Quixada,
18 de outubro de 1974
Cara
Dra. Mércia,
Graças a Deus
fizemos uma boa viagem. Estamos agora aguardando o pronunciamento da
Justiça.
Aliás
queria mais uma vez pedir-lhe, Dra. Mércia, para, com suas boas
amizades, interferir afim de que o processo referente aos meus filhos
seja arquivado. Todos dizem que são mínimas as suas implicações. Por
que então um processo moroso, com audiências para assistir, etc.,
etc.?
A
senhora falou para o Fonseca que iria fazer o possível para tirar a
Fatinha do processo de Alagoas; seria um grande favor que me faria. Ela
está com muita vontade de arranjar um emprego para prover a subsistência
sua e do filhinho e a senhora sabe como um processo tudo dificulta.
Sei
que a senhora tem despendido tempo e não faria absolutamente questão
de dar-lhe uma gratificação, embora não vá corresponder ao que a
senhora merece. Mas para pagar os subsídios de advogada, não temos
condições, dado o acúmulo de despesas com que estamos
sobrecarregados. Espero que a senhora compreenda, veja o sofrimento que
temos passado de longa data e bondosa como é, procure dar-nos uma ajuda
nesse sentido.
Já
foram arquivados dois processos aqui no Ceará.
Não
é, pois, tão difícil que meus filhos fossem contemplados ou
beneficiados da mesma maneira.
Não
esqueci a renda que me falou. Logo que tenha um portador providenciarei.
Estive com o Naldir e dei-lhe suas lembranças. Ele está bem disposto e
o Fonseca também. Sim, falando em meus filhos, quero incluir também
Iracema e o esposo da Fatinha.
Seguem
os retratos. Desculpe se atrasei um pouco. É tanta coisa, que a gente
termina caindo em falta.
Espero
que cheguem a tempo.
Recomendações
para o Sr. Seu esposo e beijos para Aradim.
Ao
seu inteiro dispor, fica a
Maria
Rocilda.
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