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10 de JUNHO de 1979

Anotações Inéditas de Mércia Albuquerque

10 junho de 1979 (Tudo referente a Paulo Pontes e família)


A mãe de Paulo Pontes me contou que morava no edifício São José no bairro São José, quando começaram as perseguições.
Paulo desapareceu. À noite muito tarde foi despertado por uma filha que dizia, estarem batendo na porta, todos se levantaram com exceção de uma filha que não teve condição porque estava muito nervosa. Depois o zelador do prédio avisou que era polícia, e o apartamento foi invadido por vários homens que queriam Paulo. A velha respondia que não sabia, e finalmente mandou que corressem à casa. Ao que recusaram e se retiraram. Voltaram no dia seguinte para saber o que fazia o pai de Paulo e a mãe saindo todos os dias às três horas da manhã. Ao que respondeu que ia para a CARE?. Então começaram a pedir retrato de Paulo, ela negou possuir mas à noite já havia retirado todos de casa escondido em casa de parentes. Enfim disse a velha: "Não sei onde está, se soubesse não diria, pois prefiro morrer do que delatar o meu filho. Nessa altura, Paulo e Lourdinha já haviam se escondido em Natal. Então começaram a aparecer pessoas se passando por amigos de Paulo, a fim de descobrirem o paradeiro dele, até que uma mulher descobriu que ele estava em Natal, tendo Paulo e Lourdinha pressentido a tempo e fugiram para o Recife e depois para Lajeado. Prisão de Paulo, todos em casa sabiam e escondiam dela até que ela vendo televisão ver a relação dos presos que seriam trocados, não sendo permitido a saída de Paulo Pontes e Theodomiro Romero, porque ainda estavam na fase do inquérito, ela sentiu um choque tremendo, e mais tarde uma intensa revolta quando descobriu que haviam escondido dela a verdade, coisa que não perdoa. Enquanto ela me contava essas amarguras, Paulo não interrompeu-a mas ficou profundamente perturbado. As amigas das irmãs de Paulo eram seguidas, e prejudicadas no emprego e nas escolas, todos os familiares seguidos.

Passei hoje todo o dia aperreando o doutor Bolívar pelo alvará de soltura de Paulo Pontes- doutor Bolívar cuidou de preparar com o doutor Theodulo. Saí da auditoria às 19 horas e 30 minutos. Viajei ela Transbrasil vôo 503, com o alvará de soltura de Paulo Pontes. Entrei em entendimento com a colega Romelda Nobla que acionou o escrivão Glicerio, depois fui falar com o auditor Dr. Arnaldo, excelente pessoa. Às 17h10min. Paulo saía, acompanhei-o e permaneci com ele, Tereza e André até viajar. Recebeu um número imenso de visitas. Concedida a prescrição a José Maurílio da Cruz.

 

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