ABC
dos Novos Direitos e Deveres
Dilemas para o Século XXI
Direitos Globais no Universo em Mutação
Homens-Bomba
Os
primeiros terroristas suicidas que explodiam
o próprio corpo apareceram entre
os séculos 14 e 16. "Naquela
época, o Império Turco-Otomano
vivia um perído de expansão.
Uma das armas de seu Exército eram
os guerreiros suicidas conhecidos como bashi-bazouks,
que se precipitavam contra fortificações
ou linhas de batalha do inimigo", diz
o historiador Márcio Scalércio,
da Universidade Cândido Mendes (RJ).
Depois vieram os anarquistas da Rússia
czarista, os camicases japoneses durante
a Segunda Guerra e os guerrilheiros vietnamitas
a partir da década de 50. Mas é
bom esclarecer que a expressão "homem-bomba"
e a popularização da prática
são bem mais recentes - mais precisamente,
nos conflitos do Oriente Médio dos
últimos 20 anos. Tudo leva a crer
que a guerra entre Irã e Iraque (1980-1988)
foi o marco fundante para essa cultura de
terroristas explosivos. Inspirados pelas
ações de xiitas iranianos,
grupos radicais palestinos como Hamas, Jihad
Islâmica e a Brigada dos Mártires
de Al-Aqsa fizeram do homem-bomba sua arma
favorita na luta contra Israel. Hoje, jovens
são doutrinados em escolas muçulmanas
ou mesquitas e recebem prêmios pelo
"ato de fé" - o ex-ditador
iraquiano Saddam Hussein chegava a pagar
25 mil dólares para a família
de um suicida. E a moda macabra já
lança tendências: no Sri Lanka
e na Chechênia já existem mulheres-bomba
e, na Palestina, os terroristas não
são mais mortos de fome sem perspectivas.
Uma pesquisa recente mostrou que a maioria
dos homens-bomba palestinos vêm da
classe média e têm boa educação.
VESTIDOS
PARA MATAR
Carregados de explosivos, suicidas usam
disfarces até o momento do atentado
MASSINHA
PERIGOSA
O explosivo conhecido como C-4 (ciclotrimetileno-trinitramina)
tem consistência maleável,
semelhante à argila. Depois de ser
acionado por uma carga elétrica,
o C-4 explode quase instantaneamente, voando
por um raio de centenas de metros.
A ironia é que os Estados Unidos
são os principais fabricantes desse
explosivo plástico
DESTRUIÇÃO
MULTIPLICADA
Pregos, bolinhas de ferro e pedaços
de vidro são embalados junto com
a massa explosiva. Quando a bomba é
acionada, o material é arremessado
com um impulso que supera em várias
vezes a velocidade do som, alojando-se no
corpo das vítimas. A hemorragia causada
pelos estilhaços causa mais mortes
que o impacto da explosão
O
ÚLTIMO TRAJE
Embora não haja um padrão
de roupa, no Oriente Médio os homens-bomba
costumam usar um cinturão ou um colete
com vários bolsos, onde são
colocados pacotes contendo até 9
quilos de explosivo. Esse traje é
usado sob a roupa normal do terrorista.
Assim, disfarçado, ele chega ao alvo
sem ser identificado
FOGO
NA BOMBA
Nos atentados mais recentes, homens-bomba
palestinos têm usado detonadores elétricos
ligados a uma pilha. Quando o botão
é acionado, a pilha emite um leve
impulso elétrico, que logo detona
toda a carga de C-4
CÍRCULO
DO TERROR
Um homem-bomba consegue ferir pessoas a
um raio de até 200 metros da explosão.
Na hora da detonação, os terroristas
escolhem locais cheios de gente, como centros
comerciais
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