| Uru 
                                    Eu-Wau-Wau Como 
                                      os demais povos Kawahib, os Jupaú 
                                      e Amondawa estão divididos em grupos 
                                      de parentesco, cada qual com um chefe, organizados 
                                      em duas metades: Mutum e Arara.Antes do contato possuíam grande 
                                      mobilidade espacial, havendo aldeamentos 
                                      fixos em determinadas épocas do ano 
                                      e acampamentos temporários ou tapiris, 
                                      espalhados por toda área de ocupação.
  
                                      As aldeias eram construídas em pequenas 
                                      clareiras abertas na mata. Em suas roças 
                                      plantavam milho, macaxeira, batata doce, 
                                      cará e algodão. Produziam 
                                      a farinha e o cauim de macaxeira. Não 
                                      utilizavam fumo e, conforme os registros, 
                                      um não índio que conviveu 
                                      com eles na década de 40 conseguia 
                                      tabaco com os seringueiros (Costa, 1981).  
                                      Antes do contato habitavam malocas retangulares, 
                                      com tetos de duas águas bastante 
                                      altos, com saídas dos dois lados. 
                                      Atualmente, além das malocas (que 
                                      são minoria), habitam em casas de 
                                      madeira cobertas com telhas de amianto, 
                                      prática esta introduzida pela Funai.Os Jupaú costumam reclamar que essas 
                                      casas são muito quentes, preferindo 
                                      ficar nas malocas durante o dia, nas aldeias 
                                      que ainda as mantêm. Fazem pequenas 
                                      tocaias de palha, para espreitar a caça, 
                                      e se abrigam em tapiris de palha, quando 
                                      estão em longas viagens, no interior 
                                      da terra indígena.
  
                                      Os casamentos são tradicionalmente 
                                      poligâmicos e se dão entre 
                                      as duas metades, de modo que Mutum só 
                                      casa com Arara. Os matrimônios são 
                                      realizados entre primos cruzados: o rapaz 
                                      casa com a filha do irmão da mãe. 
                                      Nos últimos anos, devido à 
                                      escassez de mulheres e à influência 
                                      do contato com os não índios, 
                                      as relações têm se tornado 
                                      monogâmicas, havendo inclusive casos 
                                      de poliandria. Devido à essa solução 
                                      os homens têm ido morar com as mulheres 
                                      ao se casarem.  
                                      Quando a criança nasce, já 
                                      está prometida em casamento. As meninas, 
                                      ao desenvolverem os seios, já possuem 
                                      permissão para namorar. Atualmente, 
                                      por vezes existe resistência em aceitar 
                                      o marido prometido, acarretando conflito 
                                      no grupo familiar.  
                                      As pessoas de ambos grupos têm como 
                                      prática mudar de nomes a cada nascimento 
                                      de um membro da família nuclear. 
                                      Quando nasce um menino, este recebe o nome 
                                      do pai quando era bebê; conforme vai 
                                      avançando a idade, ele vai assumindo 
                                      os nomes que o pai já teve.  
                                      Fonte: Enciclopédia dos Povos Indígenas 
                                      do Brasil |