POR
UMA ÉTICA SOLIDÁRIA
Numa
sociedade como a nossa - antidemocrática, autoritária,
competitiva e excludente - não fomos criados para sermos
educadores em direitos humanos, não fomos criados sequer para
vivê-los. [i]
Antonio
Carlos Ribeiro Fester[ii]
Sobre
o educador em direitos humanos :
Da
igualdade :
Do diálogo :
Enquanto
este momento não chega
Sobre
o educador em direitos humanos :
Sei
que os professores, e com razão, estão cansados de serem
chamados de sacerdotes, assim como os médicos. Um professor,
hoje, ganha 1/5 do que ganhava antes de 1964. Mas, especialmente
para professores em direitos humanos, é fundamental lembrar que
os grandes homens foram servidores : Jesus, Gandhi, Freud,
Eisntein, Martim Luther king, Che Guevara, Madre Thereza de
Calcutá, Betinho, Chico Mendes e tantos outros. Sobre Jesus, vale
lembrar que Leonardo Boff escreveu “Humano assim como ele foi,
só podia ser Deus mesmo", o que me remete para um artigo do
Cardeal Arns, em que cita um escrito numa porta de Igreja :
“Todo homem quer ser rei; todo rei quer ser Deus e somente Deus
quis ser homem”. Por outro lado, o professor é detentor de uma
autoridade resultante do seu saber formal, da sua competência, e
autoridade é serviço e não privilégio, como infelizmente está
arraigado em nossa cultura.
O
parágrafo acima pretende introduzir a afirmação de que o
primeiro trabalho do professor em direitos humanos é se
auto-rever, é efetuar uma auto crítica de sua mentalidade,
conscientizar-se.
Numa
sociedade como a nossa - antidemocrática, autoritária,
competitiva e excludente - não fomos criados para sermos
educadores em direitos humanos, não fomos criados sequer para
vivê-los. A educação em direitos humanos se pretende uma
educação para a mudança de mentalidades; o primeiro passo do
educador é mudar a sua própria.
A
partir deste passo, o professor deve ser levado à compreensão e
vivência dos direitos humanos, através das formas de trabalho na
escola, através do desvelamento do currículo oculto ( o que de
fato acontece na escola, não o que prescreve o texto oficial - o
currículo oculto é o subtexto, o discurso implícito da escola
que deve ser explicitado para sua eventual correção ou não).
As
formas de trabalho na escola deverão caracterizar-se pela
colaboração, respeito, pluralismo, responsabilidade, prestação
de contas, transparência, participação. O professor deverá
constatar a presença ou ausência de quaisquer direitos humanos
no cotidiano escolar, assim como constatar a defesa ou violação
de quaisquer destes direitos.
O
referencial básico do professor será a realidade social,
econômica, política e cultural da comunidade escolar em que
trabalha, além da realidade da cidade, do país, do mundo. Tal
professor deverá ter a compreensão efetiva da integralidade e
indivisibilidade dos direitos humanos, seu contexto histórico,
seu caráter público e reclamável.
Mas,
parece-me, estou incidindo no erro de falar em educação em
direitos humanos apenas no ensino formal. Ora, a educação em
direitos humanos pode se dar em qualquer espaço e, na educação
em direitos humanos, todos temos o que ensinar e o que aprender,
os homens se educam em comunhão, já disseram Paulo Freire e Luiz
Perez Aguirre.
Enfim,
ser educador em direitos humanos é um forma de ser no mundo, uma
postura, uma ética. Como escreve Luiz Perez Aguirre, “uma
ética para os direitos humanos é um estilo de vida, um modo de
ser perante o acinte da pobreza extrema da América Latina, um
compromisso por uma ação coletiva transformadora quer entregue a
História na mão dos despossuídos”[iii]
Ética
pressupõe princípios e há dois sobre os quais gostaria de me
alongar um pouco, a igualdade e o diálogo.
Da
igualdade :
“Todos
os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos
outros com espírito de fraternidade”. É o que diz o artigo
I da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Dalmo
Dallari aponta a herança, a propriedade que se herda como um dos
fundamentos da desigualdade social. Mas, no Brasil, há mais
explicações para isto. Primeiro, a escravidão, a mais longa do
ocidente e a última a ser oficialmente abolida. Sendo o negro
escravo considerado objeto, esta concepção entranhou-se na nossa
mentalidade reforçando preconceitos e um profundo desprezo pelo
valor da vida humana. Por outro lado, perdemos apenas para
Botswana em termos de distribuição de renda. 53% do PIB
brasileiro está nas mãos dos 10% mais ricos. Enquanto no Japão,
um dos países integrantes do grupo dos sete, é bom lembrar, o
maior salário é dez vezes superior ao salário mínimo, no
Brasil temos salários 300 a 400 vezes superiores ao salário
mínimo que não é mínimo, é um acinte. Um salário mínimo que
levasse em conta a realidade deveria estar por volta dos
R$.l.200,00. Por outro lado, nossa cultura, profundamente
influenciada pela norte-americana, baseia-se no consumo, no ter e
não no ser, o que, aliás, tem uma profunda relação com a
escravidão. Só nos últimos anos, as identidades estào se
formando como autônomas e como expressão de criatividade
individual ou competência profissional, ou seja, no ser. Numa
cultura escravista, trabalho era coisa para escravos e as pessoas
valiam pelas suas relações, parentescos e posses, sedimentando a
cultura clientielística ainda em voga, infelizmente, na política
brasileira.
Na
verdade, somos todos diferentes, cada indivíduo é uno e
irrepetível, um patrimônio da humanidade, só um pode dar a sua
contribuição ao acervo humano e por isto todas estas mortes
infantis antes de um ano, cinco, ou trinta,
“de fome, um pouco por dia”, (como escreveu João Cabral)
são perdas irrecuperáveis, são crimes contra a humanidade e os
direitos humanos.
Por
outro lado, somos todos iguais. Como ?
Para
Hannah Arendt[iv]
(filósofa e pensadora política, judia, que se preocupou em
entender e explicar a política e a violência dos nossos dias,
especialmente a partir do nazismo e do bolchevismo), nós não
nascemos iguais; nós nos tornamos iguais como membros de uma
coletividade em virtude de uma decisão conjunta que garanta a
todos direitos iguais.
Pessoas
forçadas a viver fora do mundo comum (refugiados, clandestinos,
internos de campo de concentração, e eu acrescentaria, à sombra
do neoliberalismo, os desempregados) perdem a sua qualidade
substancial que é a de ser tratado pelos outros como semelhante.
Tornam-se decartáveis, supérfluas, sem lugar. É como se não
existissem e esta é uma das características básicas dos
totalitarismos. A igualdade, na visão de Hannah Arendt,
pressupõe uma sociedade onde prevaleça um mínimo de igualdade
no plano econômico. A igualdade resulta da organização humana,
pois as pessoas não nascem iguais e não são iguais nas suas
vidas. É a Lei que torna ou deveria tornar os homens iguais, ou
seja, as diferenças deveriam ser igualadas através das
instituições. Assim, a igualdade deveria ser garantida e ter
lugar na esfera do espaço público ( a diferença tem lugar na
esfera do privado). O destituído de cidadania, ao ver-se limitado
à esfera do privado, fica privado de seus direitos, fica privado
do acesso à igualdade. Se os homens não fossem iguais não
poderiam entender-se; se não fossem diferentes não precisariam
nem da palavra, nem da ação para se fazerem entender.
Para
Hannah Arendt, os direitos só existem em função da pluralidade
dos homens, ou seja, da garantia tácita que os membros de uma
comunidade dão-se uns aos outros. É neste sentido preciso que,
para Arendt, a política institui a pluralidade humana e um mundio
comum. Para ela, assim como para nós, os direitos humanos derivam
da ação. Os direitos são necessários para garantir que a
pessoa seja reconhecida não apenas pelo imponderável da amizade,
da simpatia e do amor. A partir dos problemas jurídicos
suscitados pelo totalitarismo, Hannah realça que o primeiro
direito é o direito a ter direitos.
A
construção da igualdade nos leva até o Direito Internacional
Público, no qual as convenções internacionais proibem a perda
de nacionalidade, por representar uma privação do direito de ter
direitos. A perda de nacionalidade não é uma sanção penal, mas
política e vigorou no Brasil durante o regime militar de 1964.
Até
aqui, tratamos da igualdade do ponto de vista sócio-político.
Vamos abordá-la, agora, do ponto de vista existencial. Todos
somos humanos, um infinito de possibilidades. Nada me impede de
amanhã começar uma vida totalmente nova e a rotina que cumpro
todo o dia é uma decisão, ainda que inconsciente, de minha
parte. Há inclusive uma grande parte de mim, o inconsciente, que
desconheço. Como todos, sou um anjo e um assassino e a
consciência de que não usei uma arma, em determinadas
situações da minha vida, porque não a tinha à mão, é que me
torna um desarmamentista. A maior parte dos assassinos presos são
primários, pessoas que julgavam-se incapazes de matar, mas que no
bar de fim de semana, na briga de trânsito, nas reuniões
familiares, tornaram-se assassinas. É preciso assumir o assassino
que existe em nós. Não se choquem, estou apenas expondo o
conceito de loucura controlada, de Norman Brown.[v]
Precisamos
construir um conceito de igualdade a partir da condição humana,
a partir do fato de que somos todos anjos e assassinos em
potencial. Felizmente, esta minha opinião encontrou o endosso de
Antonio Candido, conforme conversa que mantivemos por ocasião de
seus 80 anos.
Jean
Paul Sartre o fez nas páginas finais e magistrais de seu livro
sobre Jean Genet. Em síntese, ele diz que se queremos partilhar
das grandezas humanas, precisamos irmanar-mos, também, às
baixezas humanas:
“Como
a relação social é ambígua e envolve sempre uma porção de
fracasso, como somos ao mesmo tempo a multidão chinesa que ri e o
chinês apavorado que levam para o suplício, como cada pensamento
divide tanto quanto une (...) como não estamos nunca seguros de
retrospectivamente nos tornarmos traidores, como fracassamos
sempre na comunicação, no amor, em nos fazermos amar, e cada
fracasso nos faz experimentar a nossa solidão (...) como não
podemos nos arrancar até a objetividade que nos esmaga nem despir
a subjetividade que nos desterra, como não nos é permitido nem
nos elevar ao ser nem nos abismar no nada, como em todas as
circunstâncias somos impossíveis nulidades, é necessário
escutar a voz de Genet, nosso próximo, nosso irmão”.[vi]
Meu
pai era o primo pobre de uma família quatrocentona e influente na
política, pelo menos até a década de 50. Quando saiam fotos e
notícias nos jornais, ele vinha, feliz, mostrar-me os seus
parentes. Um dia que lhe mostrei um assassino, nos jornais, com o
mesmo sobrenome, disse-me que não era seu parente. Como sabia ?
Aqui
caímos em outro grande perigo contra a noção de igualdade, que
é o da exclusão moral. Recente documento da CNBB aborda o
assunto com pertinência :
“Exclusão
moral é o que fazemos quando colocamos pessoas ou grupos fora das
exigências básicas da justiça, sem que isso nos incomode muito.
É como se achássemos que essas pessoas não merecem viver. Não
são cosideradas vítimas, são vistas como culpadas, subumanas,
desumanas - e com isso nos sentimos desobrigados de nos importar
com o que acontece com elas. Simplesmente “desligamos” a nossa
sensibilidade moral em tais casos. É o que acontece quando há
linchamentos, por exemplo: uma população, geralmente ordeira,
acha que alguém 'merece' morrer e massacra o culpado, ou deixa
que outros o façam sem protesto. O mesmo se passa quando há
violência contra presidiários ou prostituídos (as), quando a
polícia prende certo tipo de 'suspeitos' e usa de mios ilícitos
para conseguir confissões de culpa.
Diante
disso, é bom apresentar novamente o texto da Declaração da ONU
: Art.5. “Ninguém será submetido a torturas, penalidades ou
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.”
O
processo de exclusão moral depende de se conseguir pôr na
cabeça das pessoas certas idéias falsas. Uma delas é o 'mito do
mérito': as pessoas se convencem de que a vida é só para quem
'merece'. (...) O mito do mérito é profundamente anticristão.
Para quem crê em Jesus, a vida é vista fundamentalmente como um
dom que Deus nos oferece, independentemente de merecermos.
Há
ainda um problema gravíssimo aí. Toda vez que não se respeita o
direito de um (seja lá quem for), a vida de todos corre perigo.
(...) É preciso se rejeitar por inteiro o processo de exclusão
moral. Se não fazemos isso, ele vai se ampliando, abrangendo
outros grupos humanos : os não produtivos, os não consumidores,
sem peso econômico, todos os que 'incomodam'.
Uma mentalidade de
exclusão moral passa a classificar a humanidade em diversos
graus, como se houvesse pessoas 'mais humanas' e 'menos humanas'.
Aos poucos, se permitirmos, podem ir sendo considerados
dispensáveis os deficientes, os idosos, os desempregados, os
analfabetos...”[vii]
Isto
me evoca uma reflexão de uma dos grandes filósofos
contemporâneos, Cornélius Castoriadis, para quem “a
minha liberdade começa onde começa a do outro; a minha liberdade
termina onde termina a do outro”.[viii]
Estabelece-se a solidariedade e o outro, ao contrário de Sartre
(“O inferno são os outros”), deixa de ser meu inimigo porque
a minha liberdade não acaba onde começa a dele.
Estas
são algumas reflexões iniciais que um educador em direitos
humanos não pode deixar de levar avante para tratar do terrível
problema da desigualdade no Brasil e no mundo.
Do diálogo :
Um
educador em direitos humanos deve adotar a teoria da ação
dialógica de Paulo Freire, isto é, a colaboração, a união, a
organização, a síntese cultural, a reconstrução do
conhecimento.[ix]
O
diálogo tem sido estudado e valorizado no século XX, e
especialmente neste fim de século com vistas ao terceiro milênio
e também como a forma básica de se garantir os direitos humanos
e a democracia.[x]
Do diálogo cabaram de dar-nos um exemplo eloqüente
personalidades tão díspares como o Papa João Paulo II e Fidel
Castro.
Para
o educador em direitos humanos, trata-se de aprender a ouvir, a
ouvir os que não têm voz. Para o professor, detentor do saber
formal, trata-se de aprender a aceitar, respeitar e dialogar com o
saber informal do aluno, anterior à sua entrada na escola. Mas
trata-se, especialmente, assim como no problema da igualdade, de
repensar o diálogo.
O
diálogo só será digno deste nome se for um diálogo entre
sujeitos. Na nossa cultura e sociedade o que temos, geralmente, é
o diálogo entre sujeito e objeto, um diálogo autoritário,
colonizador, que impõe idéias e conhecimentos. Frequentemente o
diálogo se reduz a dois solilóquios, onde cada interlocutor
defende a sua "verdade" e onde a comunicação realmente
não se dá até porque os dialogantes saíram do diálogo como
entraram.
Na
dialogicidade, no diálogo entre sujeitos, não só haverá uma
recriação e ampliação do conhecimento, como os interlocutores
sairão modificados. Ainda são poucos os que falam em nome de
muitos. Quando todos tiverem voz e forem sujeitos de seu discurso,
de suas vidas, autônomos, então talvez possamos falar em
humanização, vigência dos direitos humanos e democracia. Neste
momento, a educação em direitos humanos será um fato.
Enquanto
este momento não chega.
Evidentemente,
haveria muito mais o que dizer sobre educação em direitos
humanos, que o espaço de um jornal não permite. Mas não posso
encerrar, sem mencionar alguns resultados que este tipo de
educação já tem alcançado. Inicialmente, a modificação
significativa nas relações humanas das escolas ou comunidades
envolvidas. Escolas frequentemente depredadas deixaram de sê-lo.
As comunidades descobriram, na medida em que as escolas se abriram
para elas, que a escola pública não é do Estado (entidade
abstrata), mas dos cidadãos (vale lembrar que a maior violência
é a exclusão de todo e qualquer tipo, incluindo-se aí a
exclusão escolar). Tem havido signficativa melhoria no
aproveitamento escolar, com consequente diminuição de
repetência e evasão.
Mas
a educação em direitos humanos, na medida em que cria práticas
novas, não pode ser avaliada pelos critérios da educação em
vigor. Não se trata de resultados imediatos, estatísticos, mas
de modificações a serem alcançadas a médio e longo prazo,
porque o que se almeja é a mudança das mentalidades, é a
construção de uma mentalidade nacional solidária, igualitária,
democrática; trata-se de uma educação para a paz (entendida
como consenso resultante do diálogo permanente), para o respeito
à profunda dignidade de todo e qualquer ser humano, seja ele quem
for.
Insisto
em que os trabalhos destes anos reforçam minha convicção, e de
tantos outros, de que esta
educação, muito mais que conteúdos (que os há, os conteúdos
específicos da educação em direitos humanos, jamais uma
disciplina, mas isto é assunto para outro artigo), esta
educação, repito, é uma questão de postura do ser no mundo, de
uma ética que inclua os princípios dos direitos humanos.
[i]
Artigo publicado no jornal MUITO
+ . Ano VI, nº 26, março/99. Rua Genebra, 19 - 2º
andar, Bela Vista-cep: 0131`6-901-Telefone : 3105-4188 e
3105-4070. Editor : Carlos Magno Borges.
[ii]
Educador em Direitos Humanos, mestre em letras pela USP,
membro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, da Rede
Brasileira de Educação em Direitos Humanos e da União
Brasileira de Escritores.
[iii]
AGUIRRE, Luis Pérez. Si
digo derechos humanos. Publicacion
del Servicio de Paz y Justicia- Serpaj,
Uruguay, 1991. Do mesmo autor, para a educação em
direitos humanos é fundamental Direitos
Humanos - Pautas para uma educação libertadora. Petrópolis,
Vozes, 1990. Vide ainda A
Igreja em crise. SP, Ática, 1996.
[iv]
ARENDT, Hannah. As
origens do totalitarismo. Totalitarismo, o paroxismo do poder.
Uma análise dialética.
RJ, Ed. Documentário, 1979. Vide também A
Condição Humana. RJ, Forense
Universitária, 1989; e LAFER, Celso. A
reconstrução dos direitos humanos - Um diálogo com o
pensamento de Hannah Arendt. SP,
Cia das Letras, 1988.
[v]
BROWN, Norman O. Vida
contra morte. O sentido psicanalítico da História. Petrópolis,
Vozes, 1972.
[vi]
SARTRE, Jean Paul. Saint
Genet comédien et martyr. Paris, Gallimard, 1952, p.547 e
ss. Vale lembrar que
Jean Genet, menino de rua e deliquente, condenado à prisão
perpétua, tornou-se escritor na cadeia e foi
solto por pressão de diversos intelectuais, figurando entre
os maiores escritores do
século XX. E se o houvessem matado ? Em 1968 esteve no
Brasil para assistir à encenação de sua
peça O balcão, no Teatro Ruth Escobar.
[vii]
CNBB- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Direito de gente - Assunto de fé - Para todos os que
acreditam na defesa dos Direitos Humanos.
SP, Paulus, 1997, p.38 e 39.
[viii]
CASTORIADIS, Cornélius. A
instituição imaginária da sociedade. RJ, Paz e Terra,
1982. A respeito do
assunto e de Castoriadis, vide CARDEAL ARNS, Dom Paulo
Evaristo. No terceiro
milênio :
adultos em Jesus Cristo. Revista Cultura Vozes, nº
3 - ano 91, vol. 91; maio-junho de 1997, p.58 a
81.
[ix]A
ação dialógica e o seu oposto, por parte dos professores,
está muito bem definida e clara em FREIRE,
Paulo. Pedagogia
do Oprimido. RJ, Paz e Terra, 1974. Do mesmo autor, cujas
obras são todas fundamentais, vide também Pedagogia da Esperança - Um reencontro com a Pedagogia do
Oprimido (Paz e Terra, 1992) e Pedagogia
da autonomia - Saberes necessários à prática
educativa (Paz e Terra, 1997)
[x]
Sobre o diálogo, além de Paulo Freire e Castoriadis, vide
BUBER, Martin. Eu e tu.
SP, Cortez e Moraes,
1977 - MORENO, Jacob Levy. Psicoterapia
de Grupo e Psicodrama. SP, Mestre Jou, 1980 -
MÜNSTER, Arno. Ernst
Bloch - Filosofia da práxis e utopia concreta. SP, UNESP,
1993 - LÉVINAS,
Emmanuel. Entre nós -
Ensaios sobre a alteridade. Petrópolis, Vozes, 1997 -
HABERMAS, Jürgen. O
discursio filosófico da modernidade. Lisboa,
Publicações Dom Quixote, 1990.
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