessidades e as do nosso povo?
d) Realizar
uma reflexão baseada na relação que vêem entre as liberdades
humanas e o problema da propaganda.
Como experiência de
interiorização segue um exercício de meditação em que cada um
deverá perceber por si mesmo a abrangência de sua própria
liberdade.
a) "Existo no
meio dos outros". Este fato se constitui em um pressuposto para
o qual talvez possa bastar um olhar de conjunto.
b) "Pelos outros
e através dos outros". Não dei a mim mesmo a existência.
Minha vida provém dos meus pais... dos meus antepassados... Minha
sobrevivência depende de inúmeros serviços prestados por outros:
roupas, moradia, alimentação. Os meus conhecimentos... quantos
deles são provenientes de mim mesmo? Minha própria estrutura
pessoal depende do reconhecimento e aceitação por parte dos
outros, mas também do conselho, da crítica e da resistência que
eles me oferecem. Foi assim que ela se desenvolveu... A
introspecção capta esta totalidade da pessoa, na qual confluíram
tantas coisas da vida dos demais... Por outro lado, o influxo
constante do comportamento dos demais, a atmosfera que eles criam e
que facilita ou dificulta a minha própria vida...
c) "Aos
outros". Minha vida está, além disso, orientada para os
outros... E, sobretudo, neles é que se realiza... Vivem os outros
através de mim? Não vivo como uma árvore, que unicamente se
desenvolve em virtude do ambiente que a rodeia; mais que isso, sou
como uma ponte, que está aí pronta para os outros e à
disposição dos outros. E quem são os outros?... Trato de captar
na minha vida esse "para os outros".
d) "Nos
outros". Estou naqueles que pensam em mim, que me afirmam, que
me levam dentro de si e que me amam; naqueles aos quais minha morte
significaria privar-lhes de algo, nos quais existo... Tento
contemplar este fato... Minha vida não se circunscreve à minha
própria pele. Estou atravessado, penetrado pela vida dos outros e,
ao mesmo tempo, vivo neles.
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