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8. Representantes eleitos e a defesa dos direitos humanos: As autoridades do estado não são imunes à violência

 

Como no Brasil não há uma comissão nacional de direitos humanos independente, foram criadas diversas comissões vinculadas ao poder legislativo, no âmbito municipal, estadual e federal, no decorrer dos últimos dez anos. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados—a quem devemos muito pela ajuda na pesquisa para execução deste relatório—criada em 1995, tem servido para preencher a lacuna de uma comissão independente a nível federal. As comissões de direitos humanos nas assembléias legislativas de estados e municípios têm tido um papel importante na promoção e na defesa dos direitos fundamentais a nível local.

 

Devemos enfatizar que estas comissões têm promovido os direitos humanos e investigado e denunciado suas violações com independência e profissionalismo consideráveis. Apesar de pertencerem ao poder legislativo e, por conseguinte, fazerem parte do Estado, as comissões são vistas no Brasil como um elemento complementar da sociedade civil. Infelizmente, como será demonstrado neste capítulo, esta independência e disposição para investigar e denunciar abusos provocam reações daqueles que praticam os abusos.

 

Nos últimos anos, além das comissões de direitos humanos permanentes, os órgãos legislativos brasileiros, no âmbito federal e estadual, estabeleceram diversas comissões parlamentares de inquérito para investigar casos de corrupção, tráfico de drogas e outras áreas que envolvem o crime organizado. Muitos parlamentares têm demonstrado muita coragem no decorrer das investigações. Nos casos a seguir, estes servidores públicos têm enfrentado ameaças a sua integridade física ou mesmo à vida, como resultado da luta pela defesa dos direitos humanos.

 

Ameaças a Naluh Gouveia, deputada estadual, Rio Branco, Acre[1]

 

A deputada estadual Naluh Gouveia testemunhou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o narcotráfico em 10 de junho de 1999, onde forneceu informações sobre o tráfico no Acre. Seu testemunho foi decisivo para trazer à justiça um grupo de traficantes ligados a órgãos de segurança no Estado do Acre. 

 

A Câmara dos Deputados, por meio da CPI, criou uma força-tarefa composta por membros do Ministério Público Federal e do Estado do Acre, Ministério da Justiça, Polícia Federal, Assembléia Legislativa do Estado do Acre, tribunais federais,  da imprensa nacional e acreana e de organizações da sociedade civil. Esta força-tarefa ajudou a identificar pessoas ligadas ao tráfico internacional de drogas e as forças paramilitares comandadas por estes indivíduos, conhecidas como grupos de extermínio e esquadrões da morte.[2] 

 

O trabalho da força-tarefa levou à prisão de mais de 50 supostos traficantes, que foram indiciados, julgados e condenados por tribunais federais. Entre eles estava o deputado federal pelo Estado do Acre e policial militar Hildebrando Pascoal. Hildebrando foi indiciado por comandar um esquadrão da morte que matava e desmembrava as vítimas utilizando serras elétricas. A investigação do caso Hildebrando chamou a atenção da mídia brasileira e internacional.

 

Após testemunhar para a CPI, a deputada Naluh Gouveia passou a receber ameaças de morte. O Serviço de Reserva da Polícia Militar identificou pessoas que planejavam assassiná-la a mando de Hildebrando. Ela começou a receber telefonemas, sempre de telefones públicos, em que diziam que era melhor ela parar de fazer denúncias e que seus filhos seriam assassinados. Foram ao todo seis telefonemas. A polícia federal gravou uma das chamadas feitas pelo próprio Hildebrando, que dizia que ir?????lia matá-la assim que saísse da prisão. Desde então a deputada vive sob proteção policial.

 

 

Ameaças ao deputado Nelson Pellegrino, Salvador, Bahia

 

Em agosto de 1998, Nelson Pellegrino, deputado federal na Bahia pelo Partido dos Trabalhadores, (PT), recebeu uma ameaça de morte em Salvador.[3] Enquanto atuou como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, Pellegrino havia investigado vários incidentes de violações de direitos que envolviam a polícia, esquadrões da morte e o crime organizado. Pellegrino é membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal de Deputados, onde foi presidente da comissão entre março de 2001 e março de 2002.

 

No incidente de agosto de 1998, um homem não identificado forçou uma assessora de Pellegrino sob a mira de um revólver para dentro de um carro, onde dois outros homens armados esperavam. Um deles deu a ela um bilhete, cujas letras haviam sido cortadas de jornais, que dizia: “Vamos encarar?” e “mantenham portas e janelas fechadas” e continha uma foto do deputado Pellegrino. Após haver mostrado a nota à assessora, os homens a soltaram sem nenhuma explicação. Depois deste incidente, o deputado Pellegrino enviou um relatório às autoridades locais e solicitou proteção policial. Tais medidas eram mais que justificáveis: nos dois meses antes de Pellegrino receber a ameaça, assassinos contratados mataram dois vereadores do partido do deputado Pellegrino e uma testemunha baiana que havia testemunhado para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

 

Em resposta a um artigo de jornal[4] sobre a ameaça de morte ao deputado Pellegrino, o também deputado pelo PT Walter Pinheiro solicitou ajuda da Comissão de Direitos Humanos para proteger a vida de Pellegrino.[5] O presidente da comissão, deputado Eraldo Trindade, solicitou por sua vez a intervenção especial do Ministro da Justiça e do ?????lgovernador da Bahia.[6] O deputado Pellegrino não tem recebido mais ameaças atualmente. Entretanto assassinatos políticos de autoridades locais continuam a ocorrer na Bahia e no resto do Brasil.

 

Em 15 de fevereiro de 2002, o Centro de Justiça Global enviou Ofício a Correspondência Oficial JG/RJ no 044/02 ao Dr. César Augusto Borges, Governador da Bahia, solicitando as informações mais recentes sobre o desenrolar do caso.

 

Até o momento da finalização deste relatório, o Centro de Justiça Global não havia recebido resposta.  

 

Ataque e Tentativa de Homicídio contra Yulo Oiticica Pereira, Deputado Estadual, Salvador, Bahia ?????l

 

O Deputado Estadual Yulo Oiticica Pereira, investigava, como Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa da Bahia, a existência e atividades de grupos de extermínio desse estado. No início de 2000, Oiticica começou a receber ameaças por telefone.[7] Um homem anônimo fazia breves ligações nas quais advertia “Vou te pegar”. As ligações foram feitas para o celular do Deputado nos meses de fevereiro a março de 2000 sempre entre as 3:00 e as 5:00 da tarde.

 

No dia 7 de março de 2000, por volta de 10:00 da noite, Oiticica e sua esposa dirigiam dentro do estacionamento São Raimundo em Salvador e presenciaramse presenciou vários policiais do Pelotão No. 1216 da Tropa de Choque agredindo Jéssica Sinai Silva Sousa, funcionária do gabinete de Oiticica na Assembléia Legislativa. [8] ?????l Oiticica testemunhou um dos policiais dar um tapa no rosto de Jéssica, golpe este que a derrubou ao chão. [9] Oiticica tentou intervir, pedindo que os policiais se acalmassem e perguntando sobre o quê ocorrera. Nesse momento, um dos policiais atingiu o braço deo Oiticica com seu cassetete causando uma hematoma. O policial continuou empurrando Oiticica causando outros ferimentos. Oiticica então se identificou como Deputado e Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa da Bahia. Não obstante, Oiticica foi algemado e levado para a delegacia de polícia mais próxima. Somente ao chegar a Delegacia é que dois policiais tomaram ciência da identidade de Oiticica e pediram desculpas pelo incidente.

 

No dia 10 de março de 2000, o Deputado Nilmário Miranda, PT, Secretário Nacional de Direitos Humanos, enviou ofício às autoridades da Bahia denunciando os maus-tratos sofridos por Oiticica nas mãos da polícia. [10] /span>

 

Em 27 de março de 2000, Oiticica encaminhou uma correspondência de treze páginas ao Promotor Chefe da Coordenadoria Criminal do Ministério Público Da Bahia solicitando que os policiais envolvidos no incidente fossem identificados e enquadrados por prática de violência injustificada, prisão ilegal e abuso de autoridade.[11] Essa correspondência foi assinada por mais quatorze deputados companheiros de Oiticica.

 

Em 30 de março de 2000, [12] por volta das 11:00 da noite, Oiticica sofreu uma tentativa de homicídio enquanto levava um de seus assessores para casa. [13] Após deixar uma reunião com o Sindicato dos Metalúrgicos, Oiticica dirigia-se para a casa do assessor pela Avenida Orlando Gomes quando percebeu um carro branco, possivelmente um Gol, emparelhar-se ao seu veículo.?????l Quando ele olhou rapidamente, avistou uma arma apontada em sua direção. Oiticica então ouviu três tiros, perdeu o controle de seu carro, que subiu o meio-fio e encostou em uma cerca.  O carro com o atirador seguiu na direção da Av. Paralela de forma acelerada. Após deixar seu carro, correu para um condomínio residencial da vizinhança chamado Vila Tropical.

 

Logo depois,[14] a Polícia Militar recuperou o carro de Oiticica, um Fiat Palio, e entregou a 12a. Delegacia de Polícia.[15] Os policiais encontraram uma bala calibre trinta e oito alojada na lateral do veículo, assim como os furos que essa e as outras balas deixaram no carro. No entanto, essa evidência não foi suficiente para indiciar alguém. Devido à falta de iluminação nas ruas, Oiticica não pôde identificar seus agressores e, conseqüentemente, não pôde fornecer nomes de nenhum suspeito. 

 

Em ?????l 31 de março de 2000, Oiticica escreveu para Kátia Maria Alves de Souza, Secretária de Segurança Pública do Estado da Bahia, solicitando que a Secretaria examinasse o incidente e tomasse medidas para garantir sua segurança e de sua família. [16] Oiticica também solicitou que a Secretaria de Segurança lhe oferecesse um colete a prova de balas.

 

No dia 15 de fevereiro de 2002, o Centro de Justiça Global enviou ofício JG/RJ No. 069/02 para a Secretária de Segurança Pública do Estado da Bahia solicitando maiores informações sobre os desenvolvimentos recentes dessa questão.

 

Até o momento da finalização deste relatório, o Centro de Justiça Global não havia recebido resposta.

 

Ameaç?????las a Moema Isabel Passos Gramacho, Deputada Estadual, Salvador, Bahia

 

Moema Isabel Passos Gramacho é Deputada Estadual pela Bahia desde 1997, reeleita em 1999 para um novo mandato até 2003. Antes de ser eleita, Moema Gramacho era sindicalista e diretora do Instituto Nacional de Saúde do Trabalhador de 1990 a 1993. Em sua atividade parlamentar na Assembléia Legislativa do Estado da Bahia, Moema Gramacho foi  presidente da Comissão Especial de Combate à Fome em 1997 e 1998 e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia em 1999 e 2001.

 

Durante os dois mandatos em que presidiu a Comissão de Direitos Humanos do Estado da Bahia, Moema Gramacho encaminhou a Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI, sobre o narcotráfico assim como a outros órgãos públicos diversas denúncias sobre o tráfico de drogas, roubo de cargas e grupos de extermínio. Sua atuação como Deputada Estadual auxiliou nas investigações sobre o crime organizado na Bahia. No final de 1999, Moema começou a receber ameaças de morte. Ela acredita que as ameaças eram feitas em decorrência com seu trabalho na Comissão de Direitos Humanos.

 

A primeira ameaça aconteceu em 11 de outubro de 1999, por volta das 4:00 da tarde, numa ligação telefônica para o gabinete da deputada.[17] Moema imediatamente ingressou com uma ação judicial, junto à 10ª Vara Criminal de Salvador, com a intenção de identificar a origem da ligação. No entanto, ela não pôde obter pelas vias jurídicas a identificação do número e a localização do telefone utilizado para fazer a ameaça.

Uma segunda ameaça telefônica ocorreu em 2 de junho de 2000, por volta das 4:15 da tarde. [18] A ligação feita para outro número do gabinete da deputada. No dia 8 de junho de 2000, uma terceira ameaça foi feita para o telefone da residência da deputada. A pessoa disse: “Diga a ela que o dia dela está chegando”.

 

A Deputada Estadual Moema Gramacho enviou ofício para o ?????lPresidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia e para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, relatando essas ameaças e solicitando que medidas fossem tomadas. [19]

As ameaças continuaram.[20] No final do mês de junho de 2000, o zelador do edifício no qual a deputada estava se mudando, Edmilson de Jesus Andrade, avistou um Ford Escort preto circulando o edifício em três ocasiões entre 27 de junho e 30 de junho. Segundo Edmilson Andrade, o carro circulava com quatro homens, um dos quais disse, “vamos embora que ela ainda não está morando aí. O carro dela não está na garagem.”

 

Devido à intensificação das ameaça de morte, no dia 14 de junho de 2000, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados solicitou ao Ministro da Justiça que medidas de segurança fossem tomadas. [21]

 

No dia 12 de julho de 2000, o mesmo automóvel preto apareceu e foi conduzido contra Edmilson Andrade que zelava pela propriedade. [22] Segundo Edmilson, dois homens saíram do carro e o derrubaram perguntando onde se encontrava Moema. Edmilson respondeu que não sabia e um dos homens o atingiu na face. Antes de sair, os homens afirmaram que voltariam para matar a Deputada. Eles também roubaram o telefone celular de Edmilson Andrade.

 

Em resposta a essa última ameaça, no dia 13 de julho de 2000, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados reiterou que o Ministro da Justiça tomasse medidas de segurança.[23] Em resposta, o Departamento de Assuntos Parlamentares do Ministério da Justiça, em 14 de julho de 2000, informou a Comissão que o caso havia sido encaminhado ao Diretor Geral da Polícia Federal para análise e adoção de medidas cabíveis. [24]

 

No dia 14 de agosto de 2000, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados enviou ofício ao Secretário de Segurança Pública e ao Governador do Estado da Bahia[25] solicitando medidas urgentes para garantir a segurança física da Deputada Moema, investigação das denúncias já encaminhadas à Secretaria de Segurança Pública e informações sobre as medidas adotadas para que a Comissão pudesse acompanhar o caso.

 

No dia 11 de março de 2002, o Centro de Justiça Global enviou ofício JG/RJ No. 098/02 para Kátia Maria Alves dos Santos, Secretária de Segurança Pública do Estado da Bahia, solicitando maiores informações sobre o andamento desse caso.

 

Até o da finalização deste relatório, o Centro de Justiça Global não ?????l havia recebido resposta.

 

Ameaças de morte a Cozete Barbosa, ex-Vereadora e atual Vice-Prefeita de Campina Grande, Paraíba

 

Em outubro de 2000, a Vice-Prefeita de Campina Grande, Cozete Barbosa, também Vereadora da cidade, denunciou a tortura sistemática, extorsão e intimidação de presos e familiares na Penitenciaria Regional de Campina Grande—Serrotão.

 

Em testemunho perante a Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI, formada pela Secretaria Estadual de Justiça, Cozete Barbosa apresentou fotos, uma carta, fitas gravadas, uma palmatória e algumas cápsulas de balas. A partir dessas denúncias, Cozete Barbosa tem sofrido várias ameaças de morte através de ligações anônimas feitas para seu gabinete na Prefeitura e para sua residência.

 

Segundo informações do Correio da Paraíba, as ameaças telefônicas repetiam frases do tipo “você esta falando muito. E isso pode ser perigoso; ninguém faz denúncias sobre o presídio e permanece vivo.” [26]

 

O relatório final da CPI confirmou as acusações feitas pela Vereadora, apontando o Tenente Dinamarco Gomes Júnior e o Diretor Disciplinário, Edson Sirney, como responsáveis pelas sessões de tortura.[27] No dia 14 de novembro de 2000, Dinamarco Gomes e Edson Sirney, além de outros membros da Penitenciária de Serrotão foram exonerados de seus cargos pelo Governador José Maranhão. [28]

 

Devido às várias ameaças de morte, que se intensificaram após a revelação do relatório da Comissão, o Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados do Estado da Paraíba, Luiz Couto, enviou oficio à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados solicitando que a Comissão, juntamente com o Ministro da Justiça, garantissem a segurança de Cozete Barbosa. [29]

 

No dia 31 de outubro de 2000, em resposta a esse ofício, o então Ministro da Justiça, José Gregori determinou que a Polícia Federal da Paraíba protegesse Cozete Barbosa. A Polícia Federal ofereceu proteção a Cozete Barbosa entre 1 de novembro a 30 novembro de 2000. [30]

Um inquérito Policial foi aberto em 7 de fevereiro de 2001 levando a denúncia dos seguintes suspeitos: Tenente Dinamérico Gomes Júnior da Polícia Militar e Veidmar Das Neves Campos, Edson Araújo Cirne, Moacir Alves Ramalho e Odon Germando, todos agentes penitenciários. O caso foi enviado para a Segunda?????l Divisão Criminal de Campina Grande, onde estava pendente até o momento da finalização deste relatório. [31]

 

Assassinato de Carlos Gato, Líder Sindical e Vereador da cidade de Boquim, Pedrinhas, Sergipe

 

No dia 22 de setembro de 2001, Carlos Gato, líder sindical e Vereador do município de Boquim, Sergipe, foi assassinado quando visitava a cidade vizinha de Pedrinhas. Carlos Gato, membro do Partido da Social Democracia Brasileira, PSDB, provocara forte ressentimento por parte dos proprietários de terras locais, principalmente por causa da sua campanha pela erradicação do trabalho infantil.

 

Em 25 de setembro de 2001, seu companheiro do PSDB, Sérgio Reis, Deputado Estadu?????lal por Sergipe, enviou à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados Federais solicitação de assistência e investigação no caso de assassinato.[32]  A Comissão, por sua vez, solicitou a participação do Ministério da Justiça, a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe e o Procurador Geral de Justiça do Estado de Sergipe. [33]

 

No dia 14 de fevereiro de 2002, o Centro de Justiça Global enviou ofício JG/RJ No. 053/02 para Gilberto Fernando Goes Passos, Secretário de Segurança Pública do Estado de Sergipe. No dia 15 de fevereiro de 2002, o Centro de Justiça Global enviou ofício JG/RJ No. 052/02 para Moacir Soares da Mota, Procurador Geral de Justiça do Estado de Sergipe. Em ambos ofícios, o Centro de Justiça Global solicitou maiores informações sobre os acontecimentos recentes sobre o caso.

 

Até o momento da finalização deste relatório, o Centro de Justi?????lça Global não havia recebido resposta.




[1] As informações sobre o caso foram obtidas em entrevista da deputada estadual Naluh Gouveia ao Centro de Justiça Global em 15 e 16 de janeiro de 2002, e do relatório enviado pela deputada ao Centro em 21 de fevereiro de 2002.

[2] Relatório da Deputada Estadual Naluh Gouveia, op. cit. 

[3] “Deputado recebe ameaça de morte e pede proteção à Segurança Pública”, A Tarde (Salvador), 11 de agosto de 1998.

[4] Ibid.

[5] Correspondência OficialOfício 112/98GWP do deputado Walter Pinheiro ao deputado Eraldo Trindade, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal de Deputados, 12 de agosto de 1998.

[6] Correspondência OficialOfício 791/98P do deputado Trindade ao Dr. José Renan Vasconcelos Calheiros, Ministro da Justiça, 14 de agosto de 1998; Correspondência OficialOfício 792/98P do deputado Trindade a César Augusto Borges, Governador da Bahia, 14 de agosto de 1998.

[7] Depoimento de Oiticica ao 12o. Delegacia da Polícia Civil Metropolitana, 3 de abril de 2000, p.2.

[8] Correspondência do Deputado Oiticica, assinada por quatorze outros deputados da Bahia para o Promotor Chefe da Coordenadoria Criminal do Ministério Público Da Bahia, 27 de março, 2000, p. 3.

[9] Depoimento de Oiticica ao 18o. Batalhão da Polícia Militar, Salvador, 2 de maio, 2000, p.1.

[10] Ofício No. OPT.SNDH. 012/00 do Deputado Nilmário Miranda para o Cel. Adelson Guimarães de Oliveira, Corregedor de Polícia Militar do Estado da Bahia, 10 de março, 2000; Ofício No. OPT. SNDH. 013/00 do Deputado Nilmário Miranda para Kátia Maria Alves de Souza, Secretária de Segurança Pública do Estado da Bahia, 10 de março, 2000.

[11] Correspondência de Oiticica, op.cit., pp. 12-13.

[12] Os depoimentos de Oiticica aos investigadores são contraditórios quanto ?????la data do incidente. O depoimento de Oiticica para o 18o. Batalhão da Polícia Militar no dia 3 de abril, 2000, citado acima, consta com a data de 31 de março de 2000, enquanto o depoimento de Oiticica para o Gabinete da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia em 31 de março de 2000, consta a data de 30 de março de 2000.

[13] Depoimento de Oiticica, 3 de abril, 2000, op.cit., pp. 1-3.

[14] Como mencionado anteriormente, as datas não estão inteiramente claras.

[15] Depoimento de Oiticica para o Gabinete da Secretária de Segurança Pública,  31 de março, 2000, op.cit., p. 1.

[16] Ofício No. Yo./2000 do Deputado Oiticica para Alves, 31 de março, 2000; e Ofício No. 05/2000 do Deputado Oiticica para Alves, sem data.

[17] Ofício No. 078/00 da Deputada Moema Gramacho para o Deputado Marcos Rolim, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, 12 de junho, 2000.

[18] Ofício No. 078/00; op. cit.

[19] Ibid.

[20] Correspondência sem data da Deputada Estadual Moema Gramacho para o Deputado Federal Nelson Pellegrino, Vice Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, enviada por fax pelo Deputado Pellegrino para a Comissão, 13 de julho, 2000, p. 3.

[21] Ofício No. 448/00-P da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados par ao Ministro da Justiça, José Gregori, 14 de junho, 2000.

[22] Correspondência sem data da Deputada Estadual Moema Gramacho para o Deputado Federal Nelson Pellegrino; op.cit.

[23] Ofício No. 529/00-P do Deputado Marcos Rolim, Presidente da Comissão de Direitos Humanos para o Ministro da Justiça, José Gregori, 13 de julho,  2000.

[24] Ofício No. 790/00 da Sra. Maria do Carmo Porto Oliveira, Diretora do Departamento de Assuntos Parlamentares do Ministério da Justiça para o Deputado Marcos Rolim, 14 de julho, 2000.

[25] Ofício No. 583/2000-P da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados para Kátia Maria Alves dos Santos, Secretária de Segurança Pública do Estado da Bahia, 14 de agosto, 2000; e Ofício No. 584/2000-P da Comissão de Direitos Humanos para César Augusto Rabello Borges, Governador do estado da Bahia, 14 de agosto, 2000.?????l

[26] “Testemunhas confirmam torturas nos presídios de CG – Cozete pede garantia de vida.” Correio da Paraíba, 24 de outubro, 2000. 

[27] Ofício CDH/097/2000 do Deputado Estadual Luiz Couto, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba, para o Secretario de Segurança Pública do Estado da Paraíba, Francisco Galuberto Bezerra, 26 de outubro, 2000.

[28] “Governo afasta envolvidos,” O Norte (João Pessoa), 15 de novembro, 2000.

[29] Ofício CDH 098/2000 do Deputado Estadual Luiz Couto, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado da Paraíba, para o Deputado Federal Marcos Rolim, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, 31 de outubro, 2000.

[30] Ofício 006/2002-NI de Renato Salazar Batista Lima, Chefe do Núcleo da Inteligência da Polícia Federal do Paraíba, para o Centro de Justiça Global, 22 de fevereiro, 2002, em resposta ao Ofício JG/RJ 056/02 do Centro de Justiça Global para o Delegado Nelson Teles Júnior da Polícia Federal em Campina Grande solicitando informações sobre os acontecimentos mais recentes do caso.

[31] Ibid.

[32] Ofício No. 215/2001 do Deputado Sérgio Reis para o Deputado Nelson Pellegrino, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, 25 de setembro, 2001.

[33] Ofício No. 883/2001-P do Deputado Sérgio Reis para o Ministro da Justiça, José Gregori, 26 de setembro, 2001; Ofício No. 882/2001-P do Deputado Sérgio Reis para Dr. João Guilherme Carvalho, Secretário de Segurança Pública do Estado de Sergipe, 26 de setembro, 2001; Ofício No. 881/2001-P do Deputado Sérgio Reis para Dr. Moacir Soares da Motta, Procurador-Geral de Justiça do Estado de Sergipe, 26 de setembro, 2001.

 

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