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Recife, 28 de fevereiro de 1989.

Prezado Ronildo,
A propósito da carta que lhe foi endereçada pelo Dr. Luiz Siqueira, publicada na edição do dia 27 de fevereiro último, a título de réplica às minhas declarações divulgadas pelo mesmo órgão, sinto-me no dever de oferecer a presente tréplica, a bem da verdade.

Não fosse meu compromisso com a história política de Pernambuco, sobretudo do período de eclipse da liberdade, não alimentaria essa polêmica. Tratando-se, porém, de fatos de dimensão histórica, torna-se imperioso o absoluto respeito à fidelidade, a verdade.

Afirmei que o Dr. Luiz Siqueira reconhecera na polícia a acusada Lylia de Silva Guedes, confirmando na Justiça Militar "que a casa de Maria Farinha era utilizada para desenvolver atividades do PCBR".
Com efeito. Envio-lhe, em anexo, fotocópias das declarações do depoente, prestadas no dia 24.02.71, perante o Bel. José de Oliveira Silvestre então titular do famigerado D.O.P.S., as folhas 50 do processo n° 30/71, instaurado contra Mario Miranda de Albuquerque e outros. Valho-me, ainda, do meu arquivo, para lhe remeter, também outra fotocópia do depoimento prestado pelo dr. Siqueira na Justiça Militar, no dia 23.08.71, perante o Auditor Dr. Antonio Carlos Seixas Teles e o promotor Othon Fialho de Oliveira, em que o mesmo confirma suas declarações a polícia e reafirma reconhecer a acusada Lylia da Silva Guedes "como pessoa que freqüentava a casa de Maria Farinha, contígua a sua (dele depoente).

E o mesmo Dr. Siqueira naquela oportunidade, conforme consta ipsis litéris do seu depoimento, esclareceu

que "ao prestar declarações na Secretária de Segurança, dada a proximidade dos fatos, identificou outros acusados como também freqüentadores do aparelho de Maria Farinha; "que o depoente informou, ainda, saber que a citada casa era utilizada para desenvolver atividades do PCBR- Partido Comunista Brasileiro Revolucionário.

Caro Ronildo, quem pode provar, com documentos irrefutáveis, as declarações que faz, não necessita do conselho do Dr. Siqueira.

Basta ter os documentos que tenho, recorrendo ao arquivo que a exemplo do que o escritor Conde tinha sobre fatos da literatura Brasileira classificado como implacável, para se restaurar a verdade sobre um tempo em que pessoas, eram solícitas e prestimosas perante os órgãos de repressão política, para incriminar os inimigos do regime totalitário então vigente.

Acredito, até que o Dr. Siqueira esteja hoje, arrependido do que disse a Polícia e a Justiça Militar, porque dificilmente poderá justificar-se perante sua consciência e perante a Historia, está sim, é implacável.
Um abraço

Carta publicada como consequencia da entrevista concedida por Mércia cujo o conjuto denomina-se "Memória Hoje".



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