IDOSOS
Art.
229. "Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos
menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais
na velhice, carência ou enfermidade"
Art.
230. "A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar
as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade,
defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à
vida."
Constituição
da República Federativa do Brasil
SUGESTÃO
Esta atividade pode ser
desenvolvida, por exemplo, nas disciplinas de Educação Física e
Ciências Naturais.
1. Investigar em
grupos:
- O professor
introduzirá brevemente o tema, perguntando aos alunos se
acreditam que na sociedade contemporânea, em geral, e em sua
própria comunidade, em particular, aconteçam atitudes de
rejeição ou menosprezo às pessoas de idade avançada. As
opiniões provavelmente diferirão; alguns opinarão que sim,
outros que não, e muitos talvez não estejam seguros ou não
tenham considerado antes o problema.
- A partir desta
primeira aproximação do tema, convidará os jovens para que
realizem uma pequena investigação em seu ambiente direto a fim
de reunir mais elementos de julgamento. Em pequenos grupos de dois
ou três, os estudantes entrevistarão diferentes pessoas idosas
de sua comunidade, começando pelos de sua própria família.
Também falarão com pessoas de distintas classes, ocupações e
situação econômica. Será importante que entrevistem idosos que
vivem com membros de sua família e outros que vivem sozinhos.
Para não esquecer de
nenhum grupo, se for possível um ou dois grupos de jovens visitarão
um lar ou asilo de idosos para entrevistar alguns deles que aceitem
colaborar com a investigação.
Perguntas para
orientação:
As seguintes perguntas
são somente uma sugestão. O professor considerará se elas são
apropriadas para sua comunidade ou se é necessário modificá-las.
- Alguma vez você
sentiu algum tipo de rejeição ou menosprezo por parte de pessoas
mais jovens?
- Se isso ocorreu,
quando e como se manifestou essa atitude?
- Que opinião tem a
respeito?
2. Ler, analisar e
compartilhar:
Um Novo
Mal: Detestar Anciãos
"(...)Ocasionalmente
tive contato com esta doença quando era médico jovem e tratava um
paciente afetado temporariamente por alguma doença comum. Os parentes
perguntavam inquietos sobre a saúde do paciente e logo admitiam sua
preocupação pela 'responsabilidade' de dar-lhe cuidados prolongados.
Hoje a sociedade
orientada para a juventude proporciona um cultivo fértil para esta
enfermidade, levando a uma situação onde as pessoas de idade madura
quase sintam vergonha de sua idade e os anciãos sintam-se culpados de
sua mera existência. Há uns poucos anos houve um surto de
gerontofobia em Kalk Bay, devido ao uso de vários hotéis como
residência de anciãos. Os aterrorizados gerontofóbicos assinaram
pedidos, escreveram aos jornais e inclusive trataram de comprometer em
seu delírio o representante local do Parlamento, queixando-se que os
anciãos eram um perigo para as crianças, provocavam uma queda no
valor da propriedade e uma diminuição do turismo.
Se somente pensarmos no
insulto escondido sob 'cumprimentos' tais como 'Você parece anos mais
jovem' ou 'não demonstra sua idade' , vemos que por detrás destas
expressões existe uma suposição inconsciente de que a idade deve
ser evitada e que possuir a juventude é por si mesmo um valor
positivo. Como o racismo e o sexismo, significa separar um grupo
especial do resto da raça humana para discriminá-lo de alguma forma.
(...) Na última
década, a profissão médica tem agravado a ironia, acrescentado anos
à vida sem assegurar que se acrescente vida aos anos. Em outras
palavras, a medicina moderna tem aumentado a sobrevivência do corpo
humano, mas tem dado pouca atenção ao crescimento da correspondente
utilidade. E não é só questão de se manter ativo. Alguns anciãos
têm sido reduzidos a viver de rendas tão exíguas que são forçados
a conseguir um trabalho extra ou morrer de fome. Entretanto, qual
empresário leva em conta os aposentados quando está contratando
alguém?
Provavelmente, de todos
os males que produz a fobia pelo envelhecimento, o mais destrutivo
socialmente é o amontoamento das pessoas por idade. Os jovens
casados, nos subúrbios repletos de supermercados e colégios; os de
idade média, nas zonas populosas ou com casa na praia, e os velhos na
aldeia do "pôr do sol" ou qualquer que seja o eufemismo do
momento para a ante sala do crematório.
Um dos mais constantes
lutadores da África do Sul por um trato mais justo para a velhice, um
oficial da reserva que escreveu milhares de cartas com a esperança de
despertar um pouco de humanidade, renunciou à sua tarefa no ano
passado. Sua mais amarga constatação foi saber que gastamos
anualmente 600 milhões de libras em licor, mas nos negamos a ajudar
na campanha para dar aos anciãos um centavo mais ao mês. A fobia
pela velhice está inscrita na linguagem. praticamos todo tipo de
ginásticas verbais para evitar descrever alguém simplesmente como
velho; o "aposentado" e a "idade dourada" são
títulos que damos às pessoas que tem cometido o pecado de viver
além de certo limite permitido.(...)"
3. Discutir o texto à
luz das entrevistas realizadas anteriormente. Também pode ser útil o
texto apresentado no Capítulo Discriminação Racial.
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