DECLARAÇÃO
Eu,
Mércia Albuquerque Ferreira, brasileira, casada, advogada, residente
e domiciliada na cidade do Recife, Capital do Estado de Pernambuco,
onde tem endereço na Rua Sete de Setembro, 197, aptº 52, no bairro
da Boa Vista, inscrição no CIC/MF sob o n.º 006.227.454-68, DECRARO
que o conheço JONAS CELSO MAIA BRITO, brasileiro, engenheiro agrônomo,
há muitos anos, tendo sido sua advogada constituída, quando indiciado
no processo de cassação – Decreto n.º 477/69 – sendo o resultado
para todo os indiciados neste Decreto, cassação por três (03)
anos.
Posteriormente,
eu o escondi em minha residência, para evitar que fosse ele massacrado
por agentes da Delegacia de Ordem Política e Social – DOPS.
Em
1974, foi preso por agentes do DOPS, na Fazenda Cacimba de Dentro,
sita no Município de Pesqueira, de sua propriedade. Nesta ocasião
foi desnudado e levado por vários lugares, sofrendo torturas físicas
e mentais.
Após
isso. Foi solto e abandonado em via pública, totalmente despido
com o corpo em chagas. Aliás, essa mania de nudismo era uma prática
comum na Polícia, partidora de Adão e Eva no Paraíso (Eden), ou
de alguma doença mental que até hoje preciso pesquisar para enquadrar
tal conduta.
Tive
a oportunidade de observar o corpo de Jonas vilipendiado pelas
torturas, e, até hoje, quando me encontra chora bastante, apresentando
uma conduta perturbada, resultante de todo este quadro de injustiças
e ultraje à vida humana.
Recife,
13 do novembro do 2002.
Mércia
Albuquerque Ferreira
OAB n.º 2079-PE
Recife,
31 de outubro de 2003
Dra.
Mércia,
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