Carta aberta a D. Paulo Evaristo, Cardeal Arns.

Antonio Carlos Ribeiro Fester

Oitenta anos, D. Paulo ?! Custa-nos a acreditar. Afinal, no grupo da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, fundada por sua inspiração em 1972, o senhor tem sido o mais jovem, o mensageiro da boa nova, o senhor tem sido sempre uma novidade. Isto porque o senhor não se enquadra em definições fáceis, não segue esquemas pré-estabelecidos, não é rígido e, muito menos, preconceituoso. Muito pelo contrário, o senhor é amor em estado puro, um coração aberto, talvez até em chagas, mas um coração que é todo amor. O senhor, como poucos, tem dado o exemplo de como seguir o Sopro do Espírito, pois, muitas vezes, deixa-se conduzir como uma folha, mas sabendo que está, pela sua Fé e pela sua Amorosidade, sempre nas mãos de Deus.

O senhor tem sido o testemunho de que a verdadeira comunhão com a Eucarístia dá frutos, dá vida em abundância. Por isto, o senhor sempre nos plenificou de entusiasmo para trabalhar pelos direitos humanos, pálido trabalho à luz dos seus, uma tentativa atabalhoada de seguí-lo e de não decepcioná-lo.

O senhor tem sido um testemunho de que Jesus liberta, porque o senhor é livre e nos torna livres, educa-nos para a liberdade, aquela liberdade que só se encontra na Comunhão dos Santos. O senhor tem sido o testemunho de que Jesus nos ama, porque é capaz de nos amar gratuitamente, com um amor tão grande que acaba por nos convencer de que o Amor de Deus é maior do que qualquer pecado, com um amor tão grande que acaba por despertar o que há de melhor em cada um de nós que tivemos e temos a graça de trabalhar com o senhor.

O senhor tem sido o nosso amparo, na medida em que nos tem ensinado, de esperança e esperança, a ter coragem, sempre.

Assim, caríssimo Dom Paulo Evaristo Arns, em nome de toda a Comissão Justiça e Paz de São Paulo, estamos apresentando nossas felicitações, saudações e agradecimentos, ao mesmo tempo em que queremos dizer, em uníssono com o senhor : “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”.