Emmanuel
Bezerra dos Santos
Militantes políticos assassinado pela
Ditadura Militar
BREVE NOTÍCIA DE EMMANUEL
BEZERRA
Ignácio Magalhães de Sena
(*)
no sol da liberdade raios
fúlgidos. Em Natal, nas praças e soturnamente se falava quase que
aCorria os tumultuosos anos "60". Os astros negros de uma
astrologia maldita, impediam de se veros sussurros, de um mundo sem
injustiças. Nisto estavam de acordo comunistas e cristãos, empenhados
em trazer a Igreja para a terra.
Neste tempo surge em
Natal, vindo das terras de Santo Antão, abade, nosso amigo Emmanuel.
Recém convertido ao messianismo marxista - quantas batalhas tivemos, na
tentativa de conciliar a essência do catolicismo não reacionário, com
uma "práxis libertária". Seus olhos vivos pareciam duas
catitas ao dançarem o "Lago dos Cisnes" e logo começava a
"Dança dos Sabres".
Muitas águas passaram
debaixo da ponte, levando até mesmo a própria ponte. Uma tarde estava
eu (onde morava) numa república da rua Felipe Camarão (Natal) e me
aparece Emmanuel, assustado, me dizendo estar sendo procurado e se eu
poderia deixar ele ficar ali por alguns dias. Deixei. No entanto os
moradores (estudantes) da dita república ficaram com medo (eu também
tinha), porque o genro do dono da pensão era da Aeronáutica e poderia
descobrir. E assim, do meu quartinho miserável, Emmanuel saiu de Natal
para entrar na história e no panteão dos mártires da liberdade. |