26.04.1974
Anotações
Inéditas de Mércia Albuquerque
Hoje,
julgamento de José de Anchieta Jácome; como sempre, não tomei café e
de repente assumi como sempre assumo a maternidade do Anchieta; era como
se Aradin fosse a julgamento.
Dada
a palavra, fiz ver ao Conselho, se o governo atual não aceitasse críticas
não teria permitido a legalização do MDB.
Tentei
impedir, por meios coercivos, o direito à crítica é negar o único
instrumento responsável por todo o progresso da humanidade.
Questionando os dogmas religiosos, filosóficos, artísticos e científicos
foi que a França marcou a sua presença imortal na história do
conhecimento humano apropriadamente chamada época do iluminismo. É
como no dizer de Spencer: “Do choque de idéias antagônicas é que
nasce o progresso”.
O
Conselho resolveu absolvê-los, fiquei sem coragem de almoçar e como
sempre passei todo o dia angustiada.
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