III Fórum
Internacional de
Educação em Segurança Pública
Entendendo
a importância das diversas experiências em ensino policial
desenvolvidas ao longo da última década, em todo o país, e a
necessidade de continuarmos caminhando no sentido da interatividade
entre sociedade, comunidade acadêmica e instituições de segurança pública,
parece-nos oportuno refletirmos sobre as preocupações e inquietações
levantadas por Luís Flávio Sapori no texto “Sinais Promissores de
Mudança na Sociedade Brasileira” (enviado aos participantes do Fórum
de Recife-2001). Em especial, é relevante seu questionamento sobre o
“impacto das reformulações no
processo de ensino em mudanças substanciais na cultura e na prática”.
Será que a força da prática cotidiana, propagadora dessa “cultura
informal”, que se afirmou nas últimas décadas na supremacia da violência
sobre a inteligência, da imposição sobre a mediação, pode ser
transformada apenas com reformulações no processo de ensino? O que
fazer para mudar as relações internas? Qual o alcance das experiências
desenvolvidas?
Diante
dessas questões e do horizonte político que se aproxima, acreditamos
que devemos nos dedicar mais a construção coletiva de uma metodologia
que possa ampliar a inserção dos conhecimentos e experiências na prática
cotidiana, de modo a propiciar mudanças significativas na “cultura
informal” dos operadores de segurança pública.
A
capacidade de transformação se torna maior quando parte da esfera pública
viabiliza o diálogo construtivo entre as instituições policiais e as
organizações de ensino policial. Ambas devem estar orientadas por políticas
públicas de segurança voltadas para o conjunto da população e
priorizando o reconhecimento do policial-cidadão pelo cidadão e
vice-versa. Como caminho
imprescindível ao estabelecimento
dessa relação efetiva, entendemos que é preciso trabalhar uma
proposta que possa servir de base para um debate nacional e,
futuramente, contribuir para a formulação de uma política nacional de
segurança que venha a nortear as ações em todo Brasil.
A
partir da realização do Workshop e Seminário sobre a Formação de
Recursos Humanos nas Organizações Policiais – Experiências, Dilemas
e Perspectivas, coordenado pela Fundação João Pinheiro (MG-2000), e
do 1o. Fórum – Programa de Formação
de Policiais – Políticas de Segurança
Pública: Dimensão da Formação e Impactos Sociais, coordenado pela
Fundação Joaquim Nabuco (PE-2001), criaram locus
privilegiado de articulação, informação e fortalecimento das
experiências de formação em Segurança Pública para uma Sociedade
Democrática. É preciso dar-lhes continuidade.
A
parceria com a Fundação FORD, promovendo e apoiando financeiramente
esses encontros e outras formações significativas na área da defesa
social, tem sido fundamental para a garantia da realização permanente
desse imprescindível debate.
Este
documento apresenta proposta para realização do III Fórum
Internacional de Educação em Segurança Pública (2002), em Macapá,
Amapá, através do CEFORH – Centro de Formação e Desenvolvimento de
Recursos Humanos (1996), autarquia do Governo do Estado, responsável
pela Política de Formação de Servidores Estaduais, o CEFORH tem como
missão institucional criar competências técnicas e humanas para o
gerenciamento das políticas públicas de desenvolvimento sustentável e
para a qualidade do serviço público, promovendo a articulação
institucional e a sinergia dos resultados obtidos, reafirmando
o
compromisso com os direitos humanos, a cidadania e o desenvolvimento
sustentável.
Metodologia
Reavaliando
as dificuldades e os resultados alcançados no último seminário e fórum,
optamos por estruturar nosso encontro através de oficinas de trabalho,
como um único evento que agregue a socialização de experiências e
espaço de debate e sistematização. Assim, o Fórum está pensado como
recurso de discussão, avaliação e proposição para o entendimento e
o enfrentamento de questões relativas à Segurança Pública (entendida
como questão complexa de governabilidade social).
Para
tanto, sugerimos a constituição de grupos de trabalho que deverão
atuar, enquanto espaços dialógicos, voltados à avaliação
propositiva das práticas profissionais relacionadas aos princípios de
Segurança Pública. Nos grupos serão partilhadas as experiências
agrupadas em núcleos temáticos a fim de que possamos pensar
coletivamente as dificuldades e reunir as alternativas mais
significativas nas diversas áreas de ensino. São os seguintes os
referidos núcleos:
1.
Formação
Acadêmica – reúne
experiências de Graduação, Pós-graduação, Especialização e
Extensão. Coordenação – Professor Julio Alejandro Quezada Jelves
Relatoria
- Adriana Nascimento
2.
Políticas
Públicas – experiências
promovidas pela união, estados e municípios, que façam parte de uma
política pública de segurança.
Coordenadoria:
Ricardo Balestreri
Relatoria:
Nelma Rocha
3.
Educação
em Direitos Humanos
– experiências na Educação em DDHH para Forças de Segurança Pública.
Coordenadoria:
Rosa Gross e Rose Mary Gonçalves
Relatoria:
Jacirene Maia
4.
Novos
Modelos de Polícia
– experiências em interatividade, redução de postos e graduações,
geoprocessamento da violência, integração ou unificação, etc...
Coordenadoria:
Pedro Montenegro
Relatoria:
Airá Santana
5.
Integração
das Corporações
– experiências de estados que têm buscado o trabalho integrado entre
as polícias e seus diversos sistemas.
Coordenadoria:
Solange Lamego e Vera Leoneli
Relatoria:
Cláudia Esteves
6.
Policial
Cidad@o/Cidadania d@ Policial
- Experiências Transformadoras nas Polícias, que representam mudanças
intra-institucionais, democratização das relações.
Coordenadoria:
Riccardo Cappi
Relatoria:
Edson Oliveira
Os
coordenadores, afinados com as temáticas a serem discutidas e trabalharão
como facilitadores das trocas de experiências, promovendo a avaliação
das mesmas, valorizando os avanços alcançados, identificando as
dificuldades encontradas e indicando desafios de superação. Cada grupo
contará, ainda, com o suporte dos relatores que organizarão as informações
sistematizadas em textos a serem apresentados em assembléia.
Como
forma de dar uma unidade teórica conceitual, o encontro será aberto
com uma palestra sobre Complexidade e Visão Sistêmica, onde será
detalhada a metodologia a ser desenvolvida pelos grupos de trabalho.
Na
Assembléia serão partilhadas as sistematizações desenvolvidas por
cada grupo de trabalho e identificadas propostas comuns e/ou
convergentes.
Coordenação
Geral: Rita Andréa
e Joselita Macedo:
Coordenação Técnico-pedagógica:
Joselita Macedo, Cláudia Esteves e Luís Fernando Almeida;
Coordenação Executiva:
Paulo Göettems.
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