Frei
Caneca
Frei
Joaquim do Amor Divino Caneca nasceu no
Recife, no dia 20 de agosto de 1779, recebendo
o nome de Joaquim da Silva Rabelo. Filho
do português Domingos da Silva Rabelo
e Francisca Maria Alexandrina de Siqueira,
que moravam em Fora de Portas, próximo
do demolido Arco do Bom Jesus. Seu pai era
tanoeiro – fabricava vasilhames de
flandres, daí o apelido de Caneca.
Em 1796, aos 17 anos, tomou o hábito
carmelita e aos 22, com licença do
Núncio Apostólico de Lisboa
ordenou-se padre passando a chamar-se Joaquim
do Amor Divino, acrescentando o apelido
Caneca, em homenagem a seu pai.
Foi um dos grandes pensadores literários
no momento da Independência brasileira.
Vivia em Pernambuco quando da inquietação
em torno da separação com
Portugal e lugar onde a agitação
era maior do que no resto do país.
Muito combativo, lutava contra o despotismo
(o poder absoluto e autoritário)
e as relações de dependência
que caracterizavam a situação
colonial.
Foi
professor de retórica e geometria
e depois de filosofia racional e moral,
em Pernambuco e Alagoas.
Em 1817, Frei Caneca iniciou sua ação
política com a Revolução
Republicana em Pernambuco. Com o fracasso
do movimento foi preso e enviado para Salvador,
sendo libertado em 1821 pelo movimento constitucionalista
de Portugal, regressando então a
Pernambuco.
Escreveu, em 1822, “Dissertação
sobre o que se deve entender por pátria
do cidadão e deveres deste para com
a mesma pátria” e, em 1823,
“O caçador atirando à
arara pernambucana” e as “Cartas
de Pítia a Damão”.
Redige e publica, também em 1823,
o Typhis Pernambucano, jornal de sua propriedade,
do qual foi fundador e principal editor.
O jornal era semanal e autofinanciado e
um veículo usado por Frei Caneca
para criticar a situação política
do seu tempo e atingir as massas, esclarecendo-as
sobre a defesa dos seus direitos.
Em 1824, tornou-se um dos conselheiros da
junta de Manuel de Carvalho Paes de Andrade,
opinando contra o reconhecimento de Francisco
Paes Barreto como presidente de Pernambuco,
a favor da invasão de Alagoas e contra
o juramento da Constituição
outorgada por D. Pedro I.
Neste mesmo ano, as províncias do
Norte se opõem ao poder imperial
formando a Confederação do
Equador. Frei Caneca foi um dos seus chefes,
e após o seu fracasso, retirou-se
para o interior, na companhia de parte das
tropas, ocasião em que escreveu o
“Intinerário”.
Ainda em 1824, foi preso no Ceará
e submetido a julgamento pela Comissão
Militar, sendo condenado à morte
por enforcamento.
A 13 de janeiro de 1825, foi executado no
Forte das Cinco Pontas, no Recife. Porém,
na ocasião da execução
não houve carrasco que se prestasse
a enforcá-lo, sendo então
fuzilado, ocasião em que demonstrou
grande serenidade e coragem.
Foi enterrado no Convento do Carmo, no Recife
e sua morte foi considerada heróica,
cercada de uma auréola de legenda
mística pelo povo do Nordeste.
Fonte:
Fundação Joaquim Nabuco |