Quem
é este homem ?
São
muitos os livros que falam deste Homem, de Jesus, o Cristo. Poucos
o que o fazem com a radicalidade, pertinência, poder de síntese,
paixão e alegria de Quem é este homem ?, escrito em 1969, esgotado há mais de uma década
e que a Livraria Duas Cidades agora reedita, em sua 6ª edição,
com 110 páginas.
Seu
autor é o saudoso frei Mateus Rocha O.P., falecido há dez anos e
vivo nestas páginas, certamente redivivo na Comunhão dos Santos.
Livro de um profundo conhecedor de teologia, leitor de São Tomás
de Aquino, Guardini, Rahner, Culmann e muitos outros. Um livro
seminal, que já traz em seu bojo as obras de Boff e outras na
linha de Jesus livre e libertador.
“Já
imaginamos um homem sem preconceito, nem compromissos ?”,
pergunta-se frei Mateus. E responde: “Este homem será realmente
livre. Ora, Jesus não tinha nenhum preconceito, nem
compromisso”. E acrescenta:“Compromisso não teve com ninguém
a não ser com o Pai. Por isso foi homem absolutamente livre”.
Livro
de um homem, como tantos entre nós, apaixonado por Jesus, como
Dostoievsky, a quem cita: “se alguém me provar que o Cristo está
fora da verdade e que esta não se acha nele, eu prefiro ficar com
Cristo a ficar com a verdade”. Em Jesus a natureza humana
atingiu sua plenitude, escreve frei Mateus. E citando Pascal:
“também a nós mesmos só nos conhecemos por meio de Jesus
Cristo”.
Assim,
debruça-se sobre o Jesus histórico, homem de povo, homem
surpreendente, homem de luta, homem livre (subtitulos dos capítulos).
Homem surpreendente, e as palavras são de frei Mateus, porque,
graças a Ele, no cristianismo, “só o homem é um lugar
absolutamente sagrado”. E, mais adiante, a “nossa segurança não
vem da lei, mas da graça”. E ainda: “Somente a graça nos dá
o senso do risco e da aventura, que é a alma de toda a vida evangélica”.
Frei
Mateus ocupa-se do mistério de Jesus, desta pergunta colocada por
todos, “pelos que o reconhecem, pelos que apenas o conhecem, por
místicos e céticos, por pobres e ricos”: quem é este homem ?
Escreve sobre Jesus e os homens e sobre a fé em Jesus Cristo, com
uma advertência a todos os que pretendem evangelizar: “O próximo
de Jesus Cristo é aquele que se encontra mais longe”.
Enfim,
um livro obrigatório, indispensável, para ler e reler no
decorrer dos anos. Um livro escrito, segundo o autor, na esperança
de ajudar-nos a ter vida em nome de Jesus, o Cristo, o Filho de
Deus (Jo 20,31).
antonio carlos
ribeiro fester
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