Projeto DHnet
Ponto de Cultura
Podcasts
 
 O Comitê RN
 Atividades
 Linha do Tempo
 ABC Reprimidos
 ABC Repressores
 Comissões IPMs
 BNM Digital no RN
 Coleção Repressão
 Coleção Memória
 Mortos Desaparecidos
 Repressão no RN
 Acervos Militantes
 Bibliografia RN
 RN: Nunca Mais
 Áudios
 Videos
 Galerias
 Direitos Humanos
 Desejos Humanos
 Educação EDH
 Cibercidadania
 Memória Histórica
 Arte e Cultura
 Central de Denúncias
 Banco de Dados
 Rede Brasil DH
 Redes Estaduais
 Rede Estadual RN
 Rede Mercosul
 Rede Lusófona
 Rede Cabo Verde
 Rede Guiné-Bissau
 Rede Moçambique

Comitê Estadual pela Verdade, Memória e Justiça RN
Centro de Direitos Humanos e Memória Popular CDHMP
Rua Vigário Bartolomeu, 635 Salas 606 e 607 Centro
CEP 59.025-904 Natal RN
84 3211.5428
enviardados@gmail.com

Envie-nos dados e informações:
DHnet Email Facebook Twitter Skype: direitoshumanos

 

Comissões da Verdade Brasil | Comissões da Verdade Mundo
Comitê de Verdade Estados | Comitê da Verdade RN

Inicial | Reprimidos RN | Mortos Desaparecidos Políticos RN | Repressores RN

Militantes Reprimidos no Rio Grande do Norte
Raimundo Ubirajara de Macedo

Livros e Publicações

No Outono da Memória
O Jornalista Ubirajara Macedo Conta a História da Sua Vida
Nelson Patriota, 2010

15. Viagem inolvidável

Entre outras contradições da minha vida com Doralice, que foi a minha primeira mulher, vivi a de sentir forte atração pelas viagens e não realizá-las. Essa situação só se resolveu quando passei a viver com Lourdinha.

De fato, com Lourdinha qualquer problema parece que diminui de tamanho. As alegrias, em compensação, parecem duplicar! Entre alegrias modestas do cotidiano, e outras mais vibrantes, na companhia dos filhos e netos, mas também dos amigos, distingo as grandes alegrias das viagens, onde nunca me faltou a presença animadora de Lourdinha.

Com Lourdinha fiz viagens maravilhosas que, sem a companhia dela, não teriam assumido a dimensão extraordinária que a memória insiste em destacar, passados tantos anos. Eu poderia enumerar dezenas de viagens que fizemos a praias e serras de todo o Brasil, a cidades e pontos turísticos dos nossos vizinhos hispânicos, ou a vôos mais altos, como quando fomos à Europa e a outros continentes longínquos. Vou lembrar só a viagem em que fomos, na companhia de um grupo alegre e motivado, de uma só vez, à Europa Central, conhecendo Paris, Madri, Lisboa e Roma, e dali fomos até a Turquia – tanto em sua parte ocidental, como na oriental. Mas, apesar da variedade e da beleza da paisagem, que se renova a cada região, o que mais me impressionou foi o culto ao herói nacional Ataturque, criador da nação turca como a conhecemos hoje. O museu de Istambul dedicado a ele é impressionante pela riqueza e variedade de informações. Ainda passamos um dia e uma noite em Ancara, a capital política do país, e logo cedo viajamos para uma região muito bonita chamada Capadócia. Ali vimos coisas interessantíssimas, como, por exemplo, pedras com formatos de frades, camelos, árvores, tudo feito pela mão da natureza.

Encerrada a visita à Turquia, no dia seguinte tomamos um avião que nos levou ao mítico Egito, onde nosso grupo visitou o Vale dos Reis, os sarcófagos dos antigos faraós em Lúxor, a Esfinge de Gizé e o sinuoso Nilo, pai do Egito, conforme o historiador grego Heródoto. Na verdade, foram muitas as coisas que me chamaram a atenção no Egito: as mulheres muçulmanas cobertas dos pés à cabeça, as orações que os muçulmanos faziam sempre olhando na direção de Meca, o burburinho dos mercados populares, verdadeiros “mercados persas!”, as multidões que se acotovelavam nas ruas estreitas e esburacadas do Centro do Cairo, com seu trânsito caótico, sem semáforos, sem faixas de pedestre, sem definição de mão e contramão... E as mesquitas, belíssimas por fora e reverentes por dentro, graças ao fervor religioso que caracteriza o Islã.

Finalmente, fomos até a Grécia continental e, depois, à Grécia insular. Na Grécia continental, conhecemos Atenas, com seus templos dedicados a deuses que se foram, mas que continuam belos e ainda nos fazem sonhar, como vi no Templo de Hefesto e na Acrópole. Depois, embarcamos num navio e fizemos um cruzeiro marítimo pelas ilhas gregas. Visitamos Creta, Santorim, Rodes, Naxos, Míkonos, todas lindas, com seus mitos próprios, suas belezas únicas, suas paisagens maravilhosas cercadas por aquele azul incomparável do Mar Egeu. Em Creta, lembro que ri jovialmente quando um guia nos mostrou o labirinto onde Perseu matou o minotauro... Mostrou também escombros do Palácio do Rei Minos, outro rei mitológico. Mas existe coisa mais maravilhosa do que os mitos gregos?

Encerramos a viagem voltando à Europa Ocidental, onde visitamos as ilhas Baleares, no Mar Mediterrâneo. Fiquei deslumbrado com a beleza da Palma de Maiorca, capital do arquipélago e um dos grandes centros turísticos da Europa.

Esta permanece a viagem da minha vida, embora, antes e depois, eu tenha viajado e conhecido meio mundo e continue fazendo planos para viajar.

Quero ressaltar, porém, que a atração que a viagem exerce sobre mim é menos do turismo paisagístico do que o cultural. Aproveito as viagens para conhecer outros costumes, outros valores e estilos de vida. Naturalmente que isso passa pelas paisagens, mas não começa nem se esgota nelas. Por isso, às vezes me sinto frustrado quando um guia insiste em nos mostrar lugares, monumentos, curiosidades arquitetônicas, quando poderia nos levar a lugares onde a gente pudesse encontrar as pessoas nas suas ocupações diárias. É nessas ocasiões que elas se revelam como são de verdade. Outra opção é visitar seus museus, suas galerias de arte, seus teatros e livrarias, marcadas por um burburinho permanente. Parece que é aí que as pessoas realmente se encontram e comemoram a alegria de viver. Por isso, lamento não ter me demorado mais do que algumas horas em museus como o Louvre, em Paris, o Prado, em Madri, ou o Ermitage, em São Petersburgo, para ficar só nesses três exemplos. Tenho planos de voltar a Paris para dedicar alguns dias ao Louvre. Tenho certeza de que sairei muito mais rico culturalmente do que entrarei. Vou aproveitar para voltar a Berlim, a Florença, a Lisboa e visitar calmamente suas instituições culturais. Com a mesma finalidade: adquirir mais conhecimentos sobre cada um dos povos da União Europeia, porque cada um deles constitui uma cultura à parte.

Paralelamente a isso, quero me demorar em seus cafés e restaurantes, cinemas e teatros, praças e pontos turísticos a fim de ver como o europeu de cada uma dessas cidades se porta no dia-a-dia, como caminha, como encara um estrangeiro, como lê um jornal etc.

Resumindo, para mim é esta a essência do verdadeiro turismo: enriquecer-nos espiritualmente com a vivência do outro, com sua contribuição própria, sua arte, sua imaginação, que fazem do mundo uma aldeia global inesgotável.

^ Subir

< Voltar

Desde 1995 © www.dhnet.org.br Copyleft - Telefones: 055 84 3211.5428 e 9977.8702 WhatsApp
Skype:direitoshumanos Email: enviardados@gmail.com Facebook: DHnetDh
Google
Notícias de Direitos Humanos
Loja DHnet
DHnet 18 anos - 1995-2013
Linha do Tempo
Sistemas Internacionais de Direitos Humanos
Sistema Nacional de Direitos Humanos
Sistemas Estaduais de Direitos Humanos
Sistemas Municipais de Direitos Humanos
História dos Direitos Humanos no Brasil - Projeto DHnet
MNDH
Militantes Brasileiros de Direitos Humanos
Projeto Brasil Nunca Mais
Direito a Memória e a Verdade
Banco de Dados  Base de Dados Direitos Humanos
Tecido Cultural Ponto de Cultura Rio Grande do Norte
1935 Multimídia Memória Histórica Potiguar
Comitês de Educação em Direitos Humanos Estaduais