Kofi Annan declara
que guerra no Iraque foi ilegal
O
secretário-geral da ONU, Kofi Annan,
afirmou numa entrevista que a guerra no Iraque
foi ilegal. A Grã-Bretanha contestou
o julgamento e o presidente americano, George
W. Bush, reagiu com indiferença. A França
recusou-se a ser atraída para a discussão.
À rádio BBC, na noite de quarta-feira,
Annan avaliou que a invasão do Iraque
por uma coalizão liderada pelos EUA não
encontra justificativa na Carta das Nações
Unidas. "Do nosso ponto de vista, e do
ponto de vista da Carta, ela foi ilegal",
julgou.
Bush não comentou diretamente as declarações
de Annan, mas sublinhou que não lamenta
sua decisão. "Eu esperava que a
diplomacia funcionasse", disse o presidente
americano enquanto fazia campanha em Minnesota.
"Sabendo o que sei hoje, mesmo não
tendo sido encontrados os arsenais de armas
que pensávamos estar lá, eu ainda
teria tomado a mesma decisão. A América
e o mundo são mais seguros com Saddam
Hussein preso".
A França e a Alemanha, dois dos maiores
opositores da guerra, negaram-se a entrar na
polêmica. "Vocês sabem nossa
posição", disse apenas o
porta-voz da chancelaria francesa, Herve Ladsous.
Um deputado do partido do presidente Jacques
Chirac, Axel Poniatowski, considerou que a discussão
sobre a legalidade da guerra já está
ultrapassada. "A questão hoje é
como resolver a situação iraquiana
e o que fazer contra o terrorismo", aconselhou.
O escritório do primeiro-ministro britânico,
Tony Blair, contestou o julgamento de Annan.
A Espanha e a Suécia concordaram
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